“Hiroshima”: horrores da bomba atômica através do olhar jornalístico

Mesmo sem trazer grande apelo emocional, livro comove ao narrar com detalhes experiência vivida por seis sobreviventes do ataque nuclear          

Por Ana Beatriz Garrafiel            

Um clarão silencioso. Segundo depois, um barulho estrondoso. Após, uma nuvem de poeira e somente destruição. Esse foi o cenário descrito por John Hersey, quando aproximadamente 77 mil pessoas perderam suas vidas, e outras tantas ficaram com sequelas para sempre. O livro “Hiroshima” acompanha e narra a história de seis sobreviventes da bomba atômica, lançada pelos Estados Unidos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente.

Com um texto mais objetivo e direto, bem característico do chamado Novo Jornalismo (gênero jornalístico/literário do qual Hersey era um dos principais representantes), a obra traz, aos mínimos detalhes, o cenário antes do atentado. Descreve onde cada um dos sobreviventes estava no momento da explosão e tudo aquilo que eles viveram após a tragédia, até 40 anos depois. 

Hiroshima em 1945, após a explosão da bomba atômica. Foto: Reprodução/The New Yorker

  

Mesmo sendo seis pessoas distintas, com histórias diferentes acontecendo ao mesmo tempo, o livro consegue manter uma narrativa que flui e não deixa o leitor perdido. Na verdade, muito pelo contrário. Apesar de não trazer um apelo emocional muito grande, o livro é capaz de nos envolver e nos conscientizar sobre o que realmente aconteceu naquela cidade japonesa rodeada por belas ilhas e com um futuro próspero, mas que se tornou símbolo de uma das maiores destruições já presenciadas pelo ser humano.

Apesar de sua edição mais recente ter sido lançada há 20 anos, a obra ainda é considerada um clássico atemporal. E não é à toa. “Hiroshima” é uma aula de conhecimento, de humanidade e, principalmente, de empatia. Nos faz entender (ou pelo menos achar que entendemos) o que é perder seus entes queridos, seus amigos, seus objetos pessoais, sua terra natal, sua história. E, quanto mais lemos, na verdade, mais desejamos nunca precisar entender o horror e o sofrimento que aquelas seis vidas ali contadas passaram.

O autor

John Hersey, apesar do nome americano, nasceu em Tianjin, na China, em 17 de junho de 1914. Filho de missionários, retornou aos Estados Unidos com dez anos, onde formou-se jornalista e começou a trabalhar para revistas renomadas, como a Times. Cobriu grandes confrontos, como o de Sicília e a Batalha de Guadalcanal, mas obteve maior êxito e reconhecimento em 1946, após lançar o artigo “Hiroshima” na The New Yorker, narrando a vida de seis sobreviventes da bomba atômica. Entre alguns de seus trabalhos mais notáveis estão “A Bell for Adano”, livro de ficção que o trouxe um Prêmio Pulitzer, “Men on Bataan” e “Into the Valley”. Faleceu em 24 de março de 1993, aos 78 anos.

                    John Hersey, fotografado por Alfred Eisenstaedt                          Foto: Reprodução/Internet

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Projeto arquitetônico para Molhes da Barra vence seleção estadual

Ideia contemplada com segundo lugar visa inovação e restauração de local histórico de Rio Grande     

Por Rayla Ribeiro e Vitor Porto     

Obra constitui marco da engenharia marítima  e foi inaugurada em 1915         Foto: João Gabriel de Moura Rosa Cordeiro

 

O projeto da cidade Rio Grande, que irá revitalizar os Molhes da Barra, ficou como segundo colocado entre os cinco vencedores do concurso Iconicidades, promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Também da região Sul do Estado, a cidade de Pelotas foi agraciada com o primeiro lugar voltado para o estabelecimento de um Centro de Gastronomia.

A vereadora Lu Compiani Branco (MDB) foi responsável por realizar a indicação propositiva na Câmara de Vereadores do Rio Grande do Ecoparque Turístico Molhes da Barra. O secretário de Município do Meio Ambiente da Prefeitura do Rio Grande, Pedro Fruet, acredita que o projeto do Ecoparque irá fomentar o turismo, ressaltando a importância histórica da cidade. “Será mais um passo para o futuro da economia e desenvolvimento do Rio Grande, trazendo uma arquitetura sustentável e integração com a beleza natural que os Molhes da Barra proporcionam”. Segundo Fruet, a proposta prevê a revitalização da Praia da Barra, píer para turismo náutico, áreas de gastronomia, passarelas e um minimuseu.

O projeto Iconicidades

O Iconicidades é um projeto lançado em 21 de junho deste ano e faz parte do programa Avançar, criado pelo Governo do Rio Grande do Sul com o objetivo de crescimento econômico e melhorias na prestação de serviço à comunidade gaúcha. Busca inovar, ressignificar e restaurar conjuntos arquitetônicos históricos para atrair o público e fomentar o turismo no Estado.

Primeiramente, foram indicados 11 conjuntos arquitetônicos que poderiam ser revitalizadas pelo projeto, logo após foram selecionadas cinco para participar do concurso para seleção de projetos. As propostas foram lançadas através de um edital aberto para escritórios de arquitetura de todo o País. A escolha das ideias premiadas aconteceu por avaliação de arquitetos independentes contratados para participar da comissão.

