Por Danieli Schiavon
A atuação impecável de Joaquin Phoenix é apenas um dos muitos motivos para que o filme Joker (Coringa) esteja sendo um sucesso de bilheteria em todo o mundo. O filme estreou no dia 3 de outubro no Brasil e, segundo a revista Variety, já arrecadou mais de US$ 500 milhões de bilheteria em todo o mundo.
A produção milionária da Warner apostou em uma combinação acertada de atuação, enredo, imagens marcantes e trilha sonora que fascinam até aqueles que não acompanham as franquias da DC Comics – criadora do personagem arquirrival do Batman.
Ambientado no começo da década de 1980, o filme retrata a desajustada vida de um palhaço animador de festas. Ele luta para encontrar seu lugar em uma sociedade em crise, na fictícia Gotham City. Após a demissão, por levar uma arma para um hospital infantil, Arthur Fleck, que já sofria rotineiramente com as consequências de seus distúrbios mentais, acaba sendo provocado por três homens no trem, e os mata a sangue frio.
O crime acaba causando uma onda de manifestações violentas pela cidade. Principalmente após o candidato a prefeito, Thomas Wayne – pai de Bruce Wayne – pronunciar-se sobre o crime, fazendo uma declaração que enfureceu a população. Os protestos começam a pregar a frase “Morte aos Ricos” pelas ruas de Gotham.
Um aspecto importante desse filme que não pode – ou pelo menos, não deveria – passar despercebido, é a trilha sonora notável. Traz um toque a mais de suspense, mistério e emoção em cenas fundamentais para o desenrolar do enredo. As músicas foram encomendadas pelo diretor Todd Phillips à violocenlista islandesa Hildur Guðnadóttir, após o roteiro do filme ter sido escrito.
A prova de que a trilha faz toda a diferença se evidencia minutos após o primeiro crime cometido, em uma cena de êxtase, quando o protagonista se tranca em um banheiro público e começa a dançar – talvez empolgado ou aliviado –, um marco do momento exato da transformação do doente e confuso Arthur Fleck em um psicopata liberto.
Outro ponto principal, que se deve principalmente à brilhante atuação de Phoenix, é o riso descontrolado do personagem em momentos inapropriados. Causados pelos seus transtornos mentais, a risada clássica do Coringa, foi, muitas vezes, relacionada aos principais crimes cometidos por ele, seja no trem, antes de matar os três jovens, ou em sua apresentação de stand-up comedy. Sua tentativa de emplacar na casa de shows acabou se tornando famosa, e o levou ao palco do programa de Murray Franklin, onde o filme se encaminha para o desfecho.
O filme é munido de muitas cenas de violência e sangue, contando com uma atmosfera pesada e obscura retratada principalmente pelos cenários, na maioria das vezes, sujos, com paletas de cores escuras. Apesar de sombrio, já foi vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e tem grandes chances de concorrer ao Oscar na próxima edição da premiação.
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