EPA!2025

EPA!2025 – Encontro de Pesquisas em Andamento: Psicolinguística e Línguas em Contato será um dia de apresentação e debate promovido pelos grupos de pesquisa Línguas em Contato e Laboratório de Psicolinguística, Línguas Minoritárias e Multilinguismo, do PPGL/UFPel.

Com foco em pesquisas de mestrado e doutorado em psicolinguística, línguas em contato e áreas afins, o evento será um espaço informal e colaborativo de troca entre estudantes de pós-graduação, egressos, professores e a comunidade acadêmica em geral.

As apresentações terão tempo ampliado e contarão com debatedores convidados. A participação é gratuita, aberta a todos (número de vagas limitado!) e haverá emissão de atestados para apresentadores e ouvintes.

Saiba mais sobre o evento clicando aqui.

 

Convite para defesa de dissertação

Convidamos a prestigiarem a defesa da dissertação de mestrado de Thomas de Julio: Colidindo partículas para estudar o universo linguístico: investigação da relação entre memória declarativa e aprendizagem sintática em estudantes universitários por meio da língua Klingon

Vem aí o EPA!2025 – Encontro de Pesquisas em Andamento: Psicolinguística e Línguas em Contato

No dia 22 de setembro de 2025, o Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPel sediará o EPA!2025 – Encontro de Pesquisas em Andamento: Psicolinguística e Línguas em Contato, promovido pelos grupos de pesquisa Línguas em Contato e LAPLIMM – Laboratório de Psicolinguística, Línguas Minoritárias e Multilinguismo.

O evento tem como objetivo criar um espaço de diálogo, colaboração e fortalecimento da formação acadêmica por meio da apresentação e discussão de pesquisas de mestrado e doutorado em andamento. Com foco em áreas como psicolinguística, línguas em contato, bilinguismo, multilinguismo, ensino e aprendizagem de línguas, ideologias e políticas linguísticas, o EPA!2025 busca reunir estudantes, professores e a comunidade acadêmica em geral para um dia de compartilhamento e construção de conhecimento.

Diferente dos formatos tradicionais de congresso, as apresentações do EPA!2025 terão 25 minutos e acontecerão de forma dialogada e interativa, com a participação de debatedores convidados. A programação prevê 12 trabalhos, distribuídos ao longo de uma manhã e uma tarde.

Submissão de trabalhos

Os interessados em apresentar seus projetos devem submeter um resumo de até 200 palavras até o dia 17 de agosto. A seleção seguirá critérios de prioridade voltados a pesquisas em andamento vinculadas aos grupos organizadores, mas também poderá contemplar trabalhos concluídos e de outras grupos ou instituições.

Participação como ouvinte

O evento é gratuito e aberto ao público, com emissão de atestados para ouvintes e apresentadores. Para participar, basta preencher formulário de inscrição disponível no site oficial do evento.

Datas importantes:

  • 17 de agosto – Prazo para submissão de trabalhos no link
  • 25 de agosto – Envio dos aceites
  • 1º de setembro – Divulgação da programação completa
  • 22 de setembro – EPA!2025 (no Auditório da Reitoria, Campus Anglo, UFPEL)

Mais informações e formulários de inscrição disponíveis no site oficial do EPA!2025:
https://sites.google.com/view/epa2025

Workshop: Uso de Inteligência Artificial na Pesquisa em Linguística – Aplicações práticas com GPTs

O avanço das ferramentas baseadas em Inteligência Artificial, como os modelos GPT, tem trazido novas possibilidades para a prática acadêmica. Este workshop tem como objetivo apresentar, de forma prática e crítica, como essas ferramentas podem ser integradas ao trabalho de pesquisa em Linguística, respeitando os princípios de ética e rigor científico.

Tópicos que serão abordados:
– Aplicações de GPTs na revisão de literatura e organização de leituras;
– Auxílio nas etapas de planejamento da pesquisa;
– Escrita acadêmica e revisão textual mediada por IA;
– Análise exploratória e visualização de dados;
– Gestão de tarefas e produtividade na pesquisa;
– Limites, riscos e boas práticas – ética no uso de IA para fins acadêmicos.

Ministrante:
Dr. Renan Castro Ferreira, pesquisador pós-doutoral PPGL/CAPES (http://renanferreira.phd.sh/)

Público-alvo:
Estudantes de pós-graduação, docentes e bolsistas IC da área de Linguística.

Formato:
Encontro presencial, com demonstração prática e espaço para discussão e dúvidas.

