Instituto no Quadrado promove atividades socioculturais
Por Murilo Schurt Alves / Em Pauta

O Instituto Hélio D’Angola está localizado na Rua Coronel Alberto Rosa, nº 1. (Foto: Murilo Schurt Alves)
“O Katanga’s nasceu de um sonho. Do sonho de um homem que acreditou na visão de um mundo transformado. Quando ao olhar para um depósito de lixo, acreditou nele e construiu com as próprias mãos… não pra si, mas para todos. […] O Katanga’s Espaço Cultural deixa claro na sua história a alternativa de transformação de um mundo marcado pelos piores resíduos da ambição, ganância e intolerância em uma nova realidade, baseada na força de construção de um mundo pautado pela tolerância, alegria e força de trabalho”.
Esta narrativa retrata a jornada de Hélio D’Angola, um líder comunitário que pediu autorização à Marinha para revitalizar as Doquinhas, região atualmente conhecida como “Quadrado”, e instalar o Katanga’s, um quiosque para a venda de lanches. Após sete anos trabalhando na localidade, Hélio ergueu a primeira praça infantil na região, que evoluiu ao longo do tempo, ganhando iluminação e telefone públicos, serviços de limpeza e diversas opções de lazer. Assim, dissipava-se o cenário de crime, tráfico e prostituição infantil na região.
Atualmente, o legado de Hélio continua a prosperar com o Instituto que leva o seu nome em homenagem, localizado na Rua Coronel Alberto Rosa, nº 1. Segundo o jornalista Carlos Cogoy, “a área até pode estar liberada pela Marinha, mas pertence ao Hélio, pois simboliza fragmento da dívida que o poder branco, durante séculos, estabeleceu com os negros de todas as cores”.
Durante os seus mais de oito anos em atividade, o Instituto já desenvolveu aulas de futebol e dança, reforço escolar, oficinas de mixagem e yoga, além de promover eventos festivos, como celebrações de fim de ano e festas juninas para as crianças. Simultaneamente, também são organizadas campanhas de arrecadação de materiais, conforme as necessidades e demandas da região. “Trabalhamos bastante na pandemia. Doamos cestas básicas com alimentos, produtos de higiene e limpeza. Foi uma situação que várias pessoas estavam precisando e acabamos ajudando pessoas de outras comunidades”, conta Aida Oliveira, líder comunitária e filha do fundador do Katanga’s.
Neste contexto, Maurício Scheffer, morador da região portuária, conta como o Instituto impactou a sua comunidade e sua própria vivência: “Já participei de atividades organizadas pelo Instituto, como o Festival Sofá na Rua que aconteceu no final do ano passado. Além disso, tenho diversos conhecidos que já se beneficiaram com as cestas básicas. O Instituto ajuda a manter a comunidade unida, com aquela sensação de pertencimento que falta nos dias de hoje”.
Atualmente, a instituição depende da ajuda de organizações, editais de apoio e colaborações voluntárias para manter as suas atividades. Para obter uma visão mais aprofundada deste projeto e acompanhar suas atividades socioculturais, é possível seguir o Instituto em sua página oficial no Instagram.