Adaptações ambientais no domicílio para o cuidado de pessoas com agravo à saúde

Muitas vezes é preciso fazer algumas adaptações no ambiente da casa para melhor abrigar a pessoa com agravo à saúde, evitar quedas, facilitar o trabalho do cuidador e permitir que a pessoa possa se tornar mais independente. Por isso, é preciso estar atento para algumas particularidades e para isso trazemos algumas dicas:
1) O lugar onde a pessoa mais fica deve ter somente os móveis necessários. Entretanto, é importante manter alguns objetos que a pessoa goste de modo a não descaracterizar totalmente o ambiente, como fotos, artigos religiosos e quadros. Mas, cuide para que os objetos e móveis não atrapalhem os locais de circulação e
nem provoquem acidentes.
2) As cadeiras, poltronas e vasos sanitários mais altos do que os comuns facilitam a pessoa cuidada a sentar, deitar e levantar. O cuidador, ou outro membro da família, pode fazer essas adaptações. Caso prefira, em lojas especializadas existem levantadores de cama, cadeiras e vasos sanitários.
3) A cama hospitalar é mais segura que a cama comum. Além disso, a cama mais alta facilita as atividades desenvolvidas pelo cuidador, como a troca de curativos, de fraldas, entre outras. Mas, lembre-se que adaptações podem ser feitas quanto ao aumento da altura.
4) Antes de colocar a pessoa sentada na cadeira de plástico, verifique se a cadeira suporta o peso da pessoa e coloque a cadeira sobre um piso antiderrapante, para evitar escorregões e quedas.
5) Sofás, poltronas e cadeiras devem ser firmes e fortes, ter apoio lateral, que permita à pessoa cuidada se sentar e se levantar com segurança.
6) Se a pessoa cuidada não controla a saída de urina, ou fezes, é preciso  cobrir com plástico a superfície de cadeiras, poltronas e cama e colocar por cima um lençol para que a pele não fique em contado direto com o
plástico, pois isso pode provocar feridas.
7) Sempre que possível, coloque a cama em local protegido de correntes de vento, isso é, longe de janelas e portas.
8) Retire tapetes, capachos, tacos e fios soltos, para facilitar a circulação e também evitar acidentes.
9) O ambiente da casa precisa estar sempre limpo, arejado e livre de fumaça e poeira. A limpeza do chão e dos móveis deve ser feita diariamente com pano úmido.
10) Para a limpeza do ambiente evite produtos com cheiro forte, pois podem provocar alergias e alterações respiratórias.
11) A instalação de barras de apoio na parede do chuveiro e ao lado do vaso sanitário promove segurança para a pessoa cuidada durante o seu banho e também ao sentar e levantar do vaso sanitário, evitando o apoio em pendurador de toalhas, pias, cortinas e caixas de descarga.
12) O banho de chuveiro se torna mais seguro com a pessoa cuidada sentada em uma cadeira, com apoio lateral. Isso porque o piso escorregadio causa quedas e escorregões.
13) O uso de tapetes antiderrapantes (emborrachados) em frente ao vaso sanitário e, no chuveiro, embaixo da cadeira também evita quedas e escorregões.
14) A iluminação do ambiente não deve ser tão forte que incomode a pessoa cuidada e nem tão fraca que dificulte ao cuidador prestar os cuidados. Assim, é aconselhado manter uma lâmpada de cabeceira e também deixar acesa uma luz no corredor.
15) Os objetos mais utilizados devem estar próximos e em uma altura que facilite o manuseio, de modo que a pessoa cuidada não precise se abaixar e nem se levantar para apanhá-los.
16) A escada deve ter corrimão dos dois lados, faixa ou piso antiderrapante e ser bem iluminada.
17) As pessoas idosas, ou com certas doenças neurológicas, podem ter dificuldades para manusear alguns objetos devido as mãos trêmulas. Algumas adaptações ajudam a melhorar o desempenho e a qualidade de vida da pessoa:
•Enrole fita adesiva ou um pano nos cabos dos talheres e também no copo, caneta, lápis, agulha de crochê, barbeador manual, pente e escova de dente. Assim, os objetos ficam mais grossos e pesados o que facilita à pessoa coordenar seus movimentos.
• Coloque o prato, a xícara e o copo em cima de um pedaço de material emborrachado para que não escorregue durante as refeições.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Guia Prático do Cuidador. Brasília, 2008. Disponível em: ˂https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_cuidador.pdf˃. Acesso em: 22 out 2020.
MENA, L.S. Saberes e práticas de autoatenção de cuidadores familiares para prevenção e tratamento de lesão por pressão em pacientes em atenção domiciliar [Dissertação]. Pelotas: Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFPEL, 2019. 219 f.
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