LabCom fala com o Diário Popular sobre Lei Padre Júlio Lancelotti

Aplicação de estruturas pontiagudas no alinhamento predial de estabelecimentos do calçadão demonstra a intenção de repelir pessoas que possam querer permanecer neste local.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou integralmente o projeto de lei 488/2021, que ficou conhecido como “Lei Padre Júlio Lancelotti“. O veto, que ainda pode ser derrubado pelo Congresso, foi despachado pelo presidente nesta terça (13) e publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (14).

O projeto que visa acabar com a política espacial da Arquitetura Hostil havia sido aprovado pelo Senado e pela Câmara. O nome surge devido ao combate às desigualdades sociais e espaciais realizadas por Lancelotti, conhecido principalmente pela forte atuação em políticas que ajudam pessoas em situação de rua.

 

“Bancos com divisórias e formatos desconfortáveis, pedras pontiagudas embaixo de viadutos, grades no entorno de praças e jardins, muros com pinos metálicos, construções sem marquises ou com gotejamento de água programado, cercas elétricas e arame farpado. Os elementos e materiais utilizados para afastar pessoas dos espaços públicos são muitos e acabam influenciando a maneira como os indivíduos vivenciam os municípios e convivem entre si. A arquitetura hostil, termo que abrange todas as barreiras e desenhos urbanos que parecem dizer ‘não se sinta em casa’, é parte da realidade da maioria das cidades pelo mundo e vem despertando debates sobre o impacto dessas ações, principalmente através das redes sociais.”

definição de arquitetura hostil da repórter Winnie Hu (The New York Times)

A cidade de Pelotas (RS) não esta a salvo destas manifestações excludentes. Porta-voz dos interesses do sul do Estado, o Diário Popular realizou uma matéria sobre as manifestações da arquitetura hostil no centro de Pelotas, em especial no calçadão. Formado em 1938, o ´´e jornal o mais antigo do Rio Grande do Sul e tem sua trajetória ligada ao desenvolvimento de Pelotas e região. Para tanto, a reportagem do Diário Popular convidou a professora Dra Adriana Portella da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb-UFPel), coordenadora do Laboratório de Estudos Comportamentais da Universidade, que desde 2016 estuda impactos do comportamento da sociedade no ambiente. Juntamente com três alunas pesquisadoras dentro do LabCom,  foi realizada uma caminhada pelo Centro da cidade e um debate o tema. Alem disso, tambem foi realiza uma entrevista com o Padre Júlio Lancelotti a respeito do tema. Leia a matéria completa aqui.

No Centro de Pelotas (RS), manifestações discretas da arquitetura hostil se fazem presentes já há alguns anos.

 

 

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