Os cinco projetos definidos, levando em conta a seleção inicial entre 11 municípios, e a escolha dos projetos feitos por arquitetos foram os seguintes:

1° lugar: Pelotas – Centro de Gastronomia

Projeto vencedor: Ricardo Felipe Gonçalves (SP)

2° lugar: Rio Grande – Ecoparque Turístico Molhes da Barra

Projeto vencedor: João Gabriel de Moura Rosa Cordeiro (PR)

3° lugar: Santa Maria – Clube dos Ferroviários: Centro de Inovação e Economia Criativa

Projeto vencedor: Augusto Longarine (SP)

4° lugar: Cachoeirinha – Complexo Casa de Cultura

Projeto vencedor: Rodrigo Troyano Prates (RS)

5° lugar: São Leopoldo – Complexo Casa da Feitoria/Museu do Imigrante

Projeto vencedor: Patrícia de Freitas Nerbas (RS)

O Iconicidades pagará aos arquitetos responsáveis pela elaboração dos projetos vencedores prêmios de 1°, 2° e 3° colocados entre R$10 mil e R$20 mil. As cidades que tiveram suas arquiteturas selecionadas entre os primeiros colocados receberão valores aproximados de R$580 a R$749 mil. Além disso, os municípios terão o compromisso de executar e implementar as iniciativas necessárias para a realização das obras.

A proposta é voltada para ressignificar e estimular a retomada de espaços arquitetônicos icônicos nas regiões escolhidas – ambientes que façam parte da identidade local, seja pela localização, pelo estilo arquitetônico que imprimem, ou mesmo pelo uso que deles se fez no passado.

Na primeira etapa do projeto, foram selecionadas arquiteturas simbólicas de cinco municípios gaúchos, bem como as propostas de cada um para dar a elas um novo sentido, promovendo o estímulo à inovação e à economia baseada no capital intelectual e contribuindo para criar ecossistemas criativos e que estimulem novos negócios.

O projeto selecionado de Pelotas contemplou as melhores propostas de edificação anexa à antiga sede do Banco do Brasil no município, bem como um plano de ocupação do prédio histórico, a fim de que o conjunto contemple o Centro de Gastronomia.

A história dos Molhes da Barra

A construção dos Molhes da Barra, em Rio Grande, é considerada um marco na história gaúcha e da cidade do Rio Grande, sendo uma das suas maiores obras de engenharia marítima.

Durante séculos, navegadores lutaram para vencer os desafios da natureza na região sul, pois os navios enfrentavam sérias dificuldades para alcançar o Porto do Rio Grande. Ventos fortes, bancos de areia, tempestades e o baixo calado do canal, cerca de quatro metros no século 19, limitavam o potencial da cidade.

A ideia, ou sonho, de construir um quebra-mar na entrada da Lagoa dos Patos surgiu ainda em meados do século 19. Com um convite do Imperador D. Pedro II, o engenheiro brasileiro, Honório Bicalho – homenageado na rua do atual Porto Novo – elaborou o projeto de dois quebra-mares, um de cada lado do canal, como a solução definitiva. Visionário, Honório faleceu antes de ver o início das obras.

Foi somente na presidência de Rodrigues Alves e Afonso Pena, em 1909, que as obras iniciaram. Em um esforço colossal, 120 quilômetros de ferrovia foram construídos para transportar pedras vindas de Monte Bonito e Capão do Leão, cerca de 1,7 toneladas por dia. Dois guindastes Titan foram instalados para moverem as pedras gigantescas e cerca de quatro mil operários trabalharam na construção dos dois moles. No total, quatro milhões de toneladas de pedras foram usadas na construção.

No dia 1° de março de 1915, o navio Benjamin Constant, da Marinha do Brasil, cruzou os dois braços de pedra que se estendiam por quatro quilômetros mar adentro, assim, inaugurando os Molhes da Barra.

Atualmente, os Molhes permitem que o Porto do Rio Grande tenha um calado de 15 metros de profundidade, comportando a navegação de grandes navios, como plataformas de petróleo, em águas calmas e seguras no terceiro maior porto marítimo do Brasil.

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Imagem tocante no filme policial “A Suspeita”

Drama tem enredo com fragilidades, mas ganha com uma incrível atuação e uma representação sensível dos efeitos do mal de Alzheimer     

Por Giéle Sodré         

A atuação de Glória Pires como Lúcia é um destaque da produção            Fotos: Divulgação/Imagem Filmes

“A Suspeita”, filme protagonizado por Glória Pires, estreou no 50º Festival de Cinema de Gramado, ocorrido neste ano, e lhe rendeu o prêmio Kikito de Melhor Atriz, já indicando o que é possível esperar do filme dirigido por Pedro Peregrino e com produção da própria Glória.

Na trama, somos apresentados à Lúcia (Glória Pires), uma comissária da inteligência da polícia do Rio de Janeiro que, após ser diagnosticada com Alzheimer precoce, luta para fechar seu último caso antes da aposentadoria forçada pela doença. Como se isso não fosse o suficiente, ela é levada a ter que lidar com a corrupção policial em seu local de trabalho e com a suspeita de que ela teria cometido uma queima de arquivo, assassinando duas pessoas.

