Projetos de extensão que contribuem com a sociedade pelotense

Projeto de extensão Web Rádio, Web TV e Inclusão social mantém parceria com a Associação Escola Louis Braille

Oficina ministrada na Associação. Imagem: Fábio Cóssio

Por Roberta Muniz

Os projetos de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) visam um objetivo em comum: aproximar o ambiente acadêmico da comunidade a sua volta. Para isso, existem inúmeros projetos que levam a determinados círculos sociais da cidade, benefícios. Professores e alunos engajados para que o aprendizado visto em aula, possa ser utilizado para transformações.

O projeto de extensão Web Rádio, Web TV e Inclusão social criado em 2014 no curso de Jornalismo da UFPel, desenvolve uma parceria com a Associação Escola Louis Braille – lida com alunos cegos e de baixa visão – aplicando oficinas de Web Rádio e Web TV, seguindo sugestões de temas por parte dos professores para abranger todos os alunos da Associação, que variam de faixa etária. 

Bolsista do projeto, Micael Machado, interagindo com os alunos da Louis Braille. Imagem: Fábio Cóssio

A missão do projeto é fazer a integração social dos deficientes visuais com a sociedade  para além do grupo de alunos, mas para cada um deles individualmente, usando para essa socialização a comunicação trabalhada dentro do curso de Jornalismo. 

Um dos bolsistas do projeto, Micael Machado, conta pra gente um pouco da sua experiência: 

 

Como estudante, qual a importância que vê em ter projetos de extensão dentro do teu curso?

“Acho que toda e qualquer atividade extra no curso é importante para nós aprendermos mais e também trocar experiências com outros profissionais e a comunidade como um todo. Os projetos de extensão fazem com que a gente coloque em prática tudo aquilo que aprendemos em sala de aula. Além disso, é responsável por nos mostrar as inúmeras áreas que nós, como profissionais podemos seguir assim que estivermos formados”.

 

O que te levou a se interessar por este projeto em específico?

“Eu estava desde o ingresso no curso na área da pesquisa até que um dia, a professora Raquel Recuero me aconselhou a explorar mais os projetos que o nosso curso têm. Não sabia que existiam tantos e quando explorei, me apaixonei à primeira vista pelo projeto na Louis Braille pelo fato de mostrar todo o papel social que nós, futuro jornalistas temos em nossa sociedade, me tirar da universidade para conhecer novas realidades e vivências além de é claro, me ensinar tanto a profissional quanto mais humano”.

 

Quais os maiores aprendizados, acredita, que vais levar para a tua vida profissional e pessoal, trabalhando em um projeto tão voltado ao lado social?

“Tudo o que estou vivendo no projeto aplicado na Louis Braille gera aprendizado. Digo que estou aprendendo a não enxergar somente com os olhos, que estou aguçando outros sentidos. Quando estou toda quarta com a Dóris, o Henry, a Camilinha, o Diego, a Vanessa, o Xandy, o Felipinho, o Léo e tantos outros no projeto, estamos um no mundo do outro e aprendendo muito juntos. Com certeza depois que acabar a bolsa, ficarei na Louis Braille como voluntário”.

 

Consegue perceber o que o projeto causa, agrega, aos alunos da Associação Louis Braille? Se sim, o que fica mais perceptível?

“Apesar de estar completando poucas semanas de projeto, é perceptível que a interação realizada entre nós, mediada pelo microfone, que os alunos adoram, é um meio de socialização. Eles interagem comigo, com as professoras, entre eles mesmos e também conhecem um pouquinho mais do mundo de cada um. É um momento onde há uma troca mútua, em que eles desenvolvem mais a fala, a dicção, a capacidade de argumentação e perdem o medo do “mundo” fora da Louis Braille.”

 

A missão do projeto é a socialização, a integração social e você, como bolsista, acredita que essa missão está sendo cumprida?

“Está, porque consigo perceber melhorias na forma como eles se comunicam, não somente comigo, mas com o mundo externo, digamos assim. Eles acabam interagindo e se integrando na sociedade, passam a se enxergar inseridos nela e, é claro, capazes de serem quem são ou de realizarem sonhos que até então, achavam impossíveis.”

 

Através da entrevista, pode-se notar o quanto esse projeto de extensão proporciona, tanto para os alunos da Associação, quanto para os alunos do curso de jornalismo. O projeto se desenvolve semanalmente na Associação Escola Louis Braille, onde as oficinas são ministradas e o desenvolvimento social acontece através do microfone.

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