Reportagem de Beatriz Coan Peterle –
Secretário Giorgio Ronna expõe como a cidade planeja as suas atividades –
O ano de 2017 iniciou com mudanças, principalmente no cenário político, com um novo mandato de governo municipal em Pelotas. A saída de Eduardo Leite para dar lugar à sua até então vice-prefeita, eleita em 2016 para substituí-lo no cargo, Paula Mascarenhas, gera uma modificação na estrutura governamental do município, incluindo a Secretaria de Cultura de Pelotas (Secult).
Apesar da troca de mandatos, a Secult manteve 80% da equipe que atuava no governo anterior, o que, segundo o secretário de Cultura, Giorgio Ronna, facilita a administração da secretaria. O mesmo pessoal, a mesma engrenagem, que estão familiarizados com o calendário de eventos da cidade e seus recursos disponíveis, facilita para planejar de forma mais ampla, com ações de médio e longo prazo.
Com o orçamento do ano anterior, o desafio de 2017 é manter e aumentar as propostas de trabalho já existentes. A maneira é enxugar o máximo que pode, o que já vem acontecendo, segundo o secretário. No Projeto Verão que aconteceu em janeiro e fevereiro desse ano, continuaram sendo oito apresentações como nas edições passadas, o que não afetou a participação dos artistas, mas reduziu-se para dois dias de evento, diminuindo em mais de 50% os custos com o corte de aluguel de estrutura.
O foco está em descentralizar a cultura, levar para todos os bairros apresentações, oficinas e programas custeados pela Secult. O secretário reforça “A secretaria não é uma promotora de eventos, é uma fomentadora de práticas culturais no município”. Com projetos de circulação interbairros, dentro do sistema penitenciário, e também na FASE, a secretaria busca uma ampliação de possibilidades e de visão para o futuro dos moradores de zonas violentas e ressocialização dos detentos.
Todas as ações são promovidas através de editais, medida que foi adotada em 2014 pelo ex-prefeito Eduardo Leite, que segundo Ronna é a maneira mais democrática de se escolher os artistas. Em 2015 foram lançados por volta de 13 editais, em 2016 devido à crise esse número reduziu. Neste ano, o objetivo é aumentar a quantidade e as modalidades de editais. Incluindo assim ‘circulação do artista pelotense’ para custear viagens de apresentações, participação de seminários e palestras fora da cidade, ‘circulação interbairros’ para espalhar os artistas dentro do município, ‘programas’ que são ações sociais e culturais promovidas por outras entidades em Pelotas e também ‘programa de formação continuada’ para não só mostrar a cultura, mas capacitar os pelotenses.
O que ficou marcado em 2016 foi a inclusão de novas áreas como gastronomia, games e moda. As escolhas nos editais são feitas por meio de uma comissão, formada por membros do Conselho Municipal de Cultura, da Secult e especialistas e professores da área do edital em questão. O programa PRO Cultura é o mais consolidado e que possui aumento anual de 15%, já confirmados pela nova prefeita Paula Mascarenhas, e é o único onde somente o Conselho Municipal de Cultura faz as escolhas.
Giorgio Ronna traz também números em relação a investimentos. Por exemplo, o Pro Cultura, que iniciou com 90 mil reais de subsídio, hoje conta com 550 mil reais para a sua realização. O que é visto de maneira muito positiva, pois demonstra o apoio da Prefeitura cada vez maior à cultura pelotense.
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