Greve do transporte coletivo afeta estudantes da UFPel no final de semestre

Por Juliana Santos

Com a greve do transporte coletivo em Pelotas chegando a uma semana, os estudantes da Universidade Federal de Pelotas estão sofrendo as consequências no final de semestre.  30% das frotas funcionando em horário normal e 60% em horários de pico não são suficientes para os que necessitam de duas conduções para se deslocar até o prédio do seu curso.

O Conselho Coordenador do Ensino, da Pesquisa e da Extensão (Cocepe), no início da semana passada, lançou um documento afirmando que a frequência em sala de aula não deve ser computada e alunos que não puderam realizar trabalhos e provas no período de greve devem ter outra chance de realização, após a normalização do transporte. Mas evitando deixar tudo para a última hora, alguns optam por encarar ônibus lotados para os testes. É o caso de Daiane Brites, do curso de Jornalismo. “Fui com greve mesmo, porque não queria acumular trabalhos para a última semana”, diz a estudante.

Por conta da greve, o ônibus de apoio que a UFPel disponibiliza é a primeira alternativa daqueles que necessitam chegar no seu campus ou unidade. O formando em Jornalismo, Gabriel Bresque, diz que o transporte que a Universidade oferta garante segurança para o aluno, ao saber que durante a greve ele terá formas de estudar. “Ainda não é o melhor transporte por conta dos atrasos, das filas e das linhas, mas como era um serviço inexistente em 2011, quando entrei na faculdade, acho que a evolução é clara”, comenta.

A estudante Luane Alves mora no bairro Três Vendas e estuda Processos Gerenciais no Campus Porto. Ela diz que desde o início da greve não frequenta sua unidade, já que necessita de dois ônibus para chegar até a sala de aula. “Minhas provas e trabalhos ficaram atrasados e bem confusos, porque os grupos precisavam se reunir. Atrasou tudo”, lamenta Luane.

Mas nem todos os alunos dependem de transporte urbano ou de apoio. Alice Echevengua não foi afetada, pois não é adepta do ônibus. “Não está me afetando em nada a greve, pois tenho minha bicicleta. Mas penso nas pessoas que dependem muito do ônibus. Deve ser muito ruim ter que fazer uma grande programação pra sair de casa”, diz a estudante de Português Licenciatura.

Transtorno social

Esta situação tem gerado muitos transtornos e um certo desconforto social. Na quarta-feira (03) o jornal Diário Popular divulgou vídeo de um cinegrafista amador com imagens de uma situação constrangedora. No ponto principal de ônibus da empresa TURF, localizado na rua Marechal Floriano, uma briga generalizada foi originada após dois homens furarem a fila para o itinerário Gotuzzo. Um senhor tentou convencê-los de que a ação era desrespeitosa e acabou sendo agredido pelos jovens.

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