Museu do Doce lança a exposição “Entre o Sal e o Açúcar: O Doce Através dos Sentidos”

Por: Vanessa Kleber

Os doces de Pelotas são conhecidos Brasil afora. E o Museu do Doce, localizado no casarão 8 da Praça Coronel Pedro Osório, em Pelotas, possui como missão resgatar a memória da tradição doceira do município, além de servir como laboratório para os estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). E dessa união de fatores surgiu a exposição de longa duração chamada “Entre o Sal e o Açúcar: O Doce Através dos Sentidos”, que além de dar continuidade às atividades temáticas do museu, contempla um projeto de acessibilidade formulado pelo Programa de Extensão “O Museu do Conhecimento para Todos”.

Lançada na sexta-feira (23), a exposição temática “Entre o Sal e o Açúcar: O Doce Através dos Sentidos” dá continuidade às pesquisas do museu que contextualizam e valorizam os doces de Pelotas como um patrimônio imaterial nacional, pois esses dizem respeito à uma prática que vem sendo transmitida de geração em geração desde o século IX. Mas, além disso, contempla o museu com um projeto, formulado pelos professores e alunos do Programa de Extensão da UFPel “Museu do Conhecimento Para Todos”, que busca desenvolver recursos humanos e materiais para receber públicos com deficiência em museus universitários.

O projeto garante, assim, a acessibilidade ao público a todas as salas do museu que contarão com materiais táteis, de áudio-descrição e de áudio-guia, entre outros instrumentos. Francisca Ferreira Luis, coordenadora geral do projeto e da exposição, explicou que todos os materiais foram projetados para seguir o princípio da universalidade, para que os visitantes possam fazer uso dos recursos disponíveis para desfrutar das mesmas sensações.

Sete salas temáticas foram montadas inspiradas nas pesquisas para o Inventario Nacional de Referências Culturais (INCR) sobre a produção de doces tradicionais pelotenses como uma expressão da tradição de Pelotas. Elas contemplam assuntos como: a história do início da produção de doces na região, no século IX, a ligação do charque com o açúcar, a reflexão sobre a sociabilidade nos locais de comercialização dos doces, que serviam e servem não somente para a venda, mas como ponto de encontro para discussões relacionadas à política e ao crescimento da cidade, além de trabalhar com questões de gênero e identidade.

Essa é a primeira exposição de longa duração do museu, que deve ficar instalada até o final de 2017. Francisca explicou ainda que por ser um laboratório para os alunos do projeto Museu do Conhecimento Para Todos, até o final de 2016, a exposição continuará em processo de aplicação de recursos. “A ideia é testar todo o projeto de acessibilidade e verificar o seu andamento”, explicou.

O Museu

O Museu do Doce nasceu do desejo da comunidade doceira pelotense em possuir um local que contasse e valorizasse sua história, após o tombamento do Casarão 8 pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan), em 1997. A UFPel comprou o prédio em 2006, e deu início ao projeto para a recuperação da memória do casarão e da história da cultura doceira da região, e seus desdobramentos. Além disso, por ser um museu universitário, o espaço também funciona como laboratório para alunos de diversos cursos, que aplicam projetos, fazem pesquisas, utilizam o espaço e o consultam o acervo do museu.

O Museu do Doce está localizado na Praça Coronel Pedro Osório, esquina rua Barão do Butiá, e fica aberto todos os dias das 14h às 19h. A entrada é gratuita.

Comentários

comments

Você pode gostar...