Mulheres de Pelotas em Cargo de Liderança: desafios profissionais e pessoais

O histórico de desigualdade de gênero em cargos altos e sua importância

Por Anelise Freitas / Agência Em Pauta

Os Movimentos a favor da igualdade de gêneros surgiram desde o século XVIII, em todo o mundo. No Brasil, mulheres têm lutado contra a opressão do patriarcado desde o período colonial, dando ênfase nas mulheres que lutaram contra a escravidão, por exemplo. Contudo, o movimento feminista tornou-se mais forte no século XIX, ganhando o destaque que conhecemos hoje.

Até hoje , acredita-se que, durante esse tempo, as estruturas da sociedade eram muito mais rígidas, delimitando papéis sociais ainda no nascimento: se nascido homem, você poderia ter a chance de ter uma educação formal e assumir posições de liderança; se nascida mulher, tarefas domésticas no ambiente familiar.

Mulheres eram desprovidas de direitos básicos, impedidas de tomar qualquer decisão importantes, principalmente por meio do voto. Mesmo depois da inserção das mulheres no mercado de trabalho, elas obrigatoriamente ocupavam posições auxiliares. Isso aconteceu por muitos e muitos anos.

Essa  situação mudou, mas ainda é considerada ruim fazendo com que pode-se melhorar. Pois as mulheres, atualmente, têm mais chances de se capacitar e de ocupar posições de liderança, elas ainda são minorias em cargos de administração e recebem, em média, 22% a menos do que seus colegas homens – de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A liderança feminina torna-se essencial para o desenvolvimento social e econômico a longo prazo, de acordo com os estudos na área, como principal deles é o oWomenRising 2030, é um relatório completo lançado pela Business &SustainableDevelopment Commission (BSDC). Ademais segundo o estudo BetterLeadership, Better World, os locais de trabalho que valorizam, a igualdade de gênero podem ajudar a produzir mais de US$ 12 trilhões por ano, além de gerar 380 milhões de empregos.

Exemplos de mulheres em cargos de chefia

O município de Pelotas destaca-se pela expressiva ocupação de mulheres em cargos de chefia, como exemplo possuímos a Reitora da Universidade Federal de Pelotas: Isabela Andrade,  “Conciliar a maternidade com o trabalho em cargo de gestão, o qual te exige uma dedicação enorme e, junto, vem a culpa de não conseguir estar presente em todos os momentos da vida da minha filha; a exigência ainda maior por ser mulher e mais nova que o comum para ocupar o cargo que tenho ocupado.” Outro exemplo de liderança tem-se a Capitã do 4°BPM, Brigada Militar de Pelotas, Madalena Denzer Krüger, a qual afirma “Liderar é um desafio, pois para desempenhar a missão de servir e proteger a sociedade é imprescindível ser firme, forte e capaz de dirimir conflitos e protagonizar o restabelecimento da ordem.”, sendo protagonista de exemplo a favor da segurança pública.

Ademais encontra-se Lisiane Lemos , passou a se engajar em movimentos de inclusão de populações sub representadas em espaços empresariais, tornando-se porta-voz no ramo. Seu principal desafio como figura de liderança é implementar o uso da tecnologia como instrumento de ascensão social dentro do mundo corporativo. Para isso, co-criou e co-liderou iniciativas como a Rede de Profissionais Negros, o Comitê de Igualdade Racial no grupo Mulheres do Brasil, e o Conselheira 101. Também atua como mentora no programa de startups do Google, Black Funders Fund, e é professora no MBA de Tecnologia para Negócios da PUCRS. Possui uma graduação em Direito, dois MBAs, um pós-MBA em Governança Corporativa e certificações nas áreas de educação e gestão de mudança. É nascida e criada em Pelotas, Rio Grande do Sul, e se considera uma pessoa naturalmente curiosa, acreditando sempre no poder do conhecimento para evoluir como líder. Seu principal propósito é tornar o mundo melhor do que quando entrou nele, fazendo uso de qualquer ferramenta a seu alcance para fazer isso acontecer, segundo o linkedin.com.

Além destes exemplos inigualáveis, não podemos esquecer de Paula Mascarenhas, é professora e política brasileira, tornando-se a primeira mulher a ser eleita como Prefeita para comandar o Executivo Municipal e primeira pessoa eleita no primeiro turno em Pelotas desde que o sistema de dois turnos foi instituído. Em 2020, Paula concorreu novamente e se reelegeu, em segundo turno, com 68,7% dos votos, de acordo com a Prefeitura de Pelotas.

Dados sobre a desigualdade entre homens e mulheres em cargos de Liderança

Entretanto apesar deste município ter uma coletividade de mulheres em cargo de chefia, Analisando os dados verificamos que o percentual da presença feminina em conselhos de empresas, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), no Brasil, em média de 11%.

A partir do gráfico acima consegue-se destacar que ouve um aumento expressivo, contudo a mulher ainda é menos da metade nestas áreas segundo a Universidade Federal de Lavras.

Ao passar do tempo vem percebendo-se a mulher conquistando as mais diversas áreas, entretanto os cargos considerados altos, como liderança, possui um baixo índice de mulheres, a qual considera-se desigual. Ocupando apenas 29% dos cargos de liderança nas indústrias do Brasil, enquanto homens representam 71% (segundo o veiculo G1).

Porcentagem de cargos gerenciais, segundo o IBGE.

Antes a mulher não tinha vez para poder assumir determinados cargos e ao passar do tempo vieram mulheres as quais, possuo um enorme orgulho pois elas quebraram regras e padrões, fazendo com que atualmente possamos chegar onde quiséssemos” – Marcia  Cowky, delegada da delegacia de Polícia para a mulher de Pelotas.

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