Fruto de mais de sete anos de pesquisa, acaba de ser depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI – o pedido de patente da primeira linhagem celular contínua a partir de células de abelhas Apis mellifera africanizadas do Brasil. Coordenado pelo prof. Dr. Geferson Fischer, do Laboratório de Virologia e Imunologia (Labvir), da Faculdade de Veterinária da UFPel, e objeto de tese do doutorando Matheus Iuri Frühauf, do Programa de Pós-Graduação em Veterinária (PPGV) da UFPel, o projeto contou ainda com a participação da mestranda Lariane da Silva Barcelos, também do PPGV. Os professores Marcelo de Lima, Silvia de Oliveira Hübner e Gilberto Vargas, todos do Labvir, além de estudantes de pós-graduação e graduação em Veterinária, também colaboraram. O estudo contou com financiamento parcial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul – FAPERGS – e da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior – Capes.
Nomeada FFAM-15, a linhagem celular representa um avanço no estudo dos vírus que acometem as abelhas, uma vez que permitirá o seu isolamento e o estudo in vitro. Atualmente os estudos com estes vírus, basicamente a sua identificação, têm sido realizados através do uso de técnicas de biologia molecular, dada a indisponibilidade de linhagens celulares de abelhas Apis mellifera. Considerada a terceira linhagem de abelhas Apis mellifera no mundo, as células FFAM-15 poderão também ser utilizadas como ferramenta para estudo da replicação de outros microorganismos que acometem as abelhas, como bactérias e fungos, como método diagnóstico destes microorganismos e como ferramenta na avaliação da toxicidade e da resistência de abelhas contra agentes químicos. As células serão fundamentais, também, no estudo e desenvolvimento de produtos antivirais. Por fim, as células poderão ser utilizadas como biorreator, para expressão de proteínas recombinantes.
Ao destacar a relevância do estudo, os pesquisadores ressaltam a importância e o interesse no estabelecimento de novas parcerias, visando não apenas a disponibilização das células FFAM-15 ao meio científico, mas também a expansão das pesquisas em sanidade apícola. Busca-se, assim, ampliar o alcance e a aplicação da nova linhagem celular da espécie Apis mellifera.