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‘Difícil, cansativo, perigoso’, disse Bruno à Folha antes de ir à floresta pela última vez
Indigenista morto falou à reportagem semanas antes de ingressar na região da Terra Indígena Vale do Javari, no AM
MANAUS “O presidente [Jair Bolsonaro] não demarcou um centímetro como ele prometeu. O presidente da Funai, o [Marcelo] Xavier, está lá para isso. É a administração do caos. Não sei não [suspiro]. Difícil, cansativo, perigoso. Vamos simbora.”
Foi dessa forma que o indigenista Bruno Pereira, 41, completou uma de suas respostas à Folha durante longa entrevista por telefone semanas antes de viajar pela última vez à terra indígena Vale do Javari, no Amazonas.
A entrevista é de 22 de abril, dia em que se comemora o descobrimento do Brasil. Passados 44 dias, em 5 de junho, Bruno desapareceu nas imediações da terra indígena. Foi assassinado ao lado do jornalista britânico Dom Phillips, 57, que escrevia um livro sobre a Amazônia e contava com a ajuda do indigenista.
O Diretor do Instituto de Ciências Humanas (ICH), o Coordenador do Colegiado do Bacharelado em Antropologia, o Chefe do Departamento de Antropologia e Arqueologia (DAA) e o Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGANT) vêm a público manifestar a posição institucional atual sobre a acusação de transfobia veiculada nas redes sociais:
1. Lamentamos profundamente esse evento que envolve uma discente trans (ligada ao curso de graduação Letras Português e Alemão – e ao projeto de pesquisa Margens: grupos em processos de exclusão e suas formas de habitar Pelotas) e uma docente (lotada no ICH e DAA, ligada ao Bacharelado em Antropologia e ao PPGANT, coordenadora do projeto supra mencionado).
1. Importa dizer que todos os fatos narrados pela discente e pela docente foram formalizados pela gestão da Universidade Federal de Pelotas através de Processo Administrativo.
2. As informações que constam nesse documento estão sendo investigadas por uma sindicância aberta para esse fim.
3. O direito à manifestação e à defesa está amplamente assegurado tanto à discente como à docente.
4. Tendo se tornado um Processo, há prazos e implicações legais que deverão ser respeitados por todos/as profissionais da universidade, também pelos/as discentes e pela sociedade civil.
5. Tão logo a sindicância delibere a respeito desse Processo, O ICH se manifestará em sua página institucional.
Pelotas, 8 de dezembro de 2021.
Prof. Sebastião Peres
Prof. Francisco Luiz Pereira da Silva Neto
Prof. Claudio Baptista Carle
Prof. Rogério Reus Gonçalves da Rosa