Data e horário: 29/05/2025, das 9:00 às 11:30
Local: Campus Anglo, sala 117 (Laboratório de Informática do CLC)
Vagas: 20
Acesse aqui o link de inscrição

 

Convite para defesa de Tese

Convidamos a prestigiarem a defesa de tese de doutorado de Andréa Ualt Fonseca: As atitudes linguísticas dos estudantes, falantes de línguas minoritárias de imigração, em relação à diversidade linguística escolar do Campus IFSul – Visconde da Graça/CaVG.

Por uma Psicolinguística decolonial: o que são os acrônimos WEIRD (DIRETO), não-WEIRD, MIND, MYAL e BIPOC?

A língua é um componente complexo da existência humana, porque seu propósito não é somente facilitar a comunicação, mas também expressar a individualidade e cultura do falante. A ciência linguística, fragmentada em subáreas, nem sempre consegue captar essas questões. Bylund (2022) discorre sobre as lacunas na pesquisa psicolinguística, uma vez que a maioria dos estudos da área são feitos por e com o mesmo padrão de indivíduos: ocidentais, brancos, neurotípicos, ouvintes e falantes de línguas hegemônicas. A problemática trazida pelo autor é extremamente relevante: se a pesquisa conta com apenas um grupo seleto de participantes, então ainda não há compreensão da mente humana na sua totalidade, mas a compreensão de somente um tipo de mente em um tipo de contexto. Surgem, então, diversos questionamentos: de que forma falantes de línguas minoritárias ou marginalizadas usam as línguas? De que forma essas línguas são capazes de influenciar a percepção de seus falantes? De que forma a cultura desses falantes influencia o uso da língua e vice-versa? Uma ciência que não se preocupa em analisar essas questões deixa lacunas. Estudos com outras amostras podem dar início a descobertas mais profundas, complementar aquelas já feitas e possibilitar outras generalizações.

As amostras WEIRD, acrônimo cunhado por Henrich, Heine e Norenzayan (2010), resultam em dados de participantes e contextos ocidentais (western), acadêmicos (educated), provenientes de países industrializados (industrialized), ricos (rich) e democráticos (democratic). Isso contrasta com a realidade experienciada pelo restante da população mundial, representada pelas amostras não-WEIRD, que incluem informantes de contextos distintos daquele grupo dominante em termos de poder. Segundo Polinsky (2018), a população WEIRD corresponde a somente 12% da população mundial. Embora a expressão “não-WEIRD” abranja a maioria das pessoas do mundo, essa diversidade ainda é frequentemente negligenciada em pesquisas ou, quando estudada, sofre com preconceitos e exotificação. No nosso grupo de pesquisa, tentamos adaptar o acrônimo WEIRD para o contexto brasileiro. Achamos necessário criar outra expressão, seguindo um processo de domesticação na tradução. Criamos o acrônimo “DIRETO”: contexto democrático, industrializado, rico, escolarizado, tradicional e ocidental.

A adoção de um contexto de pesquisa “WEIRD” ou “DIRETO” como grupo ideal de estudo dificulta e desestimula, por exemplo, a pesquisa com falantes de línguas minoritárias, contempladas mais frequentemente pela Sociolinguística. De modo geral, na Psicolinguística, as pesquisas sobre bi-/multilinguismo são feitas através das “lentes do monolinguismo” (Leivada et al., 2023, p. 2). Certas comunidades linguísticas, no entanto, são, por natureza, bi-/multilíngues, não havendo um grupo “monolíngue” de comparação. Ademais, tal prática cria a ideia de que o monolinguismo é a “norma”, o padrão a ser esperado, enquanto o bi-/multilinguismo é o evento “atípico” a ser estudado. A consequência dessa visão é a falta de representatividade das línguas minoritárias nos estudos, enquanto pesquisas com línguas hegemônicas/majoritárias são amplamente desenvolvidas e aceitas pela comunidade acadêmica. Segundo Figueroa (2024), isso contribui para a manutenção da supremacia branca – uma vez que seus perfis linguísticos são adotados como os mais desejáveis na pesquisa, enquanto os de populações racializadas sofrem apagamento, tanto no âmbito acadêmico quanto social.

