O Grande Circo Místico
Por Graça Vignolo de Siqueira
Sinopse:
“A história de cinco gerações de uma mesma família circense, da inauguração do Grande Circo Místico, em 1910, aos dias de hoje. Celavi, o mestre de cerimônias que nunca envelhece, mostra as aventuras e os amores dos Knieps, do apogeu à decadência.”
Já tendo visto os outros filmes em cartaz resolvi dar uma chance ao cinema brasileiro e fui assistir O Grande Circo Místico. Meu gosto por circo ficou exigente com o passar dos tempos, mas afinal, era O Grande Circo, do Cacá Diegues.
Com três anos de produção, inclusive começando pelas cenas em Portugal, um grande elenco, e a participação do ator francês Vincent Cassel, o filme prometia. Mas se perdeu.
A história começa pela Imperatriz Catarina (Catherine Mouchet), que veio morar no Brasil e mantinha um romance com Dr. Frederico (Antônio Fagundes), já casado. Desse relacionamento nasce Fred (Rafael Lozano).
Fred é apaixonado pela dançarina Beatriz (Bruna Linzmeyer) e lhe presenteia com um circo. A partir daí o que vemos não é o que se espera de um filme sobre o tema.
Eu, pelo menos, ansiava pela magia, a fantasia, o amor pelo circo e a resistência aos tempos modernos. Esqueçam as grandes apresentações, a vibração do público ou show com animais.
O que vemos na tela são cenas cortadas, assim como personagens rápidos demais, e sexo, muito sexo. Ao ponto de várias pessoas saírem no meio da projeção.
O filme ainda conta com nosso famoso pelotense, Juliano Cazarré, Jesuíta Barbosa e Mariana Ximenes, entre outros, e a música de Edu Lobo e Chico Buarque de Hollanda. Mas nem isso o salva.
Fica um gosto amargo de três milhões de reais desperdiçados pelo Governo Federal, no programa Brasil de Todas as Telas 2014. E a tristeza de ver a geração do circo crescer em consequência de estupro e incesto.
Inspirado em um poema de Jorge de Lima, foi apresentado no Festival de Cannes e, infelizmente, foi escolhido para concorrer ao Oscar 2019 representando o Brasil.
Nota: 5