Nebraska
Sinopse:
“O idoso Woody Grant (Bruce Dern) recebe uma propaganda de revista lhe informando que ganhou US$ 1 milhão. Mesmo com todas as advertências de sua esposa (June Squibb) e filhos, ele decide retirar o prêmio e resolve ir a pé até Lincoln, em Nebraska. Seu filho David (Will Forte) percebe que seu pai não desistirá e resolve levá-lo de carro.”
É preciso alertá-los que o filme é em preto e branco. Eu, particularmente, não gosto, mas assisti sem problemas, afinal concorreu a seis estatuetas no Oscar 2014, inclusive a de Melhor Filme. Em segundo lugar, se faz necessário explicar que só americanos entendem bem o que significa o gênero “comédia dramática”. Pois bem, essa comédia dramática não é comédia e muito menos um drama, talvez um filme que trate de relacionamentos familiares.
Bruce Dern, aos 77 anos, está muito bem desempenhando um idoso alcoólatra, que tem um corpo cansado. Concorreu ao Oscar 2014 como Melhor Ator. June Squibb, que concorreu à Melhor Atriz Coadjuvante, faz a esposa que ameaça mandá-lo para um asilo constantemente e estão sempre implicando um com o outro.
Para mim, Nebraska é um filme de amor e respeito de um filho a seu pai. O que melhor pode traduzir essa viagem familiar? No caminho, Woody cai e bate com a cabeça, precisando de pontos e descanso. David, então, muda um pouco os planos. Vai para a casa dos tios, que não vê há mais de 10 anos no fim de semana.
Lá, Woody conta a todos sobre o prêmio que está indo buscar em Lincoln. É o suficiente para que todos passem a assediá-lo, cobrar-lhe dívidas que não fez, inclusive ameaçando sua família que agora está toda unida na casa do tio. A inocência daquele idoso é digna de respeito. Tudo o que ele quer nem é bem um milhão. Ele quer apenas uma camionete nova, um compressor novo e deixar alguma coisa para os dois filhos.
David tem toda a paciência possível com o pai e mesmo acreditando que seja hora de voltar para casa o leva até Lincoln. Foram mais de 1500 km desde que saíram de Billigs. Já estão fora de casa há alguns dias, mas David olha o rosto esperançoso do pai e isso o anima a seguir.
Nebraska é um filme sobre a importância da família. Sobre o respeito e a paciência que os filhos devem ter com seus pais. Tem um roteiro delicado, os personagens são verdadeiros, do dia a dia. E seu lado mais cruel, talvez, seja a perspectiva da velhice e sua dependência.
A sensibilidade do diretor Alexander Pyne agregada ao roteirista Bob Nelson faz de Nebraska um filme que deve ser visto e admirado mesmo em sua bela fotografia em preto e branco.
Nota 9.