Falta de armamento preocupa profissionais da guarda municipal
Por Laercio Diniz
Menos de um quarto dos profissionais são capacitados para o porte de armas, executivo afirma que está encaminhando soluções
Segundo a lei nº 13022, decretada pelo congresso nacional e aprovada pela presidenta Dilma Rousseff em agosto desse ano, os profissionais da guarda municipal, antes responsáveis apenas pela manutenção do patrimônio público, agora tem poder de polícia, sendo considerados uma instituição fardada e armada. A cidade de pelotas, porém, ainda não realiza na prática aquilo que já está regulamentado no Papel.
De cerca de 263 guardas municipais, apenas 49 tem capacitação para o uso de armamento, e possuem só 24 revólveres calibre 38 disponiveis para uso. Segundo Fábio Cruz, guarda municipal, que só possui para se defender um colete, cinto de guarnição e um bastão, o equipamento não é suficiente nem para proteger a si mesmo. “Eu me sinto como uma arma branca, meu único armamento para proteger as pessoas é a minha disposição”, disse o profissional .
Além de limitado, o poder do equipamento disponível pela instituição está aquém do que é necessário, pelo menos é o que diz o vereador Tenente Bruno (PT), principal representante da categoria de segurança pública e privada na câmara da cidade. Para Tenente Bruno, o ideal seria a aquisição de pistolas. “Se révolver fosse adequado, a Brigada militar estaria usando”, destacou o vereador.
Segundo o que consta a matéria divulgada no site da Prefeitura de Pelotas, no dia 13 do mês passado, a prefeitura já iniciou o processo de compra do armamento e capacitação para 100 GMs. Para o vereador Tenente Bruno, a maior preocupação é quanto tempo os profissionais ainda vão atuar desprotegidos, lidando com a força desproporcional da criminalidade na cidade. “Como os guardas municipais vão proteger o cidadão, se nem mesmo conseguem proteger a si mesmos?”, questiona o Tenente.
Para Clóvis Pereira, vice-presidente do conselho nacional das guardas municipais, existem alternativas simples e de baixo custo para adquirir armamento e capacitação, como a parceria com psicólogos da polícia rodoviária federal e a aquisição de pistolas por meio do armamento preso (equipamento apreendido que ainda possui identificação legível) do tribunal regional de justiça. “Tudo isso é uma questão política, mas a união da categoria faz a força”, resumiu.