A carnificina de Polanski
Por Vinicius Colares
Carnage, no Brasil traduzido como Deus da Carnificina – (2011), é um filme dirigido por Roman Polanski. Quem conhece a carreira do diretor, sabe que o francês não poupa esforços para fazer qualquer crítica que acha importante. Essa película não é diferente.
O filme nasceu de uma peça – com o mesmo nome – escrita pela também francesa Yasmina Reza. O minimalismo que chamou tanta atenção da crítica à peça foi levado para o cinema. Quase cem por cento do filme se passa no mesmo cenário e os diálogos são o grande destaque do filme. Polanski prova que pouco pode ser muito.
Apesar do título – principalmente a péssima tradução para o português no Brasil – indicar inicialmente um filme de suspense ou terror, o espectador que assiste ao filme “às cegas” se surpreende desde o início. O humor ácido do roteiro se junta com um elenco escolhido (de forma impecável) pelo diretor: Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz e John C. Reilly. Os quatro formam dois casais distintos e completamente contemporâneos em suas individualidades.
A forma com que Polanski aproveita as características de cada ator para chegar nesse ponto é genial. O diretor, nascido na França, alcança uma linha tênue: diálogos pesados, mas extremamente divertidos. Roger Ebert, um dos maiores críticos contemporâneos de cinema, descreveu bem o elenco do filme:
“Aqui estão quatro atores familiares ao espectador, que estão exatamente de acordo com seus papéis”, é o que diz a crítica que pode ser conferida neste link.
Claudiomar Muniz, economista e fã de cinema, surpreendeu-se positivamente. Apesar de não ser um grande conhecedor do cinema francês, o cinéfilo acabou indo de acordo com a crítica e não se arrependeu.
“Li uma crítica do filme e não achei que fosse chamar minha atenção, mas arrisquei. Não me arrependi. É um dos filmes mais contraditórios – de uma maneira positiva, que já vi. O filme se passa em um só ambiente, mas não é nada lento. Sensacional”, contou.
É o tipo de filme perfeito para se assistir “no escuro”. Não vale a pena lançar aqui detalhes do enredo ou dos diálogos. Mas é obrigação recomendar essa carnificina contemporânea e as reflexões trazidas por Yasmina Reza e Polanski.