Sustentabilidade e, também, economicidade: o investimento em uma nova forma de produção de energia limpa já é realidade no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). Todos os campus do instituto serão beneficiados com a utilização do sistema de energia solar fotovoltaico, que converte a energia do sol em energia elétrica.
Agora, além dos campus Bagé e Charqueadas, que possuem o sistema desde 2017, todos os demais 12 campus do instituto contarão com esse tipo de geração de energia, já em etapa final de instalação nas unidades. Além da redução do impacto ambiental, o sistema representa também uma economia, reduzindo os valores das faturas de energia elétrica das unidades.
Confira abaixo o funcionamento, o estágio do processo de instalação e operação, além das estimativas de produção de energia e de economia.
Como funciona
Com a instalação dos módulos fotovoltaicos, popularmente conhecidos como placas solares, a energia do sol é absorvida e convertida em energia elétrica, que será utilizada para abastecer o campus. De acordo com a engenheira da Diretoria de Projetos e Obras (DPO) do IFSul, Caroline Pilenghi, “caso a geração ultrapasse o consumo, todo o excedente é enviado para a concessionária, gerando um crédito que retorna como desconto na próxima fatura”. Isso significa que quando o sistema produz mais energia que a capacidade de consumo da unidade, o campus acumula créditos junto à concessionária; do contrário, paga à rede de fornecimento apenas o consumo que ultrapassa a geração própria.
Tecnicamente falando, o sistema fotovoltaico se conecta diretamente à rede da concessionária, no que é chamado de sistema on grid. “Toda a energia gerada pelos painéis, em corrente contínua, é transformada em corrente alternada pelos inversores e injetada no quadro de distribuição mais próximo da instalação das placas”, explica Caroline. É por isso que, conforme a engenheira, o medidor deve ter a capacidade de aferir a energia elétrica fluindo nos dois sentidos – entrada e saída -, sendo, portanto, do tipo bidirecional, que além de registrar o consumo e o excedente de energia, fará automaticamente a alternância entre o fornecimento fotovoltaico e da concessionária. E é só após a instalação do sistema fotovoltaico e a sua inspeção pela concessionária que todo esse processo entra em funcionamento nos campus.
Instituição mais sustentável
Prioridade para o IFSul, a busca de recursos para adquirir as usinas de geração de energia fotovoltaicas para os 12 campus começou em 2019, de acordo com o reitor Flávio Nunes, com o objetivo de reduzir os impactos ambientais do IFSul e tornar a instituição mais sustentável. “Que esta ação possa ser exemplo, contribuindo com a conscientização e a sensibilização de nossa comunidade acadêmica, gerando cada vez mais iniciativas que preservem o meio ambiente”, comenta.
Além deste propósito ambiental, o gestor assinala que o investimento também busca contribuir com a diminuição da alocação de orçamento mensal para pagamento de contas de energia elétrica, possibilitando que estes recursos sejam direcionados para outras ações de qualificação do ensino, pesquisa e extensão da instituição.
Também destacando o potencial formativo da adoção de sistemas de geração fotovoltaica nas instituições de ensino, o professor do campus Passo Fundo Raul Sales, que é da área de engenharia elétrica e trabalha com eficiência energética em edificações, aponta um importante benefício na instalação das usinas. “A formação de um profissional capacitado e competente passa também pela sua vivência dentro da instituição de ensino, então esta coerência entre o que é ensinado e o que é praticado é essencial, pois é através deste processo que o conhecimento elaborado é transferido para a sociedade, transformando-a”, avalia o docente, complementando que acompanhar tendências como esta posiciona a instituição na vanguarda e a coloca no rumo certo da excelência e da qualidade.
Investimentos e manutenção
O investimento realizado para a compra e instalação das usinas foi de R$ 1.962.537,38. O recurso foi disponibilizado a partir do pleito da Reitoria à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, que viabilizou através de Termos de Execução Descentralizada (TEDs), além de complementação de recursos próprios do Instituto.
De acordo com a engenheira Caroline, a empresa contratada prestará garantia de 25 anos linear de desempenho para os painéis fotovoltaicos policristalinos e garantia de potência de no mínimo 80% relativo à potência nominal, 10 anos de garantia contra defeitos de materiais e fabricação para os módulos fotovoltaicos e todas as estruturas de suporte e cinco anos de garantia para os inversores fotovoltaicos trifásicos e demais serviços. Após este período, a manutenção e eventuais consertos serão realizados pelo campus e/ou por profissional qualificado.
Instalação, operação e estimativas de cada campus
A economia gerada pela instalação dos módulos é diferente em cada campus, segundo Caroline, pois depende da potência do sistema de energia fotovoltaico instalado, das perdas ocasionadas por sombreamento e outros fatores, assim como o valor da tarifa de consumo aplicada. Confira abaixo as potências e estimativas econômicas de acordo com o sistema de cada campus:
Bagé – em operação desde 2017
Produção de energia mensal estimada: 7274,4 kWh
Economia mensal média: R$ 3.653,93
Camaquã – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 7681,76 kWh
Economia mensal média: R$ 4.017,71
Charqueadas – em operação desde 2017
Produção de energia mensal estimada: 7274,4 kWh
Economia mensal média: R$ 3.653,93
Gravataí – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 1964,088 kWh
Economia mensal média: R$ 760,22
Câmpus avançado Jaguarão – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 1964,088 kWh
Economia mensal média: R$ 997,64
Câmpus Lajeado – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 3840,88 kWh
Economia mensal média: R$ 865,35
Câmpus avançado Novo Hamburgo – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 1964,08 kWh
Economia mensal média: R$ 760,22
Câmpus Passo Fundo – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 3840,88 kWh
Economia mensal média: R$ 1.521,19
Câmpus Pelotas – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 3840,88 kWh
Economia mensal média: R$ 1.941,59
Câmpus Pelotas-Visconde da Graça – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 1920,44 kWh
Economia mensal média: R$ 978,64
Câmpus Santana do Livramento – Placas e inversor instalados, aguardando a conclusão da obra no prédio da unidade para finalização das instalações
Produção de energia mensal estimada: 3840,88 kWh
Economia mensal média: R$ 1.486,66
Câmpus Sapiranga – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 1964,088 kWh
Economia mensal média: R$ 854,63
Câmpus Sapucaia do Sul – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 7681,76 kWh
Economia mensal média: R$ 2.973,33
Câmpus Venâncio Aires – sistema instalado, faltando inspeção da concessionária para início das operações
Produção de energia mensal estimada: 9602,21 kWh
Economia mensal média: R$ 3.862,22
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