Naming Rights: a moda que o Brasil não quis seguir

Por Mateus Bunde

Emirates Stadium, Etihad Stadium, Signal Iduna Park. Todos nomes um tanto “estranhos” ao ler em placas ao chegar num estádio. Na Europa, ‘estranho’ é trocado por ‘lucrativo’. Fly Emirates Airlines, a principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, onde Sheiks poderosos comandam a empresa com os petrodólares. E, com a marca Emirates, os empresários árabes tornaram-se os patrocinadores majoritários do Arsenal, clube da capital inglesa, que, além de levar o nome da companhia aérea estampada na camisa, também manda seus jogos no estádio com a marca da empresa.

Mas o que são os Naming Rights?

Foto: Reprodução (http://goo.gl/kTpb)

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São os direitos de propriedades do nome (em inglês: naming rights). A prática de pagar pelos naming rights é muito comum entre empresas. Estas compram ou alugam o nome de um estabelecimento, seja de espetáculos culturais ou esportivos, trocando o nome original pelo nome da própria empresa.

Exemplos anteriores, o Signal Induna Park e o Etihad Stadium, são nomes oriundos de empresas que pagam um valor (alto) anualmente para estampar a sua marca nos estádios de Borussia Dortmund, na Alemanha, e de Manchester City, na Inglaterra, respectivamente. A Signal Induna é uma financeira alemã com sede em Dortmund e Hamburgo com foco na venda de seguros (de vida, automóvel, imóveis e etc). Após quase a falência, a equipe do Borussia resolveu vender o nome do seu Estádio, antes Westfalenstadion, para a seguradora alemã.

O caso do Manchester City é um pouco diferente de Arsenal e Borussia. Enquanto o primeiro é apenas patrocinado pelos petrodólares e o segundo necessitou vender o nome do Estádio devido a problemas financeiros, o Manchester City foi um clube comprado pelo proprietário da empresa Etihad Airlines, o Sheik Kaldoon Al Mubarack, que, além de enxertar dinheiro na compra de jogadores para o clube inglês, estampou a marca da empresa aérea na camisa e no estádio da equipe.

Por que a moda não pegou no Brasil?

Arena Corinthians, Arena Grêmio, Arena Palmeiras e Arena da Baixada (Atlético-PR). O que não se sabe é que apenas duas dessas quatro Arenas não possuem seus naming rights vendidos. A Arena Palmeiras, que, na verdade, deve atender pelo nome de Allianz Parque (Seguradora Alemã) e a Arena da Baixada, estádio de Copa do Mundo, localizada em Curitiba, atende pelo nome de Arena Kyocera (Empresa de aparelhos eletrônicos).

Foto: Reprodução (http://goo.gl/KSU2DW)

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Porém, há um revés. Os clubes vendem os seus direitos de imagem para as empresas de televisão que cobrem seus jogos ao longo do calendário brasileiro, incluindo no contrato a maneira como este clube será chamado na grande mídia. A Arena Fonte Nova, na Bahia, por exemplo, jamais leva o seu nome “empresarial” em jogos transmitidos na televisão. A empresa produtora de cervejas, Itaipava, pagou às empreiteiras para que a Arena Fonte Nova fosse transformada em Itaipava Arena.

O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, culpou a grande mídia pelo fato de não nomear os Estádios por seus nomes “empresariais” no Brasil. “A grande imprensa é ridícula. Fica chamando a Arena Corinthians de Itaquerão, Fielzão e tudo mais. Se não falam Arena Corinthians, imaginem depois. Para os patrocinadores, o que interessa é o que sai na mídia”, criticou o ex-presidente corinthiano, fazendo alusão a venda dos naming rights da Arena Corinthians.

Os naming rights seriam uma alternativa financeira aos clubes brasileiros que vivem um momento instável na sua economia interna. As instituições acabam dependendo da venda de atletas jovens para o exterior para lucrar e, tendo como única fonte anual certa de dinheiro entrando em caixa, os direitos de televisão pagos pelos veículos que transmitem os jogos. Muito pouco, para um futebol que deseja crescer.

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