Reabertura SulDesign Galeria – sexta 10 junho às 16h30
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Após dois anos de pandemia, de interações mediadas por telas, de vivências através de câmeras, áudios e mensagens de texto, finalmente as aulas presenciais retornaram. Ainda com máscaras, distanciamentos físicos e cuidados, mas finalmente com corpos presentes na mesma sala. Depois de todo esse período em casa, estar novamente no Centro de Artes junto com os colegas tinha um gosto de primeira vez.
Os trabalhos de Primeiras impressões retratam esse momento: as primeiras impressões do retorno às aulas presenciais, da vivência no prédio da universidade, dos olhares dos alunos e professores que finalmente deixaram de ser um avatar no e-aula.
Primeiras impressões é uma série de retratos realizada no primeiro dia de aula presencial da disciplina Fundamentos do Desenho II, ministrada pela prof. Thaís Sehn, para os alunos do Design Gráfico 2021/2. Nesse exercício foi proposta a realização de desenhos simultâneos, nos quais uma pessoa desenhava a outra, ao mesmo tempo em que era desenhada por seu sujeito de desenho. Cada aluno realizou cinco retratos de diferentes colegas com técnicas variadas, todas de no máximo dois minutos (desenho cego, desenho cego com trapaça, desenho com a mão esquerda, desenho rápido de 30 segundos e retrato cubista da turma como um todo).
A cada desenho os alunos ficavam mais relaxados, mais a vontade uns com os outros e mais confortáveis com os seus próprios desenhos. Nas aulas seguintes eles revisitaram esses desenhos para criar suas primeiras impressões com as técnicas coloridas que iam sendo introduzidas na disciplina. Nesta mostra, optou-se por organizar os trabalhos através dos sujeitos retratados, convidando o observador a criar sua primeira impressão de cada expositor através da imagem caleidoscópica resultante dessa experiência de olhar e ser olhado.
Texto de Thaís Cristina Martino Sehn
QUANDO A LUZ FALTA
Raras são as vezes em que ficamos sem energia elétrica. Quando tal ocasião se concretiza, no entanto, não é incomum que fiquemos inquietos e meio perdidos, já que reféns de um ritmo de vida frenético, estamos sempre com as mãos e a mente ocupadas. Quando, por poucas vezes somos desconectados desta realidade, somos compelidos a encontrar atividades alternativas para nos distrair e passamos a perceber com outros olhos as banalidades do cotidiano.
Quando ocorre uma queda de energia à noite, nos vem à memória, quase como uma epifania, de que precisamos de eletricidade para tudo que fazemos: esquentar a água, ler um livro ou carregar o celular (que, como uma mágica e infeliz coincidência, está com apenas 5% de bateria e por isso, não pode ser usado como lanterna e muito menos como um passatempo). Por sorte, lembramos que há uma vela esquecida naquela gaveta da cozinha, logo abaixo dos talheres, em que se guarda de tudo um pouco: os manuais de instruções, as sacolas do supermercado, o arame de fechar pão de sanduíche, mas… e os fósforos? Quem é que se lembra de comprar fósforos em uma casa onde tudo é ligado na tomada?
Quando a luz falta é necessário encontrar facilmente esses objetos que iluminarão o caminho. Com esse propósito é que foram pensadas as caixinhas de fósforo ilustradas: para serem utilizadas como imã de geladeira decorativo e serem de fácil acesso quando for preciso. Todas as ilustrações deveriam ser com pastel seco sobre fundo tonal e poderiam explorar livremente essa temática, tanto em um sentido mais literal da falta de energia elétrica, quanto partir para um conceito mais filosófico da ausência de luz. Os trabalhos são fruto da turma de Design Gráfico da disciplina Fundamentos do Desenho II, ministrada pela prof. Thaís Sehn no semestre de 2021/2.
Texto de Izabela Maria dos Santos Zanin e Thaís Cristina Martino Sehn.