O longa acompanha o fim da lucidez de Lúcia conforme a doença se agrava e a narrativa nos dá a sensação de peças faltando, assim como ocorre na mente da protagonista. A personagem fica entre a cruz – seu trabalho ao qual dedicou a vida sendo corrompido e destruído – e a espada – sua própria mente se destruindo, perdendo sua noção de tempo, espaço e memórias. Lúcia ainda se nega a aceitar um destino de esquecimento em que nada de seu esforço e dedicação teriam valido a pena.

Embora categorizado como um suspense policial, “A Suspeita” poderia muito bem se encaixar como um drama psicológico. O sofrimento íntimo que a atriz Glória consegue passar em sua atuação como Lúcia é de um brilho magistral. Demonstra a maneira como seu cérebro não mais acompanha o tempo e os acontecimentos da mesma forma, conforme a doença vai avançando. Em seus momentos de desespero, ela luta pela lucidez, por manter memórias, por não esquecer e não ser esquecida.

Os dilemas de Lúcia são muito mais o foco do filme do que a própria investigação. Sua dedicação à polícia a impediu de formar uma família, algo que a mesma expressa com dor e desespero, refletindo se seu trabalho valeu tudo aquilo que sacrificou por ele.

A solidão de Lúcia é dolorida, reflete a vida que, em algum momento, poderia ter tido e pressente seus temores mais profundos. Há o medo de se ver desamparada em seus momentos mais frágeis, quando não mais puder exercer aquilo pelo que batalhou e não tiver mais ninguém à sua volta que cuide de sua integridade física. Seu tio, um padre mais velho, não pode cuidar dela por causa de suas obrigações da igreja. Lúcia se perde durante atividades que podem causar danos físicos e ressente-se de relacionamentos sobre os quais abriu mão.

O drama psicológico da personagem compete com elementos do suspense policial na narrativa do filme

 

A fotografia do filme reflete o estado mental da protagonista. Os cortes e os planos soam por vezes como retalhos soltos de uma narrativa a qual perdemos uma parte, mesmo que ainda possamos acompanhar a história. Os lampejos mentais de Lúcia também são acompanhados pela imobilidade da câmera, pelo desfoque em volta da personagem e pelos efeitos luminosos. As imagens refletem o que se passa com a policial  com o encontro e a perda de foco nos objetos. São eles que ajudam ela a lembrar-se das suas atividades do dia a dia. É como se a história fosse vista por dentro do cérebro de Lúcia em conflito consigo mesma.

A narrativa trata da vida da personagem, mas o enredo acaba por se perder muito na forma típica de um suspense policial. Não acompanhamos de onde saem as conclusões de quem estaria envolvido nos acontecimentos, além da superficialidade a que Lúcia se apega, pelas informações que ela mesma rabisca e faz lembretes repetitivamente enquanto investiga. É um roteiro fraco, ainda que brilhe com a atuação de Glória Pires e sua franqueza e sutileza ao lidar com a decomposição da mente humana pelo mal de Alzheimer. Ao acompanharmos como Lúcia se perde, nós mesmos nos perdemos na história que estamos acompanhando.

Mesmo assim, é um filme tocante que nos carrega pela mente perdida de uma pessoa com ideais e missões que vê todo um futuro e um passado ruindo frente a algo que não pode ser mudado. É uma imagem vívida do que a doença causa e uma atuação sensível e de impressionante maestria para o gênero.

Uma pedra preciosa do cinema nacional que, embora não tão bem lapidada, ainda brilha com diferentes cores lindamente.

Veja o trailer do filme que está disponível nos serviços de streaming Amazon Prime Video e Youtube.

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Cordão Carnavalesco agita comunidade pelotense

Atividade promovida por grupo de instrumentistas reuniu uma multidão na rua Sete de Setembro       

Por Alexsandro Santos        

 

O Centro de Pelotas foi animado com uma pequena prévia do Carnaval com os sambistas do Ponto Chic

Na tarde do sábado, dia 12 de novembro, aconteceu mais uma roda de samba do Grupo Cordão Carnavalesco do Ponto Chic. Geralmente promovido no Mercado Público de Pelotas, a ação aconteceu na rua Sete de Setembro, no Centro da cidade, e contou com a participação de diversas pessoas que passavam pelo local. Com o objetivo de retomar a tradição dos antigos carnavais de rua, o público cantou e dançou músicas consagradas por escolas de samba locais.

Caroline Nunes, 28, atendente de uma farmácia próxima do local, participou do evento ao final do seu expediente: “eu trabalho aqui perto, na farmácia da esquina e vi uma aglomeração estranha de pessoas. Fui ver o que era e adorei o que encontrei. Convidei uma amiga e já vim participar do samba. Melhor rolê para um fim de sábado.”

Já para a Eliana Araújo, 65, aposentada, eventos como esse são essenciais para retomar a tradição e promover a integração da comunidade. “Adorei relembrar algumas músicas, dançar e descontrair neste fim de tarde. Acho que esses tipos de ações são super importantes para a valorização da cultura local”, conta Eliana.

 

A tradição do Carnaval empolga várias gerações com a lembrança de várias músicas consagradas

 

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Mostra de Cinema Latino-Americano de Rio Grande acontece em dezembro

Quarta edição do evento ocorre entre os dias 5 e 9 do próximo mês     

Por Vitor Valente      

A edição deste ano volta a ter programação totalmente presencial

Com cinco exibições de cinema ao ar livre, a 4ª edição da Mostra de Cinema Latino-Americano de Rio Grande promete ser a maior já realizada. Com uma temática ligada às intersecções da cultura portuária da cidade, a Mostra promove atividades gratuitas de lazer e capacitação audiovisual, além de exibições de filmes e mesas de debate. Com cinco dias de programação, a edição inova ao descentralizar as atividades que acontecem entre os dias 5 e 9 de dezembro.

