Dez anos de novembro azul no Brasil

Por Weslley Quevedo/Em Pauta

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) afirmam que em 2019, o câncer de próstata foi o tipo de câncer mais comum no Brasil e o 2° em óbitos no estado do Rio Grande do Sul. Foto: Banco de Imagens/Pixabay

O dia Mundial de combate ao câncer de próstata foi criado em 17 de novembro de 2003 na Austrália, mas aqui no Brasil, mais conhecido como Novembro Azul, ocorre há dez anos. A iniciativa foi dada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em 2011, em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia, com o objetivo de alertar a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, que é mais frequente entre os homens, ficando só atrás do câncer de pele.

Ano após ano, o movimento quer alertar cada vez mais a população masculina sobre a importância de cuidar do seu corpo e fazer o exame de próstata periodicamente.

Em 2019, o câncer de próstata foi o tipo de câncer mais comum no Brasil e o 2° em óbitos no estado do Rio Grande do Sul, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). “Historicamente, os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres e consequentemente fazem menos exames de prevenção e promoção em saúde”, afirma Carlos Antônio da Silva, da Política de Saúde do Homem, do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS), da SES.

Uma pesquisa do Ministério da Saúde publicada em 2018 mostrou que é alto o número de homens que não têm na sua rotina o cuidado com a saúde. Quando questionados sobre o costume de buscar os estabelecimentos públicos de saúde, 36,36% (13.570) dos entrevistados afirmaram não ter o hábito de ir nesses locais.

Desse total, 47,57% (6.455) informaram que o desinteresse é motivado por nunca ter precisado, falta de interesse ou porque não gosta de hospital. Contudo, muitos agravos poderiam ser evitados, caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção.

O urologista João Siqueira conta que “a próstata é uma glândula pequena, em torno de 20 gramas, localizada na pélvis masculina e que o descobrimento precoce é essencial para o tratamento, visto que é uma doença que dificilmente dá sintomas.”

O exame de toque retal ainda é muito temido pelos homens e visto com preconceito, no entanto, o urologista enfatiza que é um exame tranquilo. A duração é de menos de 30 segundos e o procedimento não é dolorido.

Segundo a Sociedade brasileira de Urologia, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.

 

Comentários

comments

Você pode gostar...