Vernihu Pereira Neto
No dia 21 de dezembro, completou dois anos da morte de Flávio Basso, o Júpiter Maçã. Já com a saúde muito fragilizada o infarto no miocárdio foi apenas a desculpa para o coração cansado parar de bater. Flávio foi o fundador de duas das maiores bandas de rock do Rio Grande do Sul, TNT e Os Cascavalletes.
Seu primeiro álbum solo, lançado em 1997, A Sétima Efervescência, foi considerado pela revista Rolling Stone como um dos 100 maiores álbuns da música brasileira. Apesar de bem-sucedido em relação à crítica, Jupiter Maçã nunca foi um sucesso comercial, assim como a maioria de seus companheiros de rock gaúcho.
Flávio foi um dos personagens mais marcantes da história da música brasileira, rei do psicodelismo, sua carreira foi inovadora e surpreendente. Morreu aos 47 anos, deixando um mar de dúvidas e se tornando um personagem folclórico da música brasileira. Se não estourou comercialmente, aqueles que o ouviam sabiam que estavam diante de um gênio. Seja tocando Beatles em barzinhos ou fazendo gigantes shows por Porto Alegre, Flávio Basso foi um dos maiores talentos da música brasileira. A vida desregrada, a cabeça sempre no espaço e a pouca atenção dada pela grande mídia às bandas do rock gaúcho fizeram com que Júpiter não tivesse o reconhecimento que merecia.
Após sua morte, recebeu diversas homenagens, inclusive uma música escrita pelo amigo Ney Van Soria: Balada para Flávio. Gravada em 2016 pelos ex-integrantes da banda Os Cascavalletes. Sua trajetória é contada, a dor de sua perda é chorada e sua loucura homenageada.
E no dia 23 de setembro deste ano, recebeu uma das maiores homenagens possíveis. No Festival Rock Gaúcho organizado por Ney Van Soria, que contou com a participação de bandas renomadas e bandas iniciantes, Flávio foi lembrado pelo organizador. Em seu show, Ney cantou diversos sucessos de suas bandas, mas guardou o momento mais emocionante para o amigo. Aproximou-se do público e apenas ao som de seu violão cantou uma das mais belas músicas já compostas: O Lobo da Estepe, escrita por ele e por Flávio. Levou às lágrimas o público do imenso auditório Araujo Vianna, um templo da música gaúcha. Depois voltou ao seu posto e se juntou à banda para junto com as milhares de pessoas presentes cantar Sob o céu de blues, seu grande sucesso.
Junto com aquelas pessoas e com seu amigo, Flávio cantou virtualmente naquela noite, em Porto Alegre, no auditório Araujo Vianna.
“Mas você foi além do que era possível”. Obrigado Flávio Basso!
COMENTÁRIOS
Faz falta, era um gênio.
Célio Azevedo
Parabéns pelo texto.
Fernanda
Com certeza um dos melhores compositores do rock gaúcho. Nunca vamos esquecer….
Denise Torres
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