As exibições de cinema ao ar livre ocorrem em diferentes localidades do município. Além do Centro e do Cassino, bairros periféricos como a Junção, Ilha dos Marinheiros e Taim recebem parte da programação. Segundo os organizadores, o objetivo é abraçar a comunidade rio-grandina com um espaço de arte, cultura e educação. As demais atividades acontecem no Campus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), localizado na Rua Engenheiro Alfredo Huck, 475, Centro.

Após dois anos de atividades limitadas pela pandemia, a Mostra de 2022 acontece de maneira totalmente presencial. Segundo o produtor executivo Victor Pinheiro, um dos objetivos é promover discussões, além de fomentar a produção de cinema por meio das oficinas de formação. “A gente busca proporcionar um espaço de capacitação, informação e discussão sobre audiovisual, cinema, sobre o que é produzido na cidade, no Estado, no Brasil e também na América Latina. Contamos com a participação de realizadores de diferentes lugares”, explica Pinheiro.

     Terceira edição foi realizada em formato híbrido devido à pandemia, com cine drive-in como única atividade presencial         Foto: Divulgação

 

Com cinco exibições de cinema itinerante, Victor garante que o objetivo é expandir as atividades. “A ideia é conseguir fazer com que esse evento tão importante para a cidade saia do centro urbano e chegue em outros lugares. Além de discutir, através do cinema, a progressão desses espaços”, destaca. “A temática cultural que vem do porto e da relação com o mar tem toda uma influência com a cultura das cidades portuárias. Então, esse é o nosso interesse, saber como esse espaço influencia na construção e na cultura dessas cidades”, conclui.

O idealizador acredita que a Mostra tem potencial para contribuir com uma visão renovada sobre o cinema latino-americano. “A gente tem que discutir o cinema como comunidade, na América Latina. É um cinema diferente das grandes produções que a gente vê, geralmente norte-americanas. Então contar um pouco sobre o que é cinema latino-americano, sobre nossas próprias discussões, nossas histórias, nossas problemáticas, incentiva que a comunidade se aproprie dessas temáticas”, expõe Pinheiro.

Ele ainda expõe a importância de pensar novas narrativas através de uma estética latino-americana. “Possibilitar essa discussão sobre alguns projetos específicos que têm histórias marcantes, interessantes e até inspiradoras pode vir a influenciar outras pessoas. A ideia é falar também dessa estética de cinema”, explica. “É importante para que os artistas tenham uma visão, um olhar diferente sobre suas próprias obras, qual o objetivo delas, como atingir outras pessoas e o que você quer tocar nessas pessoas. Vai ser um processo bem bacana”, conclui o produtor.

                 O diretor Ah Nanse participa da mesa sobre videoclipe no dia 5 de dezembro              Foto: Reprodução/Instagram @oahnanse

Uma das mesas de discussão tem como temática os videoclipes musicais. Um dos debatedores será Nicollas Farias, mais conhecido pelo nome artístico Ah Nanse. Natural de Rio Grande, atua como diretor, fotógrafo e editor. Com mais de 60 videoclipes dirigidos, Ah Nanse afirma que o público pode esperar uma conversa honesta e transparente. “Sobre os processos, sobre todo o bastidor por trás da construção de videoclipes, com histórias sobre os percalços que a gente passa por estar geograficamente distante do mainstream”, assegura.

O diretor ressalta a riqueza cultural do município. “Rio Grande é, historicamente, uma cidade muito rica, com muitos artistas e produção cultural”, frisa. “O que falta é essa articulação de projetos e eventos gratuitos e públicos. Por isso alguns eventos têm pouca divulgação e chegam a um número muito limitado de pessoas, que são aquelas que são agentes da cultura e já estão envolvidas. Acho que é muito importante criar esse movimento do cinema dentro da cidade, para que a gente não fique limitado a assistir os filmes que os streamings oferecem ou então fadados ao circuito de cinema que fica limitado às produções de maior clamor popular, como filmes de heróis ou de comédia”, declara.

Ah Nanse garante que a realização da Mostra de Cinema Latino-Americano de Rio Grande o inspira. “Eu tenho muito interesse em entrar em ambientes que merecem e carecem dessa cultura, como a própria periferia. Então é importante que a gente mostre que é possível. Porque muita gente da periferia, gente preta, acaba não tendo acesso e sequer sonha com o que se pode tornar, como um diretor que trabalha com audiovisual, e nem sabe que é possível, que existem pessoas que ganham a vida e trabalham fazendo arte dentro da própria cidade”, finaliza.

A programação completa está disponível abaixo e todas as atividades são gratuitas. As inscrições nas oficinas podem ser realizadas no site do evento.

