STJD FC, o melhor clube do Brasil

Por Mateus Bunde

Parece uma piada à primeira vista, e realmente é. Cartolas despreparados para comandar o futebol são cada vez mais vistos sentados nas cadeiras apontando o dedo, acusando e distribuindo punições ríspidas e sem qualquer sentido aos clubes brasileiros. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) estampa sempre manchetes em jornais após algum escândalo envolvendo qualquer time, onde, um simples levantar de camisa durante uma comemoração de gol, pode resultar numa punição de três ou quatro jogos ao felizardo que conseguiu empurrar a bola para o fundo das redes.

Auditor Ricardo Graiche não largou o smartphone durante julgamento. Foto: Reprodução (http://abr.ai/1xBcD7a)

Auditor Ricardo Graiche não largou o smartphone durante julgamento. Foto: Reprodução (http://abr.ai/1xBcD7a)

Não é de hoje que o Tribunal, que deveria corrigir, desmorona clubes, competições e jogadores com decisões supérfluas e sem coerência. O caso mais conhecido, o da Portuguesa, propiciou uma quantidade absurda de críticas ferrenhas em direção às cadeiras dos juízes-cartolas. Com a aplicação incoerente da lei, a Lusa foi rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2014 (e quando voltou, desceu mais um degrau, parando na Série C) devido a escalação irregular do meio-campo Héverton, numa confusão em que o jogador, ao invés de cumprir suspensão de apenas um jogo, foi determinado, pelo STJD, a cumprir dois jogos. Com isso, houve o benefício de terceiros no caso, como o Fluminense, que se manteve na Série A do Brasileirão.

Outro caso, não muito diferente, diz respeito ao América-MG, onde o clube foi punido pelo Tribunal ao perder incríveis 21 pontos na Série B, deixando o grupo dos quatro primeiros, para ocupar a última posição da tabela. Após o episódio e duras críticas recebidas pela mídia, o STJD reviu o caso e diminuiu a pena para o demérito de 6 pontos aos mineiros na competição. Por último, mas não menos importante, o caso da confusão do Brasil de Pelotas e Londrina, pela semifinal da Série D, ocasionou a perda de sete jogadores da equipe pelotense para a decisão contra o Tombense (onde o Brasil empataria os dois jogos da final por 0x0 e, consequentemente, perderia nos pênaltis).

O STJD é o único grupo capaz de tirar tantos pontos de clubes brasileiros. Nem o poderoso Cruzeiro, líder da Série A, parece ter forças para um embate contra o Tribunal. Tribunal este que se mostra ríspido, incoerente e cego aos diversos fatores do futebol e se abraça às velhas leis que circundam o antigo prédio da administração jurídica do esporte. Até lá, o esporte nacional número 1 estará nas mãos de coxinhas que pouco se importam para a paixão do brasileiro.

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