Universidades federais têm até 2015 para incluir o ensino de LIBRAS no currículo dos cursos de licenciatura
Por Débora Martins
O decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005 prevê a adequação de todas as instituições, inclusive nas modalidades à distância, até o final do período de dez anos
Por aqui, a UFPel vem se adequando aos poucos ao decreto e já oferece a disciplina de LIBRAS I obrigatoriamente em vários cursos presenciais. No entanto, há ainda muito trabalho pela frente. A professora Ângela Nadine dos Santos, que trabalha em conjunto com outros quatro professores, entre ouvintes e surdos, do núcleo de LIBRAS da Universidade, explica que o foco da disciplina é introduzir o aluno à língua de sinais e discutir aspectos do ensino especial: “A disciplina é importante para levantar possibilidades de inclusão nas escolas regulares, ajudando o aluno de licenciatura a pensar no ensino de acordo com a especificidade da surdez”.
Imagem: divulgação
O ensino de libras nas universidades esbarra principalmente na falta de material didático disponível para o nível superior. A saída encontrada em muitos casos é produzir o próprio material. O corpo docente da UFPel desenvolve um projeto de criação de material didático focado na produção de vídeos, com o apoio de alunos bolsistas do curso de Cinema e Audiovisual, para complementar o estudo em sala de aula.
Outra dificuldade encontrada na instituição, segundo Ângela, é a falta de espaço e de profissionais para atender cada curso de licenciatura em seu contexto particular. As turmas de LIBRAS são formadas por alunos de vários cursos, o que dificulta o desenvolvimento da disciplina visando o ensino do conteúdo de cada um.
O desenvolvimento de um curso específico para a formação de professores e intérpretes de LIBRAS está nos planos da UFPel. A primeira universidade federal a oferecer o curso de graduação em Letras com Habilitação em Língua Brasileira de Sinais foi a de Santa Catarina (UFSC) já em 2006, e em janeiro deste ano formou sua primeira turma.