Segunda-feira (5/12)

14h30 – 17h: Mesa sobre Videoclipe com  A Corte Filmes e Ah Nanse – IFRS

20h30 – Cinema de Rua – Rincão da Cebola, Centro

Terça-feira (6/12)

14h30 – 17h: Oficina Introdução à Produção Audiovisual por Flávia Seligman – IFRS

20h30 – Cinema de Rua – Orla da Rua Henrique Pancada, Junção

Quarta-feira (7/12)

9h – 12h30: Oficina Narrar com a câmera por Roberto Cotta – IFRS

20h30 – Cinema de Rua – Praça do Taim

Quinta-feira (8/12)

9h – 12h30: Oficina A imagem é uma sereia por Lívia Pasqual – IFRS

20h30: Cinema de Rua – Recanto Nossa Senhora de Lourdes, Ilha dos Marinheiros

Sexta-feira (9/12)

9h – 12h30: Oficina A imagem é uma sereia por Lívia Pasqual – IFRS

20h30: Cinema de Rua – Praça Didio Duhá, Cassino

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Saudade vira festa em São Lourenço do Sul

A tradicional festa germânica Südoktoberfest retorna após dois anos de pausa por conta da pandemia do coronavírus        

Por Julya Bartz Boemeke Schmechel         

O Grupo Sonnenschein realiza a Südoktoberfest, (“festa de outubro do Sul”) desde 1988          Foto: Grigoletti Fotografia

 

Não é necessário morar em São Lourenço do Sul para conhecer a Südoktoberfest. Afinal, a maior e mais tradicional festa germânica da região reúne anualmente diversos amantes desta tradição tão querida, que passa de geração para geração. Depois de uma pausa de dois anos, a festa voltou no mês passado e já tem data marcada para o ano que vem.

A Südoktoberfest, significa “festa de outubro do Sul” e é realizada pelo Grupo de Danças Folclóricas Alemãs Sonnenschein desde 1988. O evento conta com muita música – da tradicional “bandinha” –, danças, chopp e deliciosas comidas típicas. Mas não para por aí: a festa também proporciona diversas outras atividades como jogos germânicos, concurso para as escolhas da rainha e mini rainha, desfile de rua e concurso de chopp a metro. 

Dentre a gastronomia do evento, destaca-se o delicioso Rievelsback, um bolinho frito de batata ralada que faz grande sucesso, sendo produzido a cada edição mais de uma tonelada de batatas. Este número torna o Rievelsback campeão de vendas na praça de alimentação da Südoktoberfest, perdendo para outras comidas típicas, como o Pretzel  (pão tipicamente alemão em formato de nó).

Além do bolinho de batata, um grande destaque é o peito de ganso defumado, um dos pratos servidos no café colonial da festa. Trata-se de uma cultura muito importante dos antepassados e quase esquecida. Por conta deste prato tão característico, os mascotes da Südo são o Walter e Wilma, dois gansos muito animados.

Os mascotes Walter e Wilma divertiram o público na  33ª Südoktoberfest          Foto: Grigoletti Fotografia

 

E, por falar em tradição, na 31ª edição, ocorrida em 2018, a Südoktoberfest bateu um recorde mundial, alcançando a maior Polonaise do mundo – dança tradicionalmente conhecida por abrir os bailes deste estilo. 

Retomada da festa em 2022

Com o início da pandemia, a Südoktoberfest precisou fazer uma pausa. Foi aí que o Grupo Sonnenschein, através de recursos próprios, decidiu realizar obras na Associação Cultural Sete de Setembro (antiga casa do evento), para que o espaço estivesse melhor estruturado e preparado para o retorno.

Helena Kohn, 2ª Secretária do Grupo de Danças Folclóricas Alemãs Sonnenschein, conta que as obras iniciaram durante a pandemia, com o intuito apenas de realizar a manutenção da Associação. Porém, em seguida, o grupo decidiu planejar o parque do evento, que agora volta a ser a casa oficial da Südoktoberfest.

Em anos anteriores, a festa foi realizada no Esporte Clube São Lourenço e, neste ano, finalmente, retornou às suas raízes. A Associação Sete de Setembro contou com uma extensa e preparada estrutura, para abrigar a edição mais esperada de todas. Mas as obras não param: novos projetos seguirão acontecendo, para oferecer um espaço ainda mais amplo nos próximos anos.

As  obras na Associação Sete de Setembro começaram no período da pandemia        Foto: Sul 360 Imagens

A obra passou por várias partes entre as quais a instalação da cobertura       Foto: Sul 360 Imagens

E a edição deste ano voltou para movimentar São Lourenço do Sul e alegrar os amantes das tradições germânicas. Superando a última edição – que contou quatro dias de festa –, em 2022 a Südoktoberfest espalhou-se pelo município e foi realizada em 10 dias, de 2 a 12 de outubro. Depois de dois anos de pausa, o lema da festa que sempre foi “no mês de outubro a cidade vira festa”, precisou sofrer uma pequena alteração para adequar-se à realidade, e, neste ano, o lema representa o sentimento de muitos: “a saudade vira festa”.

Abertura da 33ª Südoktoberfest, com a primeira etapa para servir um ótimo chopp     Foto: Divulgação/Facebook

 

A programação contou com uma visita alegre e especial ao Lar de Idosos Santo Antônio, atividades com as escolas, encontro de corais, apresentações de dança do Grupo Sonnenschein, feiras de artesanato e produtos coloniais, desfile temático de rua, jantar típico, café colonial e muito mais.