A pesquisa em Psicologia em geral tem sido criticada por ter uma amostragem excessiva de populações WEIRD (Kirk, 2023). Podemos atribuir essa crítica também à (Psico)Linguística, que tem o problema de realizar uma grande quantidade de pesquisas com um número relativamente pequeno de línguas. No entanto, mesmo em ambientes WEIRD, as experiências dos falantes de línguas minoritárias, Indígenas, Não padrão e Dialetais (MIND, em inglês: minority, indigenous, nonstandard(ized) and dialect variety) nem sempre são capturadas juntamente com o uso de uma língua padrão de maior prestígio. O novo acrônimo incentiva os pesquisadores a MIND sua linguagem – (do inglês mind ‘ter em mente, considerar’), desenvolver formas mais inclusivas de capturar as experiências linguísticas dos falantes MIND, para se afastar das distinções binárias de “bilíngue” e “monolíngue”, reconhecer diferentes dialetos do português e conceder o status de língua a variedades linguísticas independentes, com o objetivo de reconhecer a diversidade linguística. Esse reconhecimento deve abranger, igualmente, as línguas de sinais, como a Libras, frequentemente marginalizada por não se tratar de uma língua oral, mas sinalizada. Devido à estigmatização, muitos multilíngues não reconhecem o seu multilinguismo, porque somente a língua de prestígio é válida. 

Outro acrônimo utilizado para contestar a supremacia de algumas amostras na pesquisa psico(linguística) é o MYAL (monolingual, young, avaliable, literate), proposto por Polinsky (2018). A ênfase em falantes idealizados, isto é, monolíngues, jovens, disponíveis e letrados pode estar distorcendo a percepção sobre os achados linguísticos. Pessoas que não correspondem ao padrão MYAL são, por vezes, consideradas como atípicas, mesmo sendo a maioria.

Essas questões na Psicolinguística (assim como em outras ciências) têm relação direta com a colonialidade, uma vez que parte do pressuposto de que certas línguas e nacionalidades são mais interessantes para a pesquisa do que outras (Figueroa, 2024). Essa ideia automaticamente exclui falantes de línguas marginalizadas pela sociedade, contribuindo para perpetuar preconceitos linguísticos, como o de que crianças de classes sociais baixas têm um mau desenvolvimento linguístico porque seu repertório linguístico é de “pior qualidade” – sem levar em consideração que esta noção existe devido à métrica de comparação: o repertório linguístico de crianças de classe social alta (Figueroa, 2024). Esse tipo de pensamento tenta colonizar linguisticamente (e, por consequência, culturalmente) falantes que se encontram fora do contexto WEIRD, percebido como superior. Por essa razão, muito tem se discutido a respeito de uma Linguística decolonial (Figueroa, 2024), que busca incluir falantes marginalizados pela classe dominante na pesquisa científica.

Apesar de ainda ter muito a avançar, a Linguística tem dado passos significativos a caminho de se tornar uma ciência mais autoconsciente dos próprios vieses. Além da discussão sobre decolonialidade e sobre o conceito WEIRD, outro exemplo é a promissora área da Raciolinguística, que tem como principal preocupação a forma como raça e língua interagem e quais as influências que uma é capaz de ter sobre a outra. Dessa forma, a área é capaz de investigar assuntos sociais importantes, como o fato de pessoas pretas, indígenas e pardas – do acrônimo em inglês BIPOC (black, indigenous, people of color) muitas vezes serem percebidas como indivíduos em necessidade de correção (e recriminação) pelo modo como utilizam a língua. No Brasil, preferimos a sigla “NI” (negros e indígenas), pois não é comum o uso do termo “pessoas de cor” por aqui.

Na Raciolinguística, estudos sobre o vernáculo afro-americano (AAVE) têm mostrado inúmeras lacunas e preconceitos por parte da sociedade estadunidense. No Brasil, temos o “pretuguês”, uma variedade que mistura o português com termos, estruturas e expressões africanas — variedade esta que, assim como o AAVE dos EUA, recebe pouca valorização social e científica. O termo ganhou visibilidade a partir da autora Conceição Evaristo, que o utilizou em sua escrita para demonstrar como a língua é um aspecto importante para a resistência negra brasileira.

Tendo em vista a relevância das discussões apresentadas, que agora ganham espaço no âmbito acadêmico da (Psico)linguística, levar em consideração questões sociais do uso da língua e diferentes amostras não deve ser um fazer restrito à Sociolinguística, uma vez que os campos do conhecimento devem se complementar, investigando o uso e processamento linguístico em seus diversos contextos.

Referências 

BYLUND, E. WEIRD Psycholinguistics. In: WILLIAMS, Q.; DEUMERT, A.; MILANI, T. M. (orgs.). Struggles for Multilingualism and Linguistic Citizenship. Bristol/Jackson: Multilingual Matters, 2022. p. 183–200. 

