Resenha | The Morning Show

Por Carol Pinho / Em Pauta

The Morning Show é uma série de drama original da Apple TV. A sua primeira temporada estreou em novembro de 2019 e, a segunda, lançou recentemente, em setembro de 2021. A série é baseada em um livro do jornalista Brian Stelter, chamado “Top of the Morning: Por dentro do mundo cruel da TV matinal”, e um de seus criadores, Jay Carson, foi consultor de House of Cards, o que já da um sinal sobre a entonação a ser esperada. 

A série fala sobre o dia a dia caótico de um telejornal famoso de Nova York, que está lidando com clássicos problemas do mundo moderno: audiências caindo e sérias acusações de assédio sexual. Alex Levy (Jennifer Aniston) tem apresentado o The Morning Show ao lado de Mitch Kessler (Stevel Carell) pelos últimos 15 anos, quando descobre que o seu amigo e parceiro de bancada foi acusado como “predador sexual” por funcionárias da emissora. Mitch é demitido assim que a notícia vaza, e Alex precisa aprender a dividir a bancada com outra pessoa, ao mesmo tempo em que luta por manter o seu lugar.

The Morning Show já começa nos apresentando com um elenco de grandes nomes da comédia: Jennifer Aniston, Steve Carell e Reese Witherspoon. Ou seja, é normal que o espectador já comece a assistir com grandes expectativas. Infelizmente, essas expectativas não são cumpridas logo de cara. Afinal, não é apenas um bom elenco que faz uma boa série, o enredo também precisa prender, e essa série demora alguns episódios para fazer isso. Porém, ao longo dos primeiros episódios e dos inesperados acontecimentos e reviravoltas, a série passa a se tornar cada vez mais envolvente e fluida. Cada episódio possui em torno de 50-70 minutos, o que faz com que os episódios demorem demais para passar. Mesmo com muita coisa acontecendo e mudando a cada minuto, ainda sim pode ser um pouco cansativo de assistir.

De primeira, é muito fácil simpatizar com Alex, pois ela logo no início já passa pela difícil situação de perder o seu parceiro e amigo de trabalho. Mas, além disso, ainda há um risco de que ela seja demitida também. Quanto à Mitch, é difícil e demorado para entendermos esse personagem. Assim como muitos homens acusados de assédio, ele também alega que foi tudo consensual e nega todas as acusações. Como nós não somos apresentadas com uma história completa logo de cara fica uma pulga atrás da orelha. Ao longo dos episódios, permanece esse mistério. O que de fato aconteceu? O que Alex sabia? Até onde todos estavam fechando os olhos para as atitudes de Mitch?

Enquanto isso, nós conhecemos Bradley (Reese Whiterspoon), uma jovem jornalista que viraliza com um vídeo em que ela perde a cabeça e briga com um manifestante. Bradley é, aparentemente, tudo que o The Morning Show precisa para sobreviver à crise que está passando: jovem, espontânea e inteligente. Além disso, ela traz um ar divertido para a série, pois está sempre reagindo com muita personalidade às situações. Bradley já trabalha há alguns anos como jornalista, mas ela ainda possui aquele olhar de quem quer fazer diferente e de quem realmente se importa com notícias de qualidade.

The Morning Show nos mostra o mundo do jornalismo corporativo e como as barreiras de ética podem rapidamente ser quebradas na eterna luta pela audiência e pela pauta. Muitos se referem à série como um entretenimento bagunçado, pois é realmente muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Personagens tendo surtos e brigando entre si, enquanto que as suas vidas pessoais entrando em colapso junto com a vida profissional. É uma série de drama, que consegue prender o espectador ao longo dos episódios, com momentos inesperados e situações, por vezes, cômicas. 

The Morning Show foi a primeira série produzida originalmente pela Apple TV e a série se torna cada vez melhor e mais viciante ao longo da primeira temporada. A temporada acaba com um final chocante, daqueles que faz com que o espectador fique aflito pela continuação, que não decepciona, com uma segunda temporada ainda melhor que a primeira.

 

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