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ARTEFATOS GRÁFICOS EM MARCAS DE PROVENIÊNCIA

Autoria: Márcia Cortes (UFPel); Fernando Igansi (UFPel).

Resumo

As marcas de proveniência bibliográficas fornecem indícios da trajetória sociocultural percorrida pelo livro e apontam para uma rede de sociabilidade que as pessoas que nos antecederam no tempo mantiveram com esse objeto. Essas marcas são adicionadas ao longo do tempo e segundo Faria e Pericão (2008, p. 605) proveniência bibliográfica refere-se à “Informação acerca da transmissão de propriedade de um manuscrito ou impresso[…]” como por exemplo: encadernações especiais, ex-líbris, etiquetas de livraria, etiquetas de encadernadores, carimbos, anotações de proprietários e outros. Pearce e Milosch (2019) entendem que a proveniência além de estar relacionada a autenticidade e propriedade, traz a lume a história e as motivações de uma coleção. Esses objetos apresentam elementos gráficos e uma linguagem visual que configuram a cultura de uma época e se constituem como suportes de memória. Nesse contexto, considerando a carência de informações quanto as marcas de proveniência presentes em alguns acervos brasileiros, esse trabalho tem o objetivo de apresentar algumas marcas de proveniência, ricas em elementos gráficos passíveis de ser encontrados e que nos ajudam a compreender a trajetória sociocultural dos livros. Como referencial teórico da pesquisa, utilizou-se autores como: Halbwachs (1990), Farias e Braga (2018), Milosh e Pearce (2019), entre outros. Observa-se que os dados desse trabalho foram encontrados enquanto a autora buscava especificamente ex-líbris, que são marcas de propriedade bibliográficas. Como procedimento metodológico para coleta de dados, foram consultados individualmente os livros raros e especiais de salas do acervo da Bibliotheca Rio-grandense e Bibliotheca Pública Pelotense. Ao serem encontradas, as marcas de proveniência eram fotografadas, tais como: ex-líbris, etiquetas de livrarias e livreiros, etiqueta de encadernadores, etiquetas de cunho propagandístico, carimbos e outros. Observa-se, portanto, que os referidos livros podem adquirir marcas que nenhum outro exemplar apresenta e revelam estabelecimentos comerciais de livros, costumes, hábitos e a própria arte da impressão revela o contexto de sua produção. Cada marca veicula informações que evidenciam a cultura visual e a variedade de elementos que compõe a memória gráfica em uma época, assim como tornam-se mecanismos de expressão e identidade.

Palavras-chave: marcas de proveniência bibliográficas; memória gráfica; cultura visual.

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Referências

FARIA, Maria Isabel; PERICÃO, Maria da Graça. Dicionário do livro: da descrição ao livro eletrônico. São Paulo: Edusp, 2008.

FARIAS, Priscila; BRAGA, Marcos da Costa (org.). Dez ensaios sobre memória gráfica. São Paulo: Blucher, 2018.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.

MILOSCH, Jane; PEARCE, Nick. Collecting and provenance: a multidisciplinar approach. Lanham: Rowman 7 Littlefield, 2019.

Publicado em 31/08/2021, na categoria Pôsters e Infográficos.