Grupo de apoio trata da saúde mental de mulheres e LGBTs em Pelotas

Os encontros acontecerão todos os sábados na Casa Cultural Las Vulvas e estarão abertos à comunidade

Por Rafaela Dutra

A iniciativa visa discutir a saúde mental dessas duas minorias em conversas mediadas pela equipe de acolhimento psíquico do NUGEN. Imagem: Divulgação

Um grupo de apoio, voltado às mulheres e LGBTs, foi criado pelo Núcleo de Gênero e Diversidade (NUGEN) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Casa Cultural Las Vulvas. As reuniões ocorrerão na Casa, todos os sábados, às 15h30. A iniciativa visa discutir a saúde mental dessas duas minorias em conversas mediadas pela equipe de acolhimento psíquico do NUGEN.

A demanda veio dos frequentadores do espaço cultural, que existe desde 2014 e tem foco no protagonismo desses dois grupos sociais. “Aqui a gente promove várias atividades pensando em espalhar narrativas de diversidade. A gente faz roda de conversa, produção de arte, apresentações, oficinas e eventos em geral”, explica Cássia Fernandes (30), gestora da casa. Ela conta ainda que os frequentadores do local o reconhecem como um espaço de acolhimento e se sentem à vontade para fazer desabafos e denúncias.

Assim, surgiu a ideia de buscar parceria com pessoas que pudessem fornecer aconselhamentos profissionais. As pessoas acabam nos procurando quando têm alguma dificuldade, quando estão passando por um processo de depressão, assédio ou violência. Então, a gente entrou em contato com o NUGEN que, coincidentemente, estava com bolsistas do curso de Psicologia. Unimos o útil ao agradável. Aqui na casa temos a demanda, eles têm os bolsistas e a gente fez essa parceria”, relata Ana Cláudia (24), historiadora e também gestora da Las Vulvas.

Como o grupo vai funcionar

Os primeiros três encontros acontecerão com o intuito de reconhecer a demanda dos frequentadores para que, com base nisso, a equipe psíquica possa estruturar um grupo fechado. “A gente nunca sabe exatamente o que vai acontecer no grupo até a gente conseguir essa estrutura. Quando ele estiver formado, saberemos quais direcionamentos vamos ter e que tipo de divisão faremos”, explica Diego Ribeiro (29), psicólogo e colaborador do NUGEN. Junto com as estudantes do último semestre de Psicologia Aline Ramos (27) e Jade Azevedo (27), ele forma a equipe de acolhimento psíquico responsável pelo projeto.

Jade destaca a importância de falar sobre a saúde mental dessa parcela da população, especialmente no momento político em que o país vive, em que, segundo ela, minimizam e desvalidam as demandas feministas e anti-homofobia: “a gente vai estar aqui discutindo e validando, dizendo para a pessoa que a violência que ela sofre é um horror e não pode ser naturalizada”.

As reuniões estarão abertas para pessoas de dentro e de fora da Universidade e, inicialmente, as demandas serão ouvidas e, depois, acontecerá uma seleção, já que nem todos se encaixarão no perfil para participar de um grupo de apoio, como explica Jade: “de repente, alguém vai vir aqui em busca de algo muito particular, uma demanda muito específica que o grupo não vai abarcar, então, nesse caso, a gente vai sugerir alguns outros locais da cidade, onde ela pode ser atendida”Em Pelotas, atendimentos com psicólogos e psiquiatras estão disponíveis de forma gratuita nos Centros De Atenção Psicossocial (CAPS), em diversos pontos da cidade.

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