O evento contou com a apresentação de 13 bandas, recebeu 30 mil “Südoktoberfesteiros”, que brindaram com 28 mil litros de chopp vendidos. Tudo isso com a ajuda e trabalho incansável de quase 600 voluntários, que tornaram a retomada desta festa tão querida, ainda mais especial.

E para alegrar aqueles que tanto amam a tradicional festa, as notícias são boas. A 34ª Südoktoberfest já tem data marcada: de 8 a 15 de outubro de 2023. Se perder, “tá fritz”! 

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A festa é maravilhosa e, a cada ano que passa, fica melhor ainda. Passando de gerações em gerações, o mês de outubro sempre vira festa.

Josiane de Freitas Machado

“Uma Quedinha de Natal”: o que esperar do retorno de Lindsay Lohan às telas?

Nova comédia natalina produzida pela Netflix apresenta atriz como protagonista e desperta a atenção dos fãs da artista      

Por Helena Isquierdo Rocha    

Lindsay e Chord Overstreet são os protagonistas do lançamento de fim de ano no streaming Fotos: Divulgação

Longe das telas desde 2013, Lindsay Lohan faz seu retorno como atriz em algo que já virou tradição para os espectadores da Netflix: filmes natalinos.

Apesar de ser o gênero em que a atriz vem tendo sucesso, o roteiro clichê da comédia romântica “Uma Quedinha de Natal” não consegue atingir o sucesso que foram outras obras estreladas por Lindsay, como “Sexta Feira Muito Louca (2003) ou “Meninas Malvadas” (2004). Mas isso não significa que a produção é ruim. Porém, não se deve esperar um roteiro com grandes novidades.

Lançado em 10 de novembro, “Falling for Christmas” (título  original) conta a história de Sierra Belmont (Lindsay Lohan),  uma jovem herdeira que recebeu de seu pai o carro de vice-presidente de uma rede de hotéis de luxo. Acontece que a menina mimada pelo pai não deseja seguir a carreira dos negócios. A reviravolta acontece quando a personagem acaba sofrendo um acidente em meio à neve, logo após ser pedida em casamento por seu namorado Tad (George Young) – um rapaz tão fútil quanto a moça.  Quando acorda, Sierra não consegue lembrar nem mesmo do seu próprio nome. Com amnésia, ela conhece Jake Rusell (Chord Overstreet), dono de uma simples pousada da região. Não é preciso nem dizer que, no desenrolar da história, os dois se apaixonam.

Embora o enredo soe bastante familiar para quem é fã do gênero, a atuação de Lindsay Lohan não deixa a desejar e torna agradável assistir à produção. A escolha dos personagens coadjuvantes também foi ótima, dando destaque para a personagem mirim Avy (Olivia Monet Perez), a filha de Jake.  Outra ótima escolha feita pela Netflix foi no tempo de duração do filme, que conta com uma hora e 33 minutos.

Filme traz os ingredientes típicos das comédias natalinas estadunidenses      Imagem: Scott Everett White/Netflix

É fato que, no entanto, apesar de ser leve e divertido, a produção dividiu opiniões. Entre as críticas especializadas, as notas não foram tão positivas quanto o desejado. Já entre o grande público, a avaliação tem sido muito positiva. Para quem busca algo descontraído e com todos os elementos que uma boa comédia romântica de Natal oferece, fica difícil não gostar. E, é claro, também é uma ótima oportunidade para o retorno de Lindsay Lohan aos filmes. Prepare-se para um enredo recheado de clichês que envolvem a tradicional magia natalina.

Além do roteiro divertido, a trilha sonora é outro pronto agradável, e a cereja do bolo fica por conta da  cena em que Sierra e Jake  cantam Jingle Bell Rock, trazendo para os fãs da artista uma referência a outro trabalho estrelado por ela, o filme “Mean Girls” (“Meninas Malvadas”). 

Antes de perder a memória, Sierra Belmont era apenas uma socialite

 

Os filmes natalinos originais tornaram-se um ponto alto para o serviço de streaming Netflix, que nos últimos anos apostou em Vanessa Hudgens para ser a estrela de “A Princesa e Plebeia (2018),  filme que rendeu continuações de muito sucesso entre o público do gênero. E, agora, a empresa escolheu investir em uma atriz que ficou marcada pelo sucesso nas décadas de 2000 e 2010, assim como Vanessa. Se deu certo antes, por que não daria agora?

 

Vanessa Hudgens estrelou no filme de Natal “A Princesa e a Plebeia” ao lado de Nick Sagar e San Palladio

 

Esse é o primeiro trabalho de Lindsay Lohan na plataforma após a atriz assinar contrato com a produtora. Será que podemos esperar uma continuação para “Uma Quedinha de Natal”, assim como foi com “A Princesa e a Plebeia”?

 

Veja o trailer:

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Lojistas avaliam Feira do Livro após dois anos de pandemia

Livreiros comentam desempenho dos 18 dias do evento em cenário de retomada presencial e com alta dos preços no mercado literário       

Por Ana Garrafiel       

Na terça-feira (dia 15 de novembro), a Feira do Livro de Pelotas encerrou sua 48ª edição após 18 dias de evento. A estrutura do projeto, montada na praça Coronel Pedro Osório, coração da cidade, contou com 13 livreiros, expositores, tenda cultural, cafeteria e um palco destinado a atividades literárias.

