“Fake News: Precisamos parar de falar sobre isso” foi tema de palestra na UFPEL

Taís Seibt inicia o Ciclo de Palestras do Jornalismo UFPEL trazendo a temática das fake news

A palestra sobre fake news de Taís Seibt encheu o auditório do Campus II. Imagem: Álvaro Pouey 

Por Giordanna Benkenstein Vallejos

No dia 06 de maio, às 19 horas, ocorreu no Campus II da UFPEL, a palestra da Doutora em Comunicação Taís Seibt, que é uma das fundadoras do Filtro Fact-Checking. O tema da palestra foi a desinformação em tempos de grandes fluxos comunicacionais na internet.  

Taís iniciou a apresentação com um título curioso: “Fake News, precisamos parar de falar sobre isso”. A pesquisadora explicou que a expressão tem sido tão repetida em momentos inadequados, que ela se esvaziou do sentido real e se tornou aquilo que o indivíduo não concorda ser verdade, em vez de propriamente uma notícia falsa.

A palestrante explicou que por as fake news serem um problema relativamente recente, existem muitas perguntas e poucas respostas sobre esse fenômeno, que não existem fórmulas mágicas e que o melhor combate a desinformação é a informação.

Foi feita uma contextualização histórica com o exemplo da monarca Maria Antonieta, que sofreu a degradação da sua imagem com boatos falsos sobre seu governo. Isso foi usado para demonstrar que a internet não inventou o boato, apenas facilitou a propagação deles.

Ademais, foi retomado que a imprensa nem sempre foi livre, que aquilo que saía nos jornais nem sempre representava os fatos, que havia uma mediação nos discursos, principalmente em períodos de regimes ditatoriais e que essas falhas do jornalismo são diferentes da produção proposital em massa de notícias fraudulentas.

Taís Seibt também explicou que para ocorrer a disseminação da desinformação são necessários maus atores: hackers, algoritmos, robôs, pessoas que fazem ofensas e fakes. Também são necessários os maus comportamentos: polarização, sensacionalismo, mentiras. E por fim os maus conteúdos: discurso de ódio, notícias caça clique, conteúdo falso, apelo visual e spam. A soma de todos esses elementos leva a esse cenário atual de má informação e pós-verdade, tendo como resultados dessa desinformação a intolerância e a personificação.

Antes de iniciar a parte aberta as perguntas dos ouvintes, a palestrante reforçou que não existe fórmula mágica para saber o que é fato ou fake, e que focar nessa dicotomia apaga todas as questões de fundo que foram tratadas nessa palestra. Além disso, sendo uma das fundadoras do Filtro Fact-checking, Tais ofertou um mini curso gratuito de fact-cheking para vinte alunos do curso de jornalismo em parceria com a Prefeitura Municipal de Pelotas.

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