Instituto pede rescisão de convênio e Prefeitura busca alternativas para recomeçar obras de restauro do imóvel
Por Victoria Fonseca
Sem previsão para o retorno das obras de revitalização, o Castelo Simões Lopes, localizado no bairro Fragata, em Pelotas, continua fechado ao público e sofrendo as ações de deterioração do tempo. Uma pequena parte do imóvel chegou a ser restaurada entre 2018 e 2019, no entanto impasses orçamentários e a pandemia da Covid-19 causaram a paralisação das obras.
A edificação construída pelo político Augusto Simões Lopes foi local de vários importantes eventos políticos e sociais. O castelo pertenceu posteriormente à família do notável escritor pelotense, Simões Lopes Neto. Em 1990, a propriedade foi adquirida pela Prefeitura de Pelotas, que deste período até o ano 2000 abrigou no imóvel inúmeras entidades culturais. Já em 2012, foi tombado como patrimônio histórico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE).
Completando o centenário de construção neste ano, o Castelo está em ruínas e até mesmo os restauros iniciais terão que ser refeitos devido às ações de depredação de vândalos. A reforma estava sob gestão do Instituto Eckart, vencedor da licitação aberta pelo município para a revitalização. Entretanto, o convênio com a Prefeitura foi rescindido em maio deste ano em razão das dificuldades financeiras, após uma suspensão de seis meses em 2021.
Luta pela preservação
No período do ano de 2016 até agora, sem nenhuma ação efetiva, houve uma grande degradação interna do Castelo e os problemas estruturais só se agravaram, conforme explica a arquiteta da Secretaria de Cultura (Secult), Liciane Almeida. “A cobertura dele também já está muito danificada, uma parte ruiu”, acrescenta.
Pelo menos até o final do ano, a situação do prédio deverá continuar a mesma, isto, porque o executivo precisa novamente realizar os trâmites burocráticos para o recomeço da revitalização. No dia 29 de agosto, de acordo com a arquiteta Liciane, a pasta esteve em reunião solicitada pelo Ministério Público (MP) para tratar sobre a rescisão com o Instituto e sobre as medidas de preservação do bem público.
A alternativa encontrada no momento pela Secult é tentar o Fundo de Reconstituição de Bens Lesados (FRBL) do MP. Através do convênio com a instituição, a pasta espera conseguir recursos para custear um novo projeto de restauro. Para isso, durante o mês de setembro, será elaborado um termo de referência com proposta de projeto da recuperação do prédio, que deverá ser enviada para o edital de seleção até dia 3 de outubro.
Caso seja selecionada, com a verba do fundo, a Secretaria terá como elaborar o projeto de restauração. “É o pontapé inicial para a gente poder fazer posteriormente uma execução de obras”, explica a arquiteta. Após a criação do esboço, que segundo Liciane, muito “otimistamente”, poderá ficar pronto até o final do ano, o município abre novo processo de licitação para dar início às obras novamente.
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