Após dois anos sem a realização do evento e um aumento em quase todos os setores da economia – mas especialmente o literário – os lojistas estavam ansiosos e com expectativas sobre como seria o retorno de um dos mais tradicionais acontecimentos culturais de Pelotas. Para Nilo Ramm, responsável pela livraria Prazer de Ler, o movimento atendeu às expectativas e se destacou em relação às edições anteriores: ‘’Foi bom, alguns dias, houve bastante movimento, outros nem tanto. Mas o movimento foi melhor [que os outros anos]’’.

Já para João Pedro Vieira Alves, vendedor da livraria e papelaria Feito de Letras, a procura foi inferior comparada às edições passadas e deixou a desejar – mas ele vê uma razão para isso: ‘’O movimento foi bem fraco. O preço dos livros aumentou muito. As editoras colocaram preços muito altos – não sei se foi por conta da inflação ou tudo que está acontecendo pós-pandemia’’.

João também destaca que a estrutura da Feira diminuiu, tirando algumas coisas que antes eram um atrativo a mais para o público, como a praça de alimentação. ‘’Antes tinha um setor de alimentação enorme, tinham mais livrarias também, mais opções. Tivemos que adquirir mais produtos dentro da banca para ver se vendíamos mais coisas, pois os livros em si as pessoas estão achando muito caros’’, complementa.

Giuseppe Viscardi, da livraria Vanguarda, também aponta a ausência da parte com as lanchonetes como fator influenciador para o baixo movimento: ‘’Precisamos levar em consideração algumas coisas também. Esse ano não tivemos a praça de alimentação, não teve shows… algumas coisas influenciam’’, analisa. Ele também destaca os dias de chuva e a eleição como motivos que possam ter ‘’atrapalhado’’ o movimento, além do avanço do digital: ‘’O pessoal que realmente gosta de livros sempre busca. Hoje em dia também temos uma concorrência muito grande com a internet como um todo, e o mercado de livros acaba sendo um dos mais afetados’’.

Apesar disso, Giuseppe avalia o retorno como bom e produtivo, considerando o momento atual. ‘’Colocamos uma meta bem agressiva que tentamos atingir e faltou um pouco. Mas acho que, para uma retomada, foi bom sim’’, finaliza.

Apesar dos descontos, feira teve procura abaixo do esperado   Foto: Ana Garrafiel

 

Os favoritos do público

Dentre as diversas bancas e inúmeras opções de títulos e gêneros literários, o público deixou seu gosto bem claro para os lojistas.

Na livraria Prazer de Ler, o destaque foi para os livros e artigos infantis. Na parte adulta, a preferência foi pelos gêneros de guerra e suspense.

Na livraria e papelaria Feito de Letras o gênero infantil também teve grande destaque, juntamente com romances LGBTQIA +, os livros da editora DarkSide e leituras espíritas. Já os romances de época e obras acadêmicas, como das áreas de Filosofia e Sociologia, não tiveram tanta admiração do grande público.

Para a livraria Vanguarda os queridinhos foram os autores locais e alguns best-sellers adolescentes.

                                              Best sellers tendem a provocar maior interesse dos leitores                          Foto: Gustavo Vara/www,pelotas.com.br

Você pode acompanhar os lançamentos e as promoções de livros das livrarias nas redes sociais! Seguem os links para três livrarias de Pelotas no Facebook.

Prazer de Ler 

Feito de Letras 

Livraria Vanguarda 

 

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Espetáculo celebra 11 anos da Freedom Cia de Dança sexta e sábado

Grupo apresenta três sessões no Teatro Municipal de Rio Grande do musical “Cinderela às Avessas” neste fim de semana      

Por Tais Carolina e Mariah Coi     

O Teatro Municipal do Rio Grande, no Sul do Estado, receberá, nos dias 18 e 19 de novembro, o espetáculo “Cinderela às Avessas”, realizado pela Freedom Cia. de Dança. Diante do sucesso na venda dos ingressos, o grupo rio-grandino abriu uma sessão extra para que toda a comunidade possa prestigiar o evento.

A Freedom é um grupo que existe há mais de 11 anos na cidade do Rio Grande. A companhia foi criada em 2011 por quatro pessoas que tinham como objetivo divulgar a arte da dança e, ao mesmo tempo, quebrar preconceitos. O nome Freedom significa liberdade e este é o legado do grupo, a liberdade na arte e na vida.

O grupo não tem patrocinadores e sobrevive através de mensalidades simbólicas, participação em editais e realização de rifas, eventos e pedágios. Além disso, o valor dos ingressos arrecadado nos espetáculos é uma das principais fontes de renda que sustentam a equipe para que siga fazendo arte. Atualmente, o grupo conta com cerca de 100 dançarinos, entre as categorias adulto, juvenil e kids, sob direção de Andrius Mieres e Giovane Mackmillann.

O diretor e também coreógrafo Mackmillann antecipa que o espetáculo musical “Cinderela às Avessas” terá coreografias de jazz, dança contemporânea, dança de salão e danças urbanas, divididas pelos núcleos kids, juvenil e adulto.

Tudo isso será mesclado com encenações, caracterizando o musical.  O coreógrafo explica que o nome “Cinderela às Avessas” surgiu para sugerir que o espetáculo não será nada tradicional. A personagem de Cinderela será interpretada por uma mulher negra e na trama ela tem o sonho de ser estilista. Já quem dará vida à famosa Fada Madrinha é um homem que não se enquadra nos padrões hetero e branco. A Freedom traz diversidade em tudo que faz e com garra e dedicação consegue transformar os lugares em que habita.

