Eleições 2022: SENADO

Eleitos com perfis antagônicos

Por Douglas Rafael Duarte

A primeira cadeira do Rio Grande do Sul renovada em 2018 ficou com o (até então) Deputado Federal Luiz Carlos Heinze (PP). Defensor do agronegócio, o Progressista foi impulsionado pela força de Bolsonaro (PL) no estado. Com uma potente arrancada na reta final da campanha, Heinze conquistou o voto de 2.316.365 gaúchos e gaúchas (21,94% dos votos válidos), ficando assim à frente de todos os demais adversários.

Já a disputa pela segunda cadeira foi mais acirrada. Por uma diferença de pouco mais de 150 mil votos, o Senador Paulo Paim (PT) (17,76% dos votos válidos) superou o socialista Beto Albuquerque (PSB) (16,23%) e garantiu a sua reeleição.

O Rio Grande do Sul, dessa forma, acabou elegendo dois políticos de trajetórias muito distintas. Um homem branco que se notabilizou pela defesa dos grandes produtores rurais. E um metalúrgico, sindicalista e militante do movimento negro.

O Tribunal Superior Eleitoral é a instância jurídica máxima da Justiça Eleitoral brasileira/ Foto: Flickr TSE

Quadro Geral

O pleito de 2018 foi considerado o mais renovador do Senado desde 1994, isso porque de cada quatro senadores que tentaram a reeleição naquele ano, três não conseguiram. Das 54 vagas que foram disputadas, 46 passaram a ser ocupadas por novos nomes.

O partido que mais elegeu senadores foi o MDB, tendo conquistado 7 vagas. Logo após vieram o PP e a REDE, com 5. Na sequência, com 4 cadeiras, aparecem o DEM, o PSD, o PSDB, o PSL e o PT. Em seguida surgem, com 2 vagas conquistadas, o PDT, o PHS, o PPS, o PSB e o PTB. E fechando a lista, com apenas 1 cadeira, aparecem o PODE, o PR, o PRB, o PROS, o PRP, o PSC e o SD.

Apenas 62 das 353 candidaturas registradas em 2018 foram femininas. Apesar de pequeno, o número de mulheres que concorreram por uma vaga foi maior do que nas duas últimas eleições. Mesmo assim, em vinte estados nenhuma mulher foi eleita e em três deles (Acre, Bahia e Tocantins) sequer houveram candidatas. O número de eleitas (7) representa apenas 13% das vagas e é igual ao das eleições de 2010.

Ao observarmos a questão étnico-racial constatamos que a renovação da casa também não contemplou esse aspecto. Dos 54 eleitos apenas 3 se autodeclararam pretos e apenas 11 pardos. A Bahia, por exemplo, o estado mais negro do Brasil, com 81,4% da população autodeclarada (60% pardos e 21,4% pretos), não elegeu nenhum senador ou senadora negra em 2018.

Já a comunidade LGBTQI+ registrou uma grande conquista. Ao derrotar o pastor Magno Malta (PL), Fabiano Contarato (REDE) garantiu uma das vagas do Espírito Santo na Casa e passou a ser o primeiro senador assumidamente homossexual da história do Brasil.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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