O outubro é rosa

Por Graça Vignolo de Siqueira

A campanha conhecida como Outubro Rosa existe para que as mulheres se conscientizem sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento surgiu em 1990 na primeira Corrida pela Cura realizada em Nova York, nos Estados Unidos. A partir de 1997 as entidades começaram a promover atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença, sendo o mês de outubro escolhido como epicentro das ações.

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Foto: Divulgação

Atualmente realizada em vários lugares, a campanha ganha seriedade após tomarmos conhecimento dos dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Esse é o câncer que mais atinge as mulheres no Brasil. Cerca de mais de 57 mil novos casos são estimados em 2014. E sabemos que a idade ainda é um dos principais fatores de risco: quatro em cada cinco pacientes têm mais de 50 anos.

É tão simples o primeiro passo para o diagnóstico. Basta que a mulher se toque. Mas nem sempre isso é feito. E este ano teremos uma série de atividades esclarecedoras. A rede social “Coneccte”, projeto idealizado pelo Instituto de Oncologia Santa Paula (IOSP), será lançada com o objetivo de promover o diálogo direto entre pacientes com câncer.

Já o Instituto Se Toque, atuando na promoção da saúde da mulher, tem foco no câncer de mama e está se mobilizando online, através da hashtag #HistóriasdeSuperação. Em todo o mês de outubro compartilhará com os internautas, nas redes sociais, histórias de mulheres que venceram o câncer de mama.

Mas tudo isso de nada adiantará se a mulher não fizer o autoexame nas mamas. Talvez por preconceito ou por ignorância sobre o assunto, milhares de mulheres não ousam tocar no próprio corpo. É até compreensível que as de gerações passadas ainda se intimidem, mas não se pode aceitar que mulheres atuais, que já desde cedo tratam o sexo com normalidade, estejam inseridas na porcentagem que não se autoexamina.

Mas o que mais assusta é a pesquisa publicada no British Medical Journal (BMJ), no Canadá, que põe em dúvida o diagnóstico precoce entre os 40 e 59 anos através de mamografias. O estudo indica que mamografias não servem para prevenir mortes. Acompanhou cerca de 90 mil mulheres canadenses ao longo de 25 anos. O resultado apontou que os exames com equipamentos radiológicos não reduzem a mortalidade por câncer de mama. O grande diferencial a favor da prevenção seria a exploração física por parte de profissionais de saúde ou da própria pessoa.

Por essa razão, a campanha publicitária preparada pela Nestlé dá uma sacudida no sexo feminino. Uma mulher. Um sutiã. Uma câmera. Com esses três elementos foi possível fazer um trabalho que chama a atenção para o autoexame.

Uma atriz foi convidada a sair pelas ruas de Londres com uma câmera acoplada ao sutiã que ficava à mostra. Assim registrou todos os olhares, mesmo os mais discretos, para os seus seios. Qual o propósito? Ao final responder a seguinte pergunta: “Todos olham para os seus seios, mas qual foi a última vez que você os analisou?”

Esperamos que mais e mais mulheres tenham consciência de seu próprio corpo. Que tendo essa consciência compartilhem com filhas, amigas e amigos que tenham esposas e filhas. Que não mais se envergonhem de seu físico e saibam que disso depende sua saúde. É tão simples o primeiro passo para o diagnóstico. Basta que se toque.

Assista ao vídeo com a campanha do Outubro Rosa da Nestlé:

Para informar-se sobre ações do Outubro Rosa no Brasil clique aqui.

Importante salientar que os homens também não foram esquecidos. Já existe o Novembro Azul com o objetivo de conscientizar o sexo masculino sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças.

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