Série apresenta detalhes de um acontecimento controverso e difícil de esquecer
por Julya Bartz Boemeke Schmechel
Em 2012, um dos maiores empresários brasileiros, Marcos Matsunaga, foi brutalmente assassinado por sua então esposa, Elize Matsunaga. O crime, ao ter seu desdobramento revelado, chocou o país. O herdeiro da empresa Yoki foi morto e esquartejado por Elize, no apartamento do casal.
Nove anos após o crime, a Netflix lançou, no ano passado, a minissérie de caráter documental “Elize Matsunaga: Era uma vez um crime”. Relembra o crime através de declarações da própria Elize, assim como a apresentação de imagens inéditas e detalhes sobre a vida da família antes da morte de Marcos.
A minissérie, dividida em quatro episódios, mostra Elize Matsunaga de uma maneira nunca vista antes, mas que já era imaginada por muitos: como uma assassina fria e sem sentimento de culpa.
Ao longo dos episódios é possível observar calma e tranquilidade em todas as falas de Elize. Ela relembra o crime com detalhes, além de expor traições por parte de Marcos e como o mesmo tornou-se abusivo ao longo do casamento. A minissérie apresenta falas dos advogados, afirmando que o crime foi uma maneira de Elize se defender dos abusos e agressões sofridas.
O momento em que Elize realmente se emociona é ao citar sua filha, fruto do casamento com Marcos. A menina, que atualmente tem 10 anos, é criada pela família paterna e chama seus avós de pais, por não ter lembranças de Marcos e Elize. A família de Marcos recusou-se a participar da série, já que Elize afirma que aceitou participar para contar a sua própria versão do crime para a filha.
Como a produção tem foco na vida de Elize e não somente no crime, os episódios também passam por sua infância e adolescência, fases em que Elize afirma ter passado por diversas dificuldades, principalmente, quando foi abusada sexualmente por seu padrasto.
No último episódio, o espectador acompanha a visita de Elize Matsunaga até sua avó e mostra a relação de carinho entre ela, sua avó e sua tia.
A minissérie possui um tom dramático, com músicas melancólicas e perguntas feitas para comover o público, assim como o tom de fala da própria Elize. Fica evidente que esse é um meio de grande importância para que Elize, quem sabe no futuro, possa contar a sua versão do crime para a própria filha.
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