Furacão do Paraná arrasa com o futebol de Porto Alegre

Por Luís Artur Janes Silva 

Jogadores do Athletico-PR comemoram a conquista da Copa do Brasil. Imagem: BP Filmes

Nesta quarta (18), tivemos a partida final da edição 2019 da Copa do Brasil. O Internacional, que havia perdido o jogo de ida da decisão para o Athletico Paranaense (1×0), voltou a tropeçar no rubro-negro na partida realizada no estádio Beira-Rio, na cidade de Porto Alegre. Mesmo com maior posse de bola, um Inter pouco inspirado foi batido pela equipe paranaense, que venceu pelo placar de 2×1. Com este resultado, o Athletico conquistou a Copa do Brasil pela primeira vez e somou mais um título de peso a sua galeria, que já tem o Campeonato Brasileiro de 2001 e a Copa Sul-Americana de 2018.

Na primeira etapa de jogo, o Internacional iniciou com maior posse de bola e tentou pressionar o Athletico, que suportou as investidas do Colorado, que não levou grande perigo à meta do goleiro Santos. O time do jovem técnico Thiago Nunes (39 anos), baseou o seu jogo nas arrancadas de Rony pela esquerda, que levou muita preocupação ao lateral Bruno, ao treinador Odair Hellmann e aos torcedores do Inter. E, foi pelo lado esquerdo de ataque, que o Athletico chegou ao primeiro gol. Rony (o melhor jogador da partida) escapou em velocidade, achou o argentino Marco Rúben, que rolou para Léo Cittadini, que de frente para o gol de Marcelo Lomba, tocou sem chances para o arqueiro colorado. O marcador estava aberto e o cronômetro marcava 23 minutos da etapa inicial.

Mas o Inter pareceu ter acordado depois do gol paranaense e igualou o placar aos 30 minutos do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio que originou uma grande confusão na área do Athletico, o uruguaio Nico López empurrou para as redes e renovou as esperanças da torcida alvirrubra.

No segundo tempo, o técnico Odair Hellmann, que posicionou o seu time de forma acanhada no jogo de Curitiba, resolveu investir no ataque para tentar buscar um resultado que garantisse a possibilidade de uma decisão nos pênaltis. Odair fez o Internacional atuar durante boa parte do segundo tempo com quatro atacantes, mas o time sucumbiu ao sistema de marcação do Athletico. E isso aconteceu porque no momento em que Hellmann optou pelo ataque abarrotado de jogadores, acabou perdendo a consistência no meio de campo. Sem armação de jogadas, o ataque do Inter foi ineficiente e quando conseguiu chegar foi na base do abafa desesperado e desorganizado.

A chave para entender a derrocada do Inter está na substituição de Patrick por Rafael Sobis e no recuo de Edenílson para a lateral direita, no lugar do inseguro Bruno. Sem os dois jogadores que equilibram a meia cancha, o Colorado foi apático e permitiu que o Athletico concentrasse as ações da partida entre as intermediárias do campo.

No final da partida, o técnico Thiago Nunes sentiu que podia ganhar o jogo e colocou Marcelo Cirino em campo. Cirino levou um certo pavor ao sistema defensivo do Inter e foi dos seus pés que saiu a jogada mais bonita da partida e que acabou no gol de Rony, marcado aos 51 minutos do segundo tempo. Este gol sepultou de vez as chances de um triunfo colorado e foi o sinal para o início da festa dos 2300 torcedores paranaenses que estavam no Beira-Rio e de uma multidão que acompanhava o jogo em Curitiba.

Após o apito final, os jogadores do Athletico passaram a comemorar o segundo título nacional do rubro-negro, que ultrapassou o arquirrival Coritiba, que conquistou apenas o Brasileirão de 1985. Além disso, o Furacão passa a ser o primeiro clube do Paraná a ganhar o troféu da Copa do Brasil.

A conquista justa premiou um time que após vencer a Copa Sul-Americana do ano passado entrou com um certo favoritismo na Libertadores deste ano. Mas uma campanha apenas razoável na fase inicial desta Libertadores, fez com que o Athletico enfrentasse o Boca Juniors nas oitavas de final e fosse derrotado nos dois duelos. Após este fracasso, Thiago Nunes blindou o seu grupo de jogadores e evitou que o sentimento de desconfiança derrubasse a moral do time.

Assim, a Copa do Brasil foi utilizada como tábua de salvação da temporada, permitindo a redenção rubro-negra. O time estreou apenas nas oitavas de final da competição e teve dificuldades para passar pelo Fortaleza, mas começou a mostrar competência na fase seguinte, quando bateu o Flamengo, em pleno Maracanã, nas penalidades máximas.

Mas a campanha dos paranaenses teve um tremendo susto na primeira partida da semifinal, quando a equipe do argentino Lucho González, um símbolo da raça do Athletico, foi batida pelo Grêmio, na cidade de Porto Alegre. O time gaúcho fez dois a zero e poderia ter feito mais. Para quem acompanhou o massacre, a classificação gremista seria algo protocolar em Curitiba. Mas o improvável aconteceu, o Athletico foi intenso e o Grêmio foi apático no jogo da volta. Esta mistura permitiu que o rubro-negro devolvesse o placar e levasse a decisão para os pênaltis, momento no qual brilhou a estrela do goleiro Santos, que defendeu a penalidade cobrada por Pepê e colocou o Furacão na final. O complemento da trajetória da equipe paranaense na competição já é conhecido e virou história, que premiou um time que venceu os três últimos jogos do campeonato, derrotando dois gigantes do futebol gaúcho e brasileiro.

 

Números do Athletico na história da Copa do Brasil (incluindo jogos de 2019 e atualizado após a segunda partida da final)

23 participações em 31 edições;

128 jogos;

51 vitórias;

46 empates;

31 derrotas;

199 gols a favor;

144 gols contra;

19 jogos contra equipes do Rio Grande do Sul;

8 vitórias;

6 empates;

5 derrotas;

16 gols a favor;

17 gols contra;

10 confrontos eliminatórios contra times gaúchos;

7 classificações;

 

Campanha do Athletico na Copa do Brasil de 2019

 

OITAVAS DE FINAL

Fortaleza 0x0 Athletico

Athletico 1×0 Fortaleza

 

QUARTAS DE FINAL

Athletico 1×1 Flamengo

Flamengo 1×1 Athletico (Pênaltis – 3×1 para o Furacão)

 

SEMIFINAIS

Grêmio 2×0 Athletico

Athletico 2×0 Grêmio (Pênaltis – 5×4 para o Furacão)

 

FINAIS

Athletico 1×0 Internacional

Internacional 1×2 Athletico

 

NÚMEROS 

8 jogos;

4 vitórias;

3 empates;

1 derrota;

8 gols a favor;

5 gols contra;

 

ARTILHEIROS

Marco Rúben e Rony – 2 gols;

Léo Pereira, Nikão, Bruno Guimarães, Léo Cittadini – 1 gol;

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