Netflix e o aumento das produções exclusivas para web
Os números não param de crescer. Com 62 milhões de assinantes no primeiro trimestre de 2015, as produções próprias conquistam cada vez mais os fãs.
por Fernanda Flores
O Netflix nasceu em 2007, nos Estados Unidos, e veio para o Brasil só em 2011. Sua chegada aqui no país foi um pouco acanhada e, talvez, até mal recebida. Os brasileiros gostaram da praticidade em assistir filmes e séries online, com ótima qualidade, mas o baixo número de títulos disponíveis na biblioteca brasileira acabou gerando certo desinteresse.
Com o passar do tempo e a popularização desse tipo de serviço – como o Spotify, ferramenta de streaming para músicas – o Netflix aumentou o número de títulos nas bibliotecas e investiu em séries próprias, feitas especialmente para web. Assim, o desinteresse do público diminuiu e o número de assinantes começou a crescer. E esse crescimento não foi só no Brasil: atualmente, o Netflix vai ao ar em mais de 50 países.
De acordo com matéria do site Valor, nos primeiros três meses de serviço no Brasil, o Netflix somou 309 mil usuários. No ano seguinte, em 2012, o número passou para 857 mil. Mas, a grande mudança aconteceu em 2013, quando a base total de assinantes, em todos os países, chegou a 2,9 milhões. Hoje, no Brasil, são, em média, cerca de 2,2 milhões de assinantes, de um total de 62 milhões.
O Netflix está no Brasil desde 2011 e, atualmente, possui cerca de 2 milhões de assinantes no país.
Foto: Google Imagens (http://goo.gl/IPSFBd)
Com exclusividade, Netflix
A empresa começou a investir na compra de novas séries em 2012, adquirindo algumas produções que haviam sido canceladas na televisão e as continuando – como Arrested Development, da Fox, e The Killing, da AMC. Após, em 2013, foi dado o início às produções próprias: House of Cards, Orange is The New Black e Hemlock Grove foram as primeiras.
O Netflix investe pesado em produções para a web, tudo é pensado para esse formato. Desde o enredo, que, na maioria das séries, busca um público mais jovem, até os movimentos de câmera e posicionamento dos personagens, que precisam se adequar aos diversos formatos disponíveis na web – computador, celular, televisão e tablet.
A portabilidade é um dos principais atributos do Netflix, os títulos podem ser visualizados no computador, na televisão, ou em dispositivos mobile.
Foto: Google Imagens (http://goo.gl/hFIaL8)
Além disso, a união de temas atuais e relevantes para o público alvo do mercado de streaming é uma grande aposta da Netflix. A comodidade ao acesso de conteúdo de qualidade já não basta para os usuários, o que conta, agora, é a inovação. Quando as produções são tão atuais, feitas somente para web, o espectador quer ver a realidade impressa na tela, sem clichês – algo que é pouco visto nas obras hollywoodianas.
Assuntos tidos como tabus, como homossexualidade e legalização das drogas e do aborto, são tratados de forma aberta e natural, já que a liberdade encontrada virtualmente é muito maior do que na televisão. Os temas são ligados com o que se vê na mídia online, e até as redes sociais são influenciadoras no que será exibido. É claro que séries de época, como House of Cards, não terão tamanha crítica à atualidade, mas séries mais jovens, como Orange is The New Black e, a novidade de 2015, Sense 8, são constantemente pautadas dessa maneira.
A nova televisão
O Netflix, assim como outras ferramentas de streaming de vídeo, vem tomando o lugar da televisão. A praticidade em ver o que quiser com um clique, e a autonomia escolher a melhor hora para assistir, sem uma grade de programas pré estipulados, assim como na televisão, são os principais argumentos de quem trocou a tevê pelo streaming online.
A Folha de São Paulo, em sua versão online, divulgou uma matéria que diz que em 2016 o streaming tomará o lugar dos quatro principais canais de televisão estadunidense. As famosas Fox, NBC, ABC e CBS terão muito menos pontos de audiência com relação as horas assistidas no Netflix. No primeiro trimestre de 2015 já foram assistidas cerca de 10 bilhões de horas, número que, de acordo com a pesquisa, empata com a ABC e NBC.
O que o usuário dessa ferramenta procura é a comodidade – aliada à interatividade.
Foto: Google Imagens (http://goo.gl/CZTWfN)
Para assinar
O Netflix custa, no Brasil, entre 19,90 e 29,90 reais – os valores variam de acordo com o número de telas simultâneas e a resolução, que pode ser em HD e 4K.
Para assinar, basta acessar o site da empresa e criar uma conta utilizando cartão de crédito.
