Veja como foi o segundo turno para os repórteres do Em Pauta

Neste domingo (30), os jornalistas da Agência Em Pauta relataram como foi a votação do 2º turno das eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente do Brasil com 50,9% dos votos válidos.

Rafaela Stark 

Este domingo de segundo turno foi indeciso, semelhante ao momento político. Assim como no turno anterior, o dia amanheceu incerto, com temperatura alta, mais de trinta graus e um sol duvidoso se aparecia ou não. O clima parece brincar com a nossa situação, não é?

Talvez a maior diferença de hoje foi minha decisão de votar pela manhã, por volta das 09h30min. Encontrei uma avenida Duque de Caxias movimentada, muitas pessoas com documentos nas mãos, saindo de escolas por todos os lados. Em meu colégio eleitoral, o Instituto Federal Sul-rio-grandense – Câmpus Pelotas, havia mais movimento do lado externo do que no interior dele. 

Fui surpreendida por uma votação rápida, olhei as horas no celular antes e depois de sair do prédio, exatos 10 minutos se passaram. Nesse curto período de tempo, encontrei minha seção, esperei na fila, votei e saí, tudo extremamente rápido. Também não recebi relatos de amigos dizendo que demoraram para votar, acho que não há mais indivíduos indecisos por aqui.

Um fato similar ao do primeiro turno foi a polarização, expressa por meio do vestuário. Roupas vermelhas, fazendo alusão ao candidato do partido dos trabalhadores, Lula, e verdes e amarelas, em referência ao candidato Jair Bolsonaro. Adesivos e broches também marcaram presença no peito de muitos. Para falar de algo positivo, devo ressaltar que não havia os famosos santinhos, espalhados pelo chão. 

Em uma época em que a democracia é atacada e ameaçada diariamente, o jovem eleitor Guilherme Alves, de 20 anos, relembra que o exercício do voto é um direito Exercer fundamental para a manutenção da democracia. Ele afirma que “para mim é um alívio ter nascido em uma época em que é possível votar e escolher os governantes”.

Da mesma forma que fiz no dia 02 de outubro, escrevo este texto logo após as urnas de todo país estarem encerradas. Continuo acompanhando a apuração pelo canal da Rede Globo, e novamente espero que quem esteja lendo esta matéria tenha votado pensando no melhor para a nossa nação. Não sei quem irá vencer, assim como não sei se irá chover, escuto trovoadas e vejo nuvens escuras, mas sei que depois da tempestade, há sempre um dia de sol.

Daniela Alves

O peso que carregam os dias de mudança histórica sempre fazem com que o despertar de uma população inteira seja diferente daquele ao qual se está habituado, embora toda a rotina de um típico domingo aconteça da mesma maneira, no âmago de cada componente da nossa sociedade, há desejos de perseverança em relação ao candidato que se escolhe, desejos estes, que embora sejam tidos como referentes apenas àqueles que o desejam, ao se tratar de uma eleição presidencial, abraça toda a população brasileira e suas massas, assim sendo, faz com que seja visível e quase palpável por tanto, a prática da empatia, que está em reconhecer os efeitos que a eleição de cada candidato irá ter na vida do outro, e não apenas na sua própria.

Diferentemente do primeiro turno, neste dia 30/10, definitivo ao que diz respeito aos próximos quatro futuros anos de nosso país e estado, optei por ir de ônibus até a zona eleitoral da Comunidade Evangélica Martim Lutero, localizada na Avenida Fernando Osório, 5740, e ao aproveitar o longo caminho de quem vai do centro até lá, troquei conversa com algumas pessoas, algumas, se mostravam entusiasmadas, outras, embora bastante ativas em uma conversa, possuíam um nítido semblante de preocupação no rosto, carregando consigo, todo o peso desse dia e toda a responsabilidade que se coloca nas costas de quem deseja exercer seu direito de cidadão ao mudar um país.

Um ponto a se destacar sobre o caminho até lá era a limpeza das ruas, e diferente de como ocorreu no primeiro turno, dessa vez, as calçadas contrastavam de forma clara com o cenário ao seu entorno, uma vez que não estavam mais lotadas de santinhos dos mais diversos partidos.

