Transcendence
Sinopse:
“O dr. Will Caster (Johnny Depp) é o mais famoso pesquisador mundial sobre inteligência artificial (IA) da atualidade. Ele pesquisa, junto à esposa Evelyn (Rebecca Hall) a construção de uma máquina consciente que conjuga informações sobre todo tipo de conteúdo com a grande variedade de emoções humanas. Por sempre se envolver em projetos controversos ganhou notoriedade, mas ao mesmo tempo se tornou o inimigo número um dos extremistas que são contra o avanço tecnológico. Junto com seu amigo Max Waters (Paul Bettany) o casal fará um novo teste.”
Esse é um filme que você ama ou odeia e que aborda a relação entre seres humanos e o avanço tecnológico. E contém vários dilemas: podemos colocar a consciência, nosso conhecimento e todas as emoções dentro de um programa de computador? Podemos acessá-lo após nossa morte? E se for possível, continuamos vivos através da tecnologia ou será apenas uma simulação? Quais serão as consequências dessa ousadia?
Com esse tema estrelado por Johnny Depp, Transcendence: A Revolução nos faz pensar. E sair do cinema dialogando sobre isso. A trama é bem real e próxima de nossa atualidade e os conflitos da era digital. Nosso dia a dia online não é muito diferente dos personagens do filme. E por isso é um assunto inesgotável.
Dr. Will Caster (Johnny Depp) é um renomado pesquisador no campo de IA. Ele se dedica ao projeto de criação de uma máquina consciente que combina a inteligência coletiva de tudo o que existe agregada aos sentimentos humanos. A pesquisa, assim como trouxe fama ao cientista. tornou-o um alvo para um grupo extremista. Eles não aceitam que a tecnologia avance mais. E para isso farão o que for necessário para impedi-lo.
Dirigido pelo estreante Wally Pfister, tradicional fotógrafo dos longas-metragens de Christopher Nolan, conta com um ótimo elenco de apoio, além de uma breve aparição de Lukas Haas, aquele menininho amish maravilhoso de A Testemunha, de 1985.
Considero um filme dentro do seu tempo, afinal vivemos em um mundo globalizado, a tecnologia está presente em tudo o que fazemos e não podemos negar nossa dependência aos notebooks, tablets, smartphones, senhas bancárias e redes sociais.
Mas no suspense há um grupo que não concorda com nada disso. Que tem medo no que isso possa se transformar, principalmente quando se fala em IA. E juntam seus esforços, atacam as empresas de pesquisa e culminam por atirar à queima roupa em Caster.
Ele vai para o hospital, logo é liberado, afinal o tiro foi de raspão, e retorna para casa com sua esposa. Conforme os dias passam Caster tem crises que o levam novamente ao hospital. E descobrem o pior: a bala foi envenenada com polônio, um elemento químico que com apenas um grama é suficiente para matar 10 milhões de pessoas, e Caster tem algumas semanas de vida.
A primeira opção de Caster é terminar seus dias com a única pessoa que ele ama, Emily, e resolve desligar as máquinas. Emily vai até o local para o desligamento, mas no último instante tem uma ideia. Por que não ligar a consciência de Will à máquina? Quando volta para casa e lhe sugere essa opção o pesquisador nem pensa duas vezes. Com o auxílio do amigo Max montam um laboratório e transferem os dados cerebrais de Will para a máquina.
E agora, poderá a máquina ter autoconsciência? E o que uma das mentes mais inteligentes do planeta faria com isso? Ele se tornaria uma forma de deus com acesso livre a todos os computadores do mundo? Como agiria com tal poder? Quem seria ele afinal, Will Caster ou apenas uma IA?
Citei no início que a relação com o filme era de amor ou ódio. Eu gostei muito, pois uma só sessão de cinema renderia discussões muito interessantes. A existência da alma… e existência de um ser supremo… Afinal, filosoficamente falando, transcender inicialmente significava que Deus está completamente além dos limites cosmológicos. E quem é esse novo Will que transcendeu do mundo real para o virtual?
Bem, além disso tudo há alguns assuntos que se tornam uma “viagem”, principalmente no que se refere ao poder que o cientista terá a partir da conexão. Mas nem por isso torna o filme desinteressante. No fundo, bem lá no fundo mesmo, não se pode duvidar de mais nada em relação ao futuro. E por isso minha nota é 9.