Cinema Noir inspira obras de arte

Exposição Eu Noir. Fotos: Tobias Bernardo/ Em Pauta

Entre os dias 9 e 13 de dezembro, os alunos do curso de Artes Visuais da  Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) realizaram uma exposição na Ocupação Coletiva de Arteirxs (OCA) com obras criadas para a disciplina de Figura Humana.

 

Enzzo Lopes / Em Pauta

O termo “Noir” significa “escuro” em francês, é utilizado para categorizar filmes em preto e branco com histórias de mistério e personagens enigmáticos, comuns na década de 1940. Esse subgênero cinematográfico, como explica a professora Nádia Senna, professora da disciplina de Figura Humana, tem suas raízes em movimentos artísticos como o Barroco, com o uso do chiaroscuro, e o expressionismo alemão. O movimento se tornou uma referência para produções de arte atualmente, que incorporam elementos do noir, mas com temas hodiernos. “A gente pode pensar hoje em neo-noir, neo-barroco, tanto no cinema, quanto nas artes, na moda”, comenta Senna.

A ideia para a exposição surgiu após uma conversa da professora Nádia com um dos bolsistas da disciplina. Durante o semestre, os alunos realizam aulas com modelo vivo em uma sala escura, com iluminação focada no modelo e os alunos utilizando papel preto e lápis branco. “É um exercício de pura percepção”, explica Nádia. Durante a aula, o bolsista estava com a câmera e surgiu então a ideia de fotografar os alunos naquelas condições para as fotos serem usadas como referência para as obras que compuseram a exposição.

O objetivo era que os alunos capturassem a luz

 

Para muitos estudantes, a participação na exposição representa uma das primeiras oportunidades de mostrar seu trabalho artístico. Esse é o caso de Rafaela Brasil, aluna do quarto semestre do curso de bacharelado em Artes Visuais. Ela destaca a importância de criar em um ambiente descontraído e onde ela pôde se expressar criativamente de maneira livre: “É interessante estar numa turma com outras colegas e ser uma coisa leve, sabe? Era uma avaliação, mas a professora nos deu esse espaço para ser bem aberto e livre”, comenta.

Processo de produção da obra de Rafaela. Foto: Rafaela Brasil/Em Pauta

A aluna expressa orgulho pelo processo de produção de sua obra, que foi feita com tinta acrílica e contou com o apoio dos monitores da disciplina durante duas semanas de trabalho intensivo. “No fim, gostei do resultado e é importante para nós, alunos, poder criar um portfólio e ter experiência com diferentes materiais e técnicas”, afirma.

A exposição ocorreu na Ocupação Coletiva de Arteirxs (OCA), e a expografia, o desenvolvimento da exposição, foi desenvolvida pela professora Nádia, com o apoio de bolsistas. “ A gente decidiu: ‘bom, como são muitos trabalhos, nem teria paredes suficientes, vamos adotar o varal’. O espaço ficou muito bonito, ativou o espaço.”, comenta Nádia sobre como foi feito para tornar a apresentação mais dinâmica e acessível.

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