A Companhia existe há mais de uma década, são mais de 10 anos resistindo em uma comunidade machista, LGBTfóbica e racista e levando a arte como uma ferramenta de transformação social. É um grupo cheio de representatividade, história e conquistas.

“Nossa vida enquanto grupo não foi fácil nesses 11 anos de caminhada.  Nosso maior desafio era achar um local que pudéssemos desenvolver a nossa arte. Aos poucos fomos crescendo, em número e qualidade, nos tornando um dos maiores grupos da nossa cidade”, afirma Mackmillann ao falar sobre a trajetória da Freedom.

Ele relembra que a Freedom durante muitos anos tinha como espaço para ensaios garagens, o Centro de Eventos da cidade e até mesmo o meio da rua. “Hoje em dia temos parcerias com pessoas que acreditaram e acreditam em nosso potencial, duas mulheres que fazem a diferença: Doris Ribeiro e Lídia Dias”, diz ele se referindo a diretora e a professora da Academia Art & Manhas, local no qual são realizados os ensaios do grupo atualmente.

“Nossas batalhas são constantes, não temos patrocínio, contamos com o público para nos mantermos durante o ano, são eles que nos impulsionam para fazer mais e melhor”, diz o diretor, fazendo um convite para que toda a comunidade possa prestigiar o evento “Cinderela às Avessas”. O espetáculo terá uma sessão no dia 18 às 20h30 e duas no dia 19, às 18h e às 20h30.

Espetáculo terá jazz, dança contemporânea, dança de salão e danças urbanas, divididas pelos núcleos kids, juvenil e adulto

 

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Noite do Centro Histórico atrai milhares de pessoas

Evento valorizou os museus e o patrimônio do Rio Grande, cidade mais antiga do Estado     

Por Rayla Ribeiro e Vitor Porto      

A Noite do Centro Histórico, que ocorreu no dia 9 de novembro, foi um grande sucesso e atraiu milhares de pessoas até o Centro do Rio Grande. O evento teve como objetivo valorizar e divulgar a cultura, museus e o patrimônio histórico da cidade mais antiga do Rio Grande do Sul. A população também pode acompanhar a cerimônia de inauguração do Largo Barbosa Coelho, em frente ao Mercado de Peixes. A revitalização da praça foi realizada em uma parceria com uma rede de supermercados da cidade e busca, além de proporcionar mais conforto aos frequentadores, embelezar a região do cais do Porto.

Bibliotheca Rio-Grandense abriu as portas com seu  acervo e exposição com peças de vários museus da cidade

 

Após a cerimônia de inauguração, foram entregues certificados aos Jovens Educadores Patrimoniais. Houve participação das Forças Armadas, que realizaram um disparo de canhão simbólico em direção à Lagoa dos Patos. Ficou a cargo da Banda Rossini o privilégio de ser a primeira atração cultural do Largo Barbosa Coelho.

A Noite do Centro Histórico também celebrou os museus. A Bibliotheca Rio-Grandense abriu as portas para receber o público. Guias mostraram aos visitantes o acervo centenário da biblioteca. Em seu salão no térreo, foi montada uma exposição com itens de diversos museus da cidade. O principal destaque foi a exposição de peças históricas da Fábrica Rheingantz.

Na rua General Osório, na frente do Largo Barbosa Coelho, ocorreu a exposição de veículos fabricados em outros tempos do grupo Antigos da Estação, com diversos carros clássicos para os amantes do automobilismo.

Dentro do Mercado Público, os visitantes puderam aproveitar a gastronomia da região, focada nos frutos do mar, ao som da voz marcante Tais Carolina. Os corredores do Mercado ficaram lotados, com muitos visitantes conferindo a exposição “Retratos de um Mercado”.

Como não poderia faltar na “Noiva do Mar”, a Escuna Divino Sol proporcionou aos visitantes um passeio marítimo pela Lagoa dos Patos à luz da Lua cheia brilhando na água. Uma réplica do Lanchão Seival estava aberta à visitação. Trata-se de uma reprodução fidedigna daquele veículo utilizado por Giuseppe Garibaldi durante a Revolução Farroupilha.

Outro sucesso de visitação foi o famoso Museu Oceanográfico da FURG (Universidade Federal do Rio Grande). A Marinha do Brasil disponibilizou um ônibus para levar o público da sede da Prefeitura até o museu. Os guias conduziram os visitantes, proporcionando um maior conhecimento sobre a vida marinha presente na costa gaúcha.

Na rua General Osório, foi apresentada a exposição de veículos de décadas passadas do grupo Antigos da Estação

 

Esta realização nasceu com o objetivo de trazer um sentimento de pertencimento à comunidade. É uma data em que se tem o funcionamento do conjunto histórico, os museus e os prédios em um horário diferenciado.

Lu Compiani, primeira-dama e secretária de Desenvolvimento, Inovação e Turismo, ressaltou a importância do evento: “É um momento importante do rio-grandino olhar para sua história, olhar para a sua cultura e, assim, desenvolvermos esse sentimento pela nossa cidade, essa é a maior motivação dessa noite acontecer”.

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