O esquecimento colorado
Há três meses, o Internacional era batido em sua casa pelo Figueirense em uma virada histórica. O time colorado abriu vantagem de dois gols ainda na primeira etapa, mas cedeu a virada após três tentos do time catarinense, equipe muito menor do que o clube gaúcho. Na época, muitas foram as críticas, histórias, matérias e reportagens acerca daquele jogo atípico. Mas, logo se esqueceu.
Hoje, os três pontos daquele 07 de setembro fazem muita falta ao time de Abel Braga (foto). Não fossem aqueles três pontos perdidos, hoje o Inter, além de classificado para a Libertadores da América (L.A.), estaria com o 3° lugar do campeonato assegurado. Mas, afinal, qual é a importância de terminar em 3° ou 4° lugar?
Antes de mais nada, devemos deixar claro que o futebol não pode viver de passado, de pontos que poderiam ter vindo ou vitórias que não chegaram, como foi o empate com o Botafogo, quando também ganhava de dois gols de diferença, fora de casa, e cedeu o empate no fim. Mas também não podemos esquecer que o time colorado peca quando não pode, como contra o Figueirense e Botafogo, adversários que lutaram contra o rebaixamento por grande parte do campeonato.
O que não deve acontecer é o Internacional novamente cair no esquecimento do mais importante: o bom futebol. Neste sábado (06/12), o Inter enfrenta o mesmo Figueirense na Arena Condá, em Santa Catarina, buscando assegurar aqueles três pontos que há três meses antes não vieram e hoje não são mais esquecidos.
A diferença deste jogo é a importância dele ser o último do campeonato, não havendo mais tempo para erros. Vencendo o Figueira, o Inter assegura o 3° lugar e entra direto na fase de grupos da L.A., no grupo 4, com Emelec (EQU), um representante do Chile e o vencedor de Morelias (MEX) e The Strongest (BOL). Teoricamente, um grupo muito fácil.
Caso o Inter não vença o time catarinense, fica à espera de um tropeço do Corinthians em casa contra o já rebaixado Criciúma, para que a situação se mantenha. Caso contrário, ficando em 4° lugar, o Inter terá de disputar a pré-Libertadores contra um time colombiano, tendo menos tempo para sua pré-temporada, um desgaste a mais com dois jogos e, caso classifique, ingressa no Grupo 2, considerado o “grupo da morte”. Nesse, enfrentaria São Paulo, Danubio (URU) e o atual campeão San Lorenzo (ARG). Não é à toa que o Sr. Roberto Melo, diretor do Inter, afirmou que a Libertadores “começa contra o Figueira”.
Fato é que não há mais tempo para erros. Um time que viveu o ano inteiro se desculpando de prioridades não tem mais nada se não esta vaga a brigar para dizer que o ano não foi em vão, além do Campeonato Gaúcho. Não se pode esquecer que o time foi desclassificado da Copa do Brasil e da Sul-Americana dizendo ser o Brasileiro a prioridade, e tão logo perdeu as chances do título nacional, colocou a L.A. como questão de honra. Agora, mira a vaga direta para ficar mais acomodado.
Passando esta partida, o Internacional, independente de resultado ou classificação, terá de se preparar para outra guerra no ano que vem. O time de Abel Braga (que nem sabe se fica) precisa de uma reformulação, pois atua sem intensidade e não tem um padrão de jogo para lhe dar segurança. Ano que vem, não se podem repetir os erros de três meses atrás, ou muito menos esquecê-los, pois o campeonato é mata-mata, e quem permitir vacilos, logo terá que estabelecer outras prioridades.