A HISTÓRIA DO BRASIL DE PELOTAS NO CAMPEONATO BRASILEIRO DA SEGUNDA DIVISÃO

Por Luís Artur Janes Silva e Rafael Duval Pinto

Desde 1985 o rubro negro não participa de uma competição de nível tão alto quanto o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, ou Brasileirão da Série B. Mas fazer parte deste campeonato não é algo inédito para o Xavante. E será sobre este histórico de participações que nos debruçaremos nesta reportagem.

O Brasil, em 105 anos de história, já disputou 4 Campeonatos Brasileiros da Primeira Divisão (1978, 1979, 1984, 1985) e, atualmente, participa pela quarta vez do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Antes da edição de 2016, o rubro negro tinha marcado presença na Segundona Nacional nos anos de 2000, 1986 e 1980. Embora as campanhas nestes campeonatos tenham sido fracas, vale relembrar alguns detalhes destes outros momentos importantes da história do Xavante, mas sempre esperando que 2016 reserve um destino mais auspicioso ao clube da Baixada.

1980

Na sua terceira participação em uma competição nacional, o rubro negro disputa a Taça de Prata, que naquele ano foi composta de 64 clubes, divididos em oito grupos de 8 equipes cada um. Os campeões de cada grupo disputaram uma seletiva que garantiria aos 4 melhores colocados a participação na Taça de Ouro de 1980, a primeira divisão do futebol brasileiro na época. Para os quatro perdedores desta seletiva restou juntar-se a outros 16 clubes que disputariam o título de campeão da Taça de Prata, honraria que coube ao Londrina – PR, que jogou na 1ª Fase no grupo do Grêmio Esportivo Brasil.

Enquanto isso, o Brasil que havia feito uma honrosa campanha no Brasileirão de 1979, passando à 2ª Fase, desta vez teve uma atuação discreta, quase decepcionante. Em grupo com oito times, o Xavante acabou em sexto lugar, sem conseguir uma única vitória. Foram 5 empates e 2 derrotas na caminhada efêmera do time na competição.

1986

Depois de ter feito uma campanha histórica no Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão no ano de 1985, quando acabou na 3ª posição, o Brasil foi relegado ao Torneio Paralelo no ano seguinte. Em temporada confusa, em que alguns clubes chegaram a entrar na Justiça Comum para garantir participação na competição nacional, o rubro negro foi penalizado por uma atuação fraca no campeonato estadual e disputou apenas o tal Torneio Paralelo, que premiou 4 de seus participantes com vagas na 2ª Fase do Campeonato Brasileiro. Infelizmente, o Xavante não conseguiu nenhuma destas vagas.

O Torneio Paralelo, um Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão disfarçado, teve 36 participantes, que foram agrupados em 4 chaves, compostas de 9 times, o campeão de cada chave garantiu vaga no Brasileirão.

O Brasil ficou no Grupo H, tendo a companhia de Criciúma – RS (classificado), Marcílio Dias – SC, Pinheiros – PR, Juventude – RS, Londrina – PR, Avaí – SC, Novo Hamburgo – RS e Cascavel – PR. O time de Pelotas foi apenas o 8º lugar do seu grupo, fazendo 5 pontos. Em oito jogos, o rubro negro venceu dois, empatou um e perdeu cinco.

2000

Outra confusão no futebol brasileiro permitiu que o Brasil disputasse o seu terceiro Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. No ano de 1999, o Gama foi rebaixado à Segundona Nacional, mas sentindo-se prejudicado pelo suposto benefício dado ao Internacional – RS e Botafogo – RJ no caso Sandro Hiroshi, o clube do Distrito Federal foi à Justiça Comum e conseguiu a obrigação de parte da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de incluí-lo em quaisquer competições nacionais.

Só para relembrar, Sandro Hiroshi era um jogador do São Paulo que disputou o Brasileirão de 1999 com a idade adulterada. Aproveitando – se do imbróglio, Inter e Botafogo recuperaram os pontos perdidos nos jogos contra o São Paulo, para o clube gaúcho foi o suficiente para evitar o rebaixamento, o Botafogo não conseguiu se salvar, mas ancorado na confusão homérica formada no ano 2000, acabou disputando o Brasileirão.

Com a interferência da Justiça Comum na seara esportiva, o Brasileirão de 2000 foi organizado pelos clubes, sendo denominado Copa João Havelange e foi acometido de um grande inchaço, pois passou de 22 clubes para mais de 100 entidades futebolísticas.

No meio desta confusão o Brasil foi incluído na competição nacional, mesmo disputando a Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho (2ª Divisão). O rubro negro ficou no Módulo Amarelo, composto por 36 times, divididos em dois grupos de 18 clubes, onde os 8 melhores de cada chave garantiam vaga à fase seguinte do Módulo. Os três melhores do Módulo Amarelo fariam parte da fase decisiva da Copa João Havelange.

Infelizmente, o Xavante fez outra campanha decepcionante, ficando na 16ª colocação no seu grupo, fazendo apenas 15 pontos em 51 disputados. Ao todo foram 4 vitórias, 3 empates e 10 derrotas. Sem estrutura para participar de duas competições simultaneamente, o Brasil foi mal nas duas trincheiras, tanto na Copa João Havelange, quanto na Divisão de Acesso, onde o clube da Baixada foi suplantado pelo Novo Hamburgo e o São Paulo – RG.

Equipe do Brasil no ano de 1980. (Fonte: www.colecionadorxavante.com)

Equipe do Brasil no ano de 1980. (Fonte: www.colecionadorxavante.com)

Brasil x Paraná. Xavante estreia no Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão de 2016. (Fonte: Rafael Duval Pinto)

Brasil x Paraná. Xavante estreia no Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão de 2016. (Fonte: Rafael Duval Pinto)

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