nirce athis 50 anos

Reflexões sobre lei de ATHIS e a formação de novos profissionais é incitada pela Profª Nirce Medvedovski

Nesta sexta-feira, 21 de Outubro, a Profª Nirce Medvedovski apresenta a Lei de ATHIS, sua influência na Faculdade e reflexões sobre rumos futuros possíveis para a assistência social.

Hoje às 10h no auditório da FAUrb, o ciclo de aulas públicas em comemoração aos 50 anos da FAUrb-UFPel continuou. Desta vez com uma fala importante vinda de dentro da própria casa. A Profª Nirce Medvedovski apresenta a todos e todas a trajetória da Lei de ATHIS (Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social) e sua influência desde então na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPel e no Brasil, assim como reflexões sobre rumos futuros possíveis.

O que é ATHIS? Lei Federal nº 11.888/2008

Conhecida como Lei da Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social, garante que famílias com renda de até três salários mínimos recebam assistência técnica pública e gratuita para a elaboração de projetos, acompanhamento e execução de obras necessárias para a edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária de suas moradias.

CAU-BR (saiba mais)

Nirce Saffer Medvedovski é professora titular da FAUrb-UFPel desde 1980. Graduada pela UFRGS (1975), obteve lá também seu título de mestra em Planejamento Urbano e Regional (1983) e, posteriormente, doutora em Estruturas Ambientais Urbanas pela USP (1998).  Foi diretora da Unidade nos períodos de 1997-2001 e 2001-2005. É hoje coordenadora do Grupo de Pesquisa NAUrb (Núcleo de Arquitetura e Urbanismo da FAUrb), aonde trabalha principalmente com os temas de habitação de interesse social, requalificação e regularização urbana, e avaliação pós­ ocupação.

Estabelecendo um paralelo entre Medicina e Arquitetura, a Profª formulou ao público a hipótese de uma residência multiprofissional ser incorporada à UFPel. Um ambiente adequado para estudantes e profissionais trabalharem com a lei ATHIS, desenvolvendo a ética cidadã e profissional. Isso implica em ampliar o acesso a recursos públicos, qualificação habitacional e apropriação urbana. Como sabemos, o mestrado no Brasil é voltado para o mundo acadêmico e não para o prático, então essa dinâmica concederia um título de especialização.

A proposta nasce inspirada na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA), que lançou a Residência em Arquitetura, Urbanismo e Engenharia (Residência AU+E/UFBA) como um curso de pós-graduação em Assistência Técnica, Habitação e Direito à Cidade em 2013. Segundo a UFBA “a Residência AU+E/UFBA abrange, também, trabalho de campo para assistência técnica e elaboração de projetos, por meio de oficinas, pesquisa, planejamento, e outras atividades correlatas.”

Essa hipótese da residência multiprofissional vem com a intenção de proporcionar um palco para que essas práticas sociais maravilhosas aconteçam, unindo estudiosos. Dentro de uma sociedade multidisciplinar, fica claro que o Arquiteto é o agente que traduz a demanda em projeto. No entanto, esta é apenas uma peça de um quebra-cabeça muito mais complexo. Os métodos participativos, desenvolvidos junto ao usuário, são fruto do esforço de sociólogos, antropólogos, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas e diversas áreas do conhecimento humano. Compreender a dinâmica das habitações mínimas e suas formas evolutivas é o primeiro passo para o atendimento às famílias.

Fica uma provocação: é possível repensar o currículo da graduação a partir de ações de extensão? Como não desperdiçar o potencial das disciplinas no atendimento de demandas reais da sociedade? Como os novos profissionais seriam impactados se as solicitações de grupos carentes fossem encaradas?

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