Projetos de extensão que contribuem com a sociedade pelotense
Projeto de extensão Web Rádio, Web TV e Inclusão social mantém parceria com a Associação Escola Louis Braille
Por Roberta Muniz
Os projetos de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) visam um objetivo em comum: aproximar o ambiente acadêmico da comunidade a sua volta. Para isso, existem inúmeros projetos que levam a determinados círculos sociais da cidade, benefícios. Professores e alunos engajados para que o aprendizado visto em aula, possa ser utilizado para transformações.
O projeto de extensão Web Rádio, Web TV e Inclusão social criado em 2014 no curso de Jornalismo da UFPel, desenvolve uma parceria com a Associação Escola Louis Braille – lida com alunos cegos e de baixa visão – aplicando oficinas de Web Rádio e Web TV, seguindo sugestões de temas por parte dos professores para abranger todos os alunos da Associação, que variam de faixa etária.
A missão do projeto é fazer a integração social dos deficientes visuais com a sociedade para além do grupo de alunos, mas para cada um deles individualmente, usando para essa socialização a comunicação trabalhada dentro do curso de Jornalismo.
Um dos bolsistas do projeto, Micael Machado, conta pra gente um pouco da sua experiência:
Como estudante, qual a importância que vê em ter projetos de extensão dentro do teu curso?
“Acho que toda e qualquer atividade extra no curso é importante para nós aprendermos mais e também trocar experiências com outros profissionais e a comunidade como um todo. Os projetos de extensão fazem com que a gente coloque em prática tudo aquilo que aprendemos em sala de aula. Além disso, é responsável por nos mostrar as inúmeras áreas que nós, como profissionais podemos seguir assim que estivermos formados”.
O que te levou a se interessar por este projeto em específico?
“Eu estava desde o ingresso no curso na área da pesquisa até que um dia, a professora Raquel Recuero me aconselhou a explorar mais os projetos que o nosso curso têm. Não sabia que existiam tantos e quando explorei, me apaixonei à primeira vista pelo projeto na Louis Braille pelo fato de mostrar todo o papel social que nós, futuro jornalistas temos em nossa sociedade, me tirar da universidade para conhecer novas realidades e vivências além de é claro, me ensinar tanto a profissional quanto mais humano”.
Quais os maiores aprendizados, acredita, que vais levar para a tua vida profissional e pessoal, trabalhando em um projeto tão voltado ao lado social?
“Tudo o que estou vivendo no projeto aplicado na Louis Braille gera aprendizado. Digo que estou aprendendo a não enxergar somente com os olhos, que estou aguçando outros sentidos. Quando estou toda quarta com a Dóris, o Henry, a Camilinha, o Diego, a Vanessa, o Xandy, o Felipinho, o Léo e tantos outros no projeto, estamos um no mundo do outro e aprendendo muito juntos. Com certeza depois que acabar a bolsa, ficarei na Louis Braille como voluntário”.
Consegue perceber o que o projeto causa, agrega, aos alunos da Associação Louis Braille? Se sim, o que fica mais perceptível?
“Apesar de estar completando poucas semanas de projeto, é perceptível que a interação realizada entre nós, mediada pelo microfone, que os alunos adoram, é um meio de socialização. Eles interagem comigo, com as professoras, entre eles mesmos e também conhecem um pouquinho mais do mundo de cada um. É um momento onde há uma troca mútua, em que eles desenvolvem mais a fala, a dicção, a capacidade de argumentação e perdem o medo do “mundo” fora da Louis Braille.”
A missão do projeto é a socialização, a integração social e você, como bolsista, acredita que essa missão está sendo cumprida?
“Está, porque consigo perceber melhorias na forma como eles se comunicam, não somente comigo, mas com o mundo externo, digamos assim. Eles acabam interagindo e se integrando na sociedade, passam a se enxergar inseridos nela e, é claro, capazes de serem quem são ou de realizarem sonhos que até então, achavam impossíveis.”
Através da entrevista, pode-se notar o quanto esse projeto de extensão proporciona, tanto para os alunos da Associação, quanto para os alunos do curso de jornalismo. O projeto se desenvolve semanalmente na Associação Escola Louis Braille, onde as oficinas são ministradas e o desenvolvimento social acontece através do microfone.