Ciclofaixa na zona do Porto

Por Eduarda Lemes e Luiz Ricardo Hüttner

 Com o objetivo de ligar o centro ao Campus Anglo da UFPel, mais uma ciclofaixa está sendo implantada na cidade de Pelotas. O trajeto, com início na rua Félix da Cunha até a rua Silveira Calheca, com posterior ligação da rua Silveira Calheca ao Campus Anglo, propicia mais segurança para os estudantes que utilizam a bicicleta como meio de transporte para chegar ao Porto. A Ciclofaixa, que percorre um trajeto de 1,5km, está sendo implantada com recursos próprios da Prefeitura de Pelotas e com auxílio da UFPel na aquisição dos tachões delimitadores do espaço físico.

 

Foto: reprodução (http://www.pelotas.rs.gov.br)

Foto: reprodução (http://www.pelotas.rs.gov.br)

 

O projeto

A reivindicação era antiga. Em abril de 2013, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) entregou ao prefeito Eduardo Leite uma solicitação para uma ciclofaixa na zona do Porto.

A escolha da rua Felix da Cunha como acesso da região do Porto à zona central deu-se com a expectativa de estimular a redução da velocidade dos veículos, ocasionada, de acordo com o Superintendente de Planejamento Territorial na SGCMU e arquiteto responsável pelo projeto, Luiz Augusto King, pelo baixo índice de atividade comercial e de serviços. “Com a introdução da ciclofaixa, estará se reduzindo a capacidade da via em termos de largura, desincentivando desta forma o tráfego pesado e a velocidade excessiva e propiciando ao mesmo tempo um acesso seguro dos ciclista ao centro comercial da cidade”, justificou o arquiteto.

Além da redução da velocidade dos veículos, outros motivos foram apontados pela vice-prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas. Para Paula, trata-se de uma contradição implantar ciclofaixas em ruas pouco movimentadas, pois os ciclistas tendem a utilizar as vias que propiciem um trajeto mais curto. “Colocar ciclovias ou ciclofaixas fora da área central não é valorizar ou estimular realmente o uso da bicicleta. A Félix da Cunha, além do mais, passa numa parte histórica importante da cidade e isso deve ser pensado quando da definição de localização da ciclofaixa: a importância da contemplação da cidade pelo ciclista”, afirmou a vice-prefeita.

Estímulo para pedalar

Para a estudante Eliane Rubim, a implantação da ciclofaixa se faz importante devido à deficiência do número de ciclofaixas em relação à quantidade de ciclistas. “O trecho das universidades já era uma demanda antiga dos ciclistas organizados. Uma parte dela já executada dá um maior incentivo para os estudantes das universidades usarem a bici”, constatou Eliane.

Além de estimular que maior número de pessoas utilize a bicicleta para se locomover, a ciclofaixa, segundo Luiz Augusto King, beneficia também os moradores dos bairros da Balsa e Ambrósio Perret, que também ficarão interligados com mais segurança à área central.

O morador do bairro Porto, Marcos Kammer, achou a implantação da ciclofaixa uma ótima iniciativa. Como ponto positivo, além de oferecer segurança ao ciclista, Kammer destacou o fato de que muitas pessoas poderão aderir à bicicleta, já que agora têm uma garantia segura para buscar uma alternativa ao carro e ao transporte coletivo. “Agora, com a ciclovia, veremos que muitas pessoas passarão a utilizá-la e certamente estarão satisfeitos com a iniciativa. O ideal seria que essa ciclofaixa fosse interligada a outros corredores da cidade e que fosse melhor sinalizado o entroncamento da rua Gomes Carneiro com a Barroso, onde a sinalização é meio precária e acontecem muitos acidentes”, sugeriu o morador.

Fiscalização

Uma cena recorrente nas ruas de Pelotas é a presença de automóveis estacionados nas ciclofaixas. O fato gera indignação dos ciclistas e é uma reclamação recorrente de quem utiliza a bicicleta. Eliane ressalta, ainda, outras imprudências dos motoristas: “Creio que ainda o maior problema segue sendo os motoristas, que não respeitam as leis de trânsito, e estacionam nas ciclofaixas. E mesmo quando não há ciclofaixa, não se respeita o espaço de 1,5m do acostamento, que é o espaço garantido por lei aos ciclistas”, defende.

A fiscalização do estacionamento irregular sobra a ciclofaixa, de acordo com o Superintendente de Planejamento Territorial na SGCMU, está ao encargo dos agentes de trânsito que estão instruídos para autuar este tipo de irregularidade. “Espera-se, por outro lado, que haja um incremento da consciência dos motoristas no sentido de não utilizar estes espaços exclusivos das bicicletas para outros fins”, declara King.

Vistoria da ciclofaixa

Na tarde da última terça-feira, 21, estiverem visitando a ciclofaixa o prefeito Eduardo Leite, a secretária Joseane Almeida, representantes da SGMU, o reitor da UFPel Mauro Del Pino, a vice-reitora, Denise Gigante, e membros do DCE – Viração., para poderem analisar como está a primeira etapa do projeto, que tem 1,5 quilômetros de extensão. A ciclofaixa foi uma parceira da Prefeitura Municipal e da Universidade Federal de Pelotas.

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