Rio Grande tem primeira mulher a comandar batalhão de bombeiros no estado
Sulenir Abreu da Rosa assumiu cargo de forma inédita no Rio Grande do Sul
Legenda: Natural de Bagé, Sulenir Abreu da Rosa entrou na carreira militar com 18 anos. Foto: Stéfane Costa
Por Stéfane Costa / Em Pauta
Fazer parte do corpo de bombeiros era o sonho da tenente coronel Sulenir Abreu da Rosa desde nova. Com pai militar, sempre demonstrou interesse pela carreira, mas o fato de ser mulher parecia um desafio para a área, desafio que ela encarou com determinação. “Eu incluí na carreira militar com 18 anos, em 1993, naquela época a gente escutava no rádio as notícias, não havia internet, e me despertou, me interesse pela profissão militar. […] e quando eu fiquei sabendo que mulher poderia ser bombeira, acho que já tinha presente em mim esse espírito de bombeiros e aí me interessou muito, eu me esforcei, eu estudei”, conta.
Após ingressar como soldado, posição mais baixa da hierarquia militar, Sulenir se dedicou para alçar novos voos. “Sempre que a gente tiver um sonho e a gente quiser muito se dedicar a isso, basta se aperfeiçoar, estudar, e a gente consegue, é possível, né, então ingressei muito jovem, mas não quer dizer também que qualquer uma outra mulher que tenha um pouco mais de idade não possa em qualquer momento dar um outro rumo para a sua carreira, né?”, reforça.
Ela também garante que concilia o trabalho com a vida pessoal, e que isso a faz feliz. “Sou mãe, sou mulher, sou dona de casa, esposa, né, como qualquer uma outra, eu acho que todas essas coisas se perpassam a todas nós, né, essa dupla jornada de trabalho”, pontua.
Sobre a rotina de trabalho, Sulenir acredita que a presença das mulheres acaba tornando a rotina mais humanizada. “As mulheres ingressaram nas filas da corporação militar, em todos os meios militares, na verdade, para humanizar as relações”, diz. E essa opinião, segundo a tenente coronel, foi compartilhada pelos colegas homens da corporação.
Por fim, a bombeira citou o que gostaria que todas as mulheres e meninas que sonham em entrar nesta profissão ouvissem. “Eu gostaria de deixar para as meninas, para as mulheres que tiverem um sonho de ingressar na carreira militar ou de bombeiro militar, que desejarem muito, sim, que a qualquer momento elas podem se aperfeiçoar, se dedicar, e querendo muito, do fundo do coração, se tiverem um sonho, a gente persegue o sonho e todas tem condições de alcançar”, finaliza.
