Beleza do som instrumental
Reportagem de Luis Ebersol, Matheus Pereira e Yago Moreira –
Estudo de música clássica invade escolas do Estado –
O grupo é composto somente por alunos da E.E.E.M Areal, que também contam com o apoio do professor Jean Gularte (canto direito da imagem). Foto: reprodução diariodamanhapelotas.com
A música clássica é uma das formas mais belas da representação artística. Em tese, esse estilo tem como principal característica a evidência do elemento instrumental frente ao vocal. O gênero clássico teve início na Europa e foi se desenvolvendo ao longo dos séculos. As primeiras partituras foram escritas por volta do ano 1000 e, só a partir de 1350, os compositores passaram a ser reconhecidos como artistas.
Hoje, a música clássica está mais presente do que nunca em nosso cotidiano e se contrasta à música popular. Apesar do vínculo com a tradição de séculos, os instrumentistas ousam em inovar, reconstituindo um repertório já popularizado, mas embalado ao som dos instrumentos clássicos.
Não foi à toa que a Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul resolveu, em 2014, durante o mandato de Tarso Genro, investir nos estudos de música clássica nas escolas. Foram distribuídos 51 kits de instrumentos para orquestra a várias escolas do Estado e os professores receberam um curso para se especializar e aprender a utilizar o material. Segundo informações do site do governo estadual, o objetivo desse projeto é qualificar e valorizar a educação pública.
Aqui em Pelotas, a única contemplada foi a Escola Estadual de Ensino Médio Areal, que recebeu um kit com os seguintes instrumentos: piano eletrônico, violões, violinos, viola, violoncelo, contrabaixo elétrico, flautas doce soprano barrocas, flautas doce contralto barrocas, guitarras, amplificador de contrabaixo, amplificador de guitarra, bateria, estantes de partituras, escaletas, pandeiros, triângulos, ganza de platinela, bumbos com talabarte baqueta, taróis, reco-reco, microfone, pandeiros meia-lua e afinadores para instrumentos de cordas.
Após a chegada dos instrumentos, logo iniciou-se o processo para a formação da orquestra estudantil. Mas, de acordo com a professora e coordenadora do grupo, Lys Ferreira, só no final do ano de 2015 foi possível montar a formação atual de alunos e reunir um repertório para apresentações.
A professora ainda destaca como funciona a metodologia de ensino. Os alunos do primeiro ao quinto ano participam das atividades de musicalidade e também tocam flauta doce. A partir do sexto ano já é possível escolher qual instrumento tocar. “O arranjo é feito conforme o desenvolvimento de cada criança, se ela for bem, eu aumento o grau de dificuldade nas músicas e, assim, sucessivamente”, acrescenta Lys.
Alunos e funcionários fazem questão de ressaltar que esse projeto está transformando a rotina da escola e revolucionando os hábitos e costumes. As crianças estão se apropriando de uma atividade e enxergando que, quanto mais empenho houver, mais retorno terão. E isso, segundo a coordenadora do grupo, está aliado a uma vontade dos professores de que o estudo seja valorizado cada vez mais e que a comunidade possa reconhecer o resultado desse empenho.
De acordo com Diulia Moreira, uma das alunas integrantes da orquestra, a vontade de fazer parte surgiu através do convite de amigos, que já participavam do grupo. Após assistir a um ensaio, Diulia revela que se encantou com o som do violino. E, hoje, após um ano de participação, ela colhe os frutos dessa escolha: “Foi a primeira vez que tive contato com a música clássica e achei incrível, a gente viaja para diversos lugares divulgando o nosso trabalho e ver as pessoas aplaudindo com um sorriso no rosto é sempre recompensador.”
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