A sobrecarga do cuidador familiar no cuidado domiciliar

A necessidade de um cuidador familiar no domicílio, atualmente, é bastante presente na sociedade, especialmente quando há algum membro da família doente em acompanhamento por equipes da atenção domiciliar. Tal fato deve-se ao aumento da expectativa de vida nos últimos anos. Esse fenômeno impacta na qualidade de vida de adultos e idosos, que necessitam cada vez mais de cuidados devido o aumento das doenças crônicas.

As pessoas que se disponibilizam para realizar o cuidado no domicílio, por vezes, possuem pouco acesso às informações e capacitações. Quando isso ocorre, antes de uma alta hospitalar, por exemplo, pode haver dificuldade de entendimento de todas as informações fornecidas acerca do cuidado a ser prestado, uma vez que o possível cuidador está assimilando as notícias sobre a doença e a situação do paciente, refletindo sobre como será a (re)organização para o cuidado domiciliar. Assim, a transformação na vida do novo cuidador faz com que ele tente se adaptar a rotina e aos encargos do dia a dia, relegando a segundo plano o cuidado de si.

Com isso, a qualidade de vida do cuidador é afetada, envolvendo fatores como a saúde física, o estado psicológico, os níveis de independência, os relacionamentos sociais, o padrão espiritual, entre outros, implicando em diferentes tipos de sobrecargas. Estudos recentes indicam três principais tipos de sobrecargas que afetam a qualidade de vida dos cuidadores: a física, a emocional e a social.

A sobrecarga física refere-se a grande demanda de cuidados prestados ao paciente, que exige esforço físico e muitas horas do dia para o cuidado. Por exemplo, pode-se destacar atividades como levar ao banheiro, fazer mudanças de posição no paciente acamado, entre outras. A sobrecarga emocional trata do apoio que o cuidador presta a pessoa que está sendo cuidada. Em algumas situações, o adoecimento faz com que o estado psicológico do familiar seja afetado. Por último, a sobrecarga social se torna nítida, quando o cuidador começa a deixar de lado questões como o trabalho, o convívio com a família e os amigos por falta de tempo livre.

As três sobrecargas citadas não são explícitas nos cuidadores, por que esses não se sentem confortáveis em admitir o excesso de trabalho que estão passando. Fontes de apoio, suporte e a realização de pesquisas são essenciais para achar meios de aliviar a sobrecarga das pessoas que fornecem o cuidado, evitando que o cuidador se torne um segundo paciente.

Autores: Fernanda Eisenhardt de Mello1; Melissa Hartmann1; Stefanie Griebeler Oliveira2; Franciele Roberta Cordeiro2; Adrize Rutz Porto2

  1. Acadêmicas da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).
  2. Professoras da Faculdade de Enfermagem/UFPEL

 

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