O filme “Amizades Improváveis” (The fundamentals of caring) nos traz a história de Benjamin, um homem jovem que está passando por diversos dilemas pessoais, entre eles o divórcio, que resolve procurar emprego como cuidador. O mesmo é contratado para cuidar de Trevor, um rapaz que devido a complicações não possui movimentos do pescoço para baixo.
Benjamin sabe que será um desafio lidar com seus dilemas, o que nos remete aos conflitos pessoais que todos temos e assim também o cuidador tem e precisa lidar com seus dilemas e articulá-los com ato do cuidado.
Outrossim, a mãe do rapaz lhe orienta quanto a rotina de cuidado com o mesmo: “Trevor acorda, assiste tv a mesma hora todo dia. Ele come à mesma hora todo dia”. O desenrolar da trama revela o quanto a rotina pode ser prejudicial e como as ações mais simples fazem toda a diferença. O filme salienta o que a empresa que o contratou sempre orienta seus funcionários quanto a maneira que devem proceder: “Pergunte; Escute; Observe; Ajude; Pergunte novamente; Nada mais, nada menos”.
A própria chamada do filme nos traz em letras garrafais que: “Não dá para cuidar de alguém antes de aprender a se cuidar”.
Ao pensarmos que cuidar de alguém é como navegar entre os que cuidam e quem está sendo cuidado, conseguimos pensar e refletir no real sentido que o ato do cuidado tem e a forma que toma para cada um que o desempenha, por conseguinte, é preciso que nos amemos e nos cuidemos em primeiro lugar, afim de que possamos desempenhar um cuidado mais efetivo.
*Por Lucas Silva Dellalibera. Bolsista de Iniciação à Extensão da UFPEL.