FIGUEROA, M. Decolonizing (psycho)linguistics means dropping the language gap rhetoric. In: CHARITY HUDLEY, A. H.; MALLINSON, C.; BUCHOLTZ, M. (orgs). Decolonizing Linguistics. Nova Iorque: Oxford Academic, 2024. p. 157–172. 

HENRICH, J.; HEINE, S. J.; NORENZAYAN, A. The weirdest people in the world? Behavioral and Brain Sciences, v. 33, n. 2–3, p. 61–83, 2010.

KIRK, N. W. MIND your language(s): Recognizing Minority, Indigenous, Non-standard(ized), and Dialect variety usage in “monolinguals.” Applied psycholinguistics, v. 44, n. 3, p. 358–364, 2023. 

LEIVADA, E. et al. Bilingualism with minority languages: Why searching for unicorn language users does not move us forward. Applied psycholinguistics, v. 44, n. 3, p. 384–399, 2023.

MORAES, D. Nós falamos pretuguês!. Mundo Negro, 4 maio 2022. Disponível em: https://mundonegro.inf.br/nos-falamos-pretugues/. Acesso em: 25 nov. 2024. 

POLINSKY, M. Heritage language and their speakers. Cambridge: Cambridge University Press, 2018. 

Texto escrito de forma coletiva pelos integrantes do Laplimm no período de outubro a dezembro de 2024. 

Palestra: Protocolo de consciência fonológica para bilíngues e a neurobiologia da leitura à luz da psicolinguística – 10/12/2024

Última palestra do Ciclo neste ano!

Resumo da palestra: A aprendizagem da leitura e da escrita está intimamente ligada à Consciência Fonológica (CF), uma vez que para dominar o código escrito é necessária a reflexão sobre os sons da fala e sua representação na escrita. Com o aumento no número de escolas que oferecem programas ou currículos bilíngues no Brasil, crescem também as demandas por pesquisas sobre biliteracia que considerem as peculiaridades da realidade brasileira. Com base no exposto, o objetivo desta palestra é apresentar os primeiros passos da elaboração da Bateria de Avaliação Metafonológica Bilíngue (BAMBI), que se encontra em fase de validação, para crianças em fase de alfabetização no Brasil. A BAMBI é composta por uma bateria de testes em português e inglês que contém 5 subtestes no nível da sílaba e 4 no nível do fonema. A BAMBI visa contribuir para informar a prática da alfabetização nas duas línguas, instrumentalizando profissionais das mais diversas áreas, podendo ainda ser utilizado em pesquisas acadêmicas na área da linguagem, cognição e educação.

Ao término desta etapa do Ciclo, serão fornecidos atestados de participação, e não haverá transmissão da palestra. A atividade é aberta ao público geral, e não é necessário inscrever-se previamente.

Financiamento: Programa de Pós-Graduação em Letras (UFPel) 

Participem!

Exposição: Imigração e Língua Alemã no Sul do Brasil

Entre 27/11 e 19/12/2024, ocorre a exposição sobre Imigração e Língua Alemã no Sul do Brasil. Conheça as línguas alemãs da Serra dos Tapes, Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, abriga parte da diversidade cultural e linguística brasileira. Sua paisagem linguística inclui as línguas de imigrantes europeus, mas também herança de povos indígenas, grupos africanos e outros imigrantes que até hoje estão presentes ou passaram por esse espaço. Você é nossa(o) convidada(o) nessa viagem pelas paisagens da língua alemã.

A exposição ocorre nos corredores do Campus Anglo (UFPel) (Rua Gomes Carneiro, 1). Você também pode passear pela exposição virtualmente no link ou nos banners anexados abaixo:

Palestra: A influência das línguas no pensamento: insights da pesquisa sobre a mente bilíngue – 19/11/2024

Como as línguas que falamos influenciam a forma como pensamos? Essa é uma questão fascinante e, muitas vezes, controversa. Pesquisas sobre a mente bilíngue nos oferecem insights surpreendentes sobre como as línguas podem afetar nossa percepção, memória e atenção e como saber mais de uma língua pode mudar nossa forma de ver o mundo. Neste encontro, exploraremos algumas das descobertas nessa área.
No fim do ano, ao término desta etapa do Ciclo, serão fornecidos atestados de participação, e não haverá transmissão da palestra. A atividade é aberta ao público geral, e não é necessário inscrever-se previamente.

Participem!