Neste semestre o meu processo criativo tem sido atravessado pela ausência do olho-no-olho, pela ausência de estímulos advindos deste ensino remoto, em alguns momentos da frustração de não finalizar este ciclo acadêmico em 2020 e principalmente pela ausência de não estar exercendo o meu trabalho enquanto professor de teatro.
Acredito que se eu tivesse feito esta disciplina no 5° semestre, ssria completamente diferente e talvez este processo de criar uma contação de histórias teria fritado o meu cérebro com centenas de ideias sobre o que fazer.
Com isso fica evidente que neste semestre tenho optado pelo simples, por estar num processo em que minhas energias se encontram baixa. Mas sempre pensando, como oferecer o meu melhor, mesmo quando não me sinto estimulado.
Portanto “encima daquela ponte” é uma adaptação de “Em cima daquela Serra” de Eucanaã Ferraz, na qual eu proponho uma narrativa em que vários elementos passam por cima da ponte, encruzilhando o literal e Poético. E também pensando neste contexto passageiro, como uma forma de materializar o que a pandemia tem causado em meu corpo e em minha subjetividade. Os elementos que trago como frutas, legumes, objetos de limpeza, máscara, o ato de não fazer nada, as plenitude do espaço, tudo isso são fragmentos que fazem parte do meu dia-a-dia e que eu ressignifico em signos.