Crítica: “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”

Tom Holland interpreta herói na versão que neste ano nos cinemas                     (Foto: Sony Pictures/Divulgação)

Julia Mello dos Santos

     Um Homem-Aranha que quer participar dos Vingadores. Essa é a premissa inicial do longa “Homem-Aranha: De Volta Ao Lar”, que estreou em julho nos cinemas brasileiros. O personagem já havia aparecido nesta versão, interpretada por Tom Holland, em “Capitão América: Guerra Civil”, de 2016. A Sony Pictures juntou-se com a Marvel Studios para lançar a terceira versão do herói em pouco mais de dez anos.

No filme, dirigido por Jon Watts, temos um Peter Parker de 15 anos, em seu segundo ano de Ensino Médio. Não é mostrada a origem de seus poderes, nem a morte do seu tio Ben, fatos já bem conhecidos dos fãs do personagem e mostrados nas duas versões anteriores do herói que tiveram seus filmes recentemente. Escolha acertada dos roteiristas, para evitar uma saturação de cenas. Ao invés disso, as duas horas e 13 minutos de filme dedicam-se a explorar um Peter lidando com o colégio ao mesmo tempo que espera receber uma nova missão, após os eventos de Guerra Civil. Temos Robert Downey Jr. mais uma vez ótimo no papel de Tony Stark, o “Homem de Ferro”, que age como um mentor de Peter, tendo confeccionado seu traje, todo equipado com a mais alta tecnologia, o que rende várias cenas de forte apelo cômico. Ainda, Jon Favreau como Happy Hogan, responsável pela segurança das Indústrias Stark, e o elo entre Peter e Tony, enquanto o adolescente espera uma nova missão.

Algumas das melhores cenas são entre Peter e seu amigo Ned, vivido por Jacob Batalon. Nerd assumido, com várias referências à cultura pop, Ned fica maravilhado com o seu amigo e todo o mundo do qual ele faz parte escondido (para todos, Peter fala que está fazendo um “Estágio Stark”). As cenas adolescentes trazem leveza ao filme, que alterna com longas cenas de ação e até algumas de leve suspense. Entre jogo olímpicos de matemática, festas, interesses amorosos (Liz Allan, interpretada por Laura Harrier), e tentar esconder da Tia May (Marisa Tomei) sua vida dupla, Peter aventura-se pela vizinhança para provar ser digno do título de Homem Aranha, e ajudar o máximo de pessoas possível. Numa dessas aventuras, descobre a gangue liderada por Adrian Toomes, o Abutre (personagem de Michael Keaton), que rouba destroços e artefatos deixados para trás nas lutas dos Vingadores e aterroriza a cidade.

O filme destaca-se pela escolha de elenco. Tom Holland é um excelente Peter, mostrando bem o dilema de um adolescente diante das novas situações que surgem em sua vida, as responsabilidades de herói e lidar com a sua própria vida no meio de tudo isso. Ainda, um grande ponto positivo é a diversidade presente no elenco. Numa Hollywood ainda muito criticada por apresentar filmes com elenco somente branco, o longa é feliz em contar com atores de diversas etnias. O saldo geral do filme é excelente, valendo cada minuto!

Outras versões recentes

O amigo da vizinhança foi interpretado na trilogia do diretor Sam Raimi por Tobey Maguire, em: “Homem-Aranha” (2002), “Homem-Aranha 2” (2004) e “Homem-Aranha 3” (2007). Andrew Garfield deu vida ao super-herói em “O Espetacular Homem-Aranha” (2012) e “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” (2014), os dois dirigidos por Marc Webb.

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