Superação e representatividade em uma fantasia de Brigid Kemmerer

Por Sabrina Borges    

Livro “Sombria e Solitária Maldição” apresenta uma mulher com deficiência que é exemplo de resistir

Obra literária de ficção  é o primeiro volume da série “Cursebreakers”          Foto: Sabrina Borges

 

“Sombria e Solitária Maldição” conta a história de Harper, Rhen e Grey. A jovem Harper vive algumas dificuldades. O pai dela se envolveu com agiotas, afundou a família ainda mais em dívidas e fugiu deixando a esposa e os filhos com a obrigação de pagar a conta. A mãe da menina está em um estágio terminal de câncer e o irmão realiza “trabalhos” no mundo do crime, a fim de garantir um tempo a mais para pagar o débito da família.

A trama inicia quando Harper está de tocaia observando um dos trabalhos do irmão. Ela está escondida e percebe um homem sequestrando uma mulher, que está desacordada. Ela não consegue fingir que não viu nada e parte para cima do homem, batendo nele com uma chave de roda. O sequestrador é rápido e, sem muito esforço, consegue imobilizar Harper no chão. No momento em que ela acha que vai ser agredida, tudo fica escuro e ela é transportada para o reino de Emberfall.

Ela se vê presa em um castelo com o seu sequestrador, soldado da guarda real, chamado Grey e com o príncipe herdeiro de Emberfall, Rhen. No castelo vazio, em meio à música e acontecimentos mágicos, Harper tenta fugir de várias formas e acaba sempre ajudando alguém no seu caminho de fuga ou encontrando algum perigo.

Durante a trama ela descobre que o reino está amaldiçoado há mais de 300 anos. O príncipe precisa que alguém se apaixone por ele para que a maldição seja quebrada. Depois de ter tentado com centenas de mulheres, ele desacredita que a maldição seja quebrada e que ele seja digno de amor.

Ao decorrer da história, Harper cria um relacionamento de amizade e companheirismo, tanto com o príncipe, quanto com o guarda real. O romance é algo trabalhado de forma mais sutil, deixando o leitor muito mais familiarizado com a fantasia em si. Nesta obra, todos os personagens perderam muito. Todos têm um passado desafiador e precisam lidar com as consequências de suas escolhas. E, em meio a tudo isso, existe um monstro terrível que massacrou quase o reino inteiro e um país vizinho, tentando invadir e tomar as terras de Emberfall.

Mesmo que existam algumas questões que poderiam ser problematizadas na história, como o sequestro. A narrativa demonstra uma evolução na construção da personagem, que vai contra tudo o que esperam dela, por ter deficiência e ser mulher. Ela é destemida, é um exemplo de líder, é a salvadora da história toda. Ela toma para si os papéis do príncipe, do guerreiro e do irmão, que poderiam assumir os créditos por resolver os conflitos da história.

O livro físico de “Sombria e Solitária Maldição” tem 504 páginas e foi publicado pela editora Plataforma 21 em 2020. Escrito por Brigid Kemmerer, a obra é avaliada pelos usuários do Google como uma boa leitura. Ainda, segundo o “Google Books”, 96% das pessoas que realizaram a leitura gostaram. De acordo com as avaliações da rede social Skoob, as estatísticas mostram que 41% das pessoas que realizaram a leitura deram cinco estrelas, 38% avaliaram com quatro estrelas, 17% classificaram o livro com três estrelas, e os outros 5% ficaram divididos entre uma e duas estrelas.

Brigid Kemmerer é uma escritora americana de ficção para jovens adultos

Sobre a autora

A escritora nasceu em Nebraska, nos Estados Unidos. Enquanto crescia, mudou-se com os pais diversas vezes, e, assim, conheceu muitos lugares diferentes do território americano. Desde o deserto de Albuquerque, no Novo México, na região sudoeste, ao lago Erie, em Cleveland, no estado de Ohio, na parte norte do país.

Suas obras são dedicadas aos jovens e elogiadas pela crítica. Brigid Kemmerer vive em Maryland (EUA) com o marido e os filhos. A autora já publicou “Aos perdidos, com amor” e “Mais do que palavras podem dizer”. “Sombria e solitária maldição” é o primeiro volume da série “Cursebreakers”.

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