Projeto de extensão da UFPel oferece aulas de balé à comunidade surda

Por Luíza Mattea

O projeto de extensão atua na escola Alfredo Dub . Imagem: Arquivo Pessoal

Com o objetivo de proporcionar o acesso à arte e cultura, o projeto de extensão “A comunidade surda reinventando a arte do balé”, tem como proposta ensinar passos básicos do balé à comunidade surda. Coordenado pela professora do Centro de Letras e Comunicação Karina Pereira, o projeto tem suas atividades ministradas na Escola Alfredo Dub e conta com uma turma infantil e outra adulta.

Além de possibilitar a expressão corporal por meio da dança, a ação busca incentivar a prática de exercícios físicos, visando o bem-estar e a saúde. Para Karina, trata-se de uma questão de visibilidade para a comunidade surda, que muitas vezes não tem o atendimento necessário na língua de sinais e, por isso, não é auxiliada corretamente na hora de praticar exercícios em academias.

Buscando estimular a corporeidade e sensibilidade proveniente do balé, a questão visual é muito explorada, assim como a vibração e o estalo de dedos. Além disso, o projeto busca contribuir no vocabulário próprio da dança, criando termos específicos para cada passo na língua de sinais. “Buscamos ampliar uma gama de movimentos para a cultura surda, para que eles tenham acesso a expressões próprias do balé. Palavras como coreografia, ritmo, flexibilidade e alongamento não tem um sinal próprio para eles”, destaca o bolsista do projeto, Victor Techera.

A partir do 2º semestre de 2019, o projeto começa a contar com uma novidade: a literatura adaptada do balé. Histórias como Cinderela e outros clássicos serão apresentadas com foco na dança. “Muitas pessoas tem esse olhar de que as pessoas surdas não podem fazer atividades que envolvem música, mas estão erradas. Elas sentem a música de outras maneiras e aprendem a partir dessa experiência”, destaca Karina.

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