A votação dentro da Comunidade Evangélica Martim Lutero, novamente, foi rápida, marcada pela ausência de filas e também de muito movimento, embora, deva-se fazer um comparativo ao número de pessoas presentes em relação ao primeiro turno, uma vez que, indo até o local por volta do mesmo horário, o volume de pessoas era claramente maior, contando com a maior presença de idosos e pessoas entre os 21 e 38 anos.

Sarah Oliveira

Mais uma vez, fui exercer meu direito ao voto neste segundo turno das Eleições 2022. Assim como no primeiro turno, acordei cedo, me arrumei e de novo optei por usar uma camisa branca com detalhes em vermelho e a minha bota vermelha, para poder indicar discretamente apoio ao meu candidato à presidência. No rápido caminho de carro até o meu local de votação, vi poucas pessoas na rua, porém novamente o padrão se repetiu: a maioria usando roupas de cores neutras, no máximo utilizando adesivos de seus candidatos, poucas pessoas utilizando vestimentas remetentes ao candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a outra pequena parte utilizando roupas que remetiam ao candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL), contudo, o curioso entre os apoiadores de Bolsonaro é que a sua maioria estavam ostentando extravagantemente as cores e a própria bandeira do Brasil.

Ao chegar ao meu local de votação, o clima era completamente diferente da primeira vez. Hoje, as filas estavam bem menores, quase inexistentes, de forma que deixei meus pais na pequena fila de espera da seção deles e fui para a fila da minha seção, que havia apenas quatro pessoas esperando para votar. E em menos de 10 minutos eu registrei o meu voto. Dessa vez não houveram conversas na fila, muito menos dores nos pés de tanto ficar em pé, nada. Tudo foi muito tranquilo, rápido e eficiente. Porém, no meu breve tempo de espera, pude reparar como estava a situação entre as poucas pessoas da minha zona eleitoral. Uma boa quantidade de pessoas estavam utilizando algo com vermelho ou com adesivos do candidato Lula, enquanto uma outra parcela não apresentava nenhum tipo de indícios de apoio a nenhum dos dois candidatos – e muito menos aos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul. Mas o que mais me chamou a atenção foi um senhor de idade utilizando uma grande bandeira do Brasil como uma espécie de capa, bem ao estilo super-herói. Foi inevitável não achar tal escolha de estilo questionável e honestamente, brega.

Depois de havermos votado, fomos para casa e passei a esperar ansiosamente pela apuração, mas toda essa ansiedade foi transferida para o que estava acontecendo no nordeste do país com a ação criminosa da Polícia Rodoviária Federal atrasando milhares de pessoas de irem votar. Junto aos meus amigos acompanhei apreensivamente a situação e, conforme as coisas foram sendo resolvidas pelas entidades responsáveis, foi impossível não sentir alívio ao passarmos a ler relatos de que os nordestinos estavam conseguindo chegar às suas zonas eleitorais.

Agora, minha ansiedade se voltou novamente para a apuração. E mais uma vez eu torço para que o candidato que realmente tem competência e seriedade para ocupar o maior cargo da nossa democracia seja o novo presidente.

Jaime Lucas Mattos 

O domingo de eleição em Pelotas estava ensolarado, mas com a promessa de chuva. Saí de casa para votar por volta das 14h30. Fui com meu irmão e minha mãe, já que votamos no mesmo local. Assim como no primeiro turno, observei manifestações – nas roupas – a favor dos candidatos à presidência.

Quando fui votar não havia ninguém na fila, entrei na sala após a minha mãe. Votamos na mesma seção eleitoral. Com a apresentação dos meus documentos e a confirmação da biometria, pude ir à cabine de votação. Após a finalização dos votos, peguei meus documentos e saí da sala. O movimento seguia o mesmo: poucas pessoas no local, metade delas com roupas ou acessórios que faziam alusão aos candidatos. Fui para a minha casa em seguida.

Após às 17h, a chuva prometida já estava tomando conta, com o céu cheio de nuvens bem carregadas. Ironicamente, o clima estava em conversa com as minhas emoções. O momento da apuração é sempre um momento tenso e tempestuoso. O clima de chuva deu uma ambientação ainda mais tensa às últimas horas do domingo.

30 de outubro de 2022 foi um dia em que os meus sentimentos principais foram o de responsabilidade, pela importância do voto e da eleição, e de tensão, para saber os resultados, que no segundo turno são ainda mais decisivos que no primeiro.

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