Moda Pelotas volta com tudo em sua primeira edição pós-pandemia
No último dia 29, ocorreu a 29º edição do Moda Pelotas no Largo de Portugal e reuniu marcas e estilistas da cidade e região em mais um marcante desfile das coleções de Primavera-Verão.
Por Sarah Oliveira e Rafaela Stark
Em sua primeira edição com a volta do público após a pandemia, o Moda Pelotas trouxe para a cidade a sua 29 edição repleta de novos modelos que estão presentes nas araras das lojas nesta temporada do ano. Conversamos um pouco com a dona da Rosa Limão, Lau Alba, uma das marcas que desfilou a sua próxima coleção na passarela do Moda. Com peças para crianças, adolescentes e jovens adultos, a Rosa Limão foi um dos destaques da segunda sessão do desfile.
Para Lau, poder voltar à passarela do Moda após a pandemia e voltar a ter esse contato próximo com o público é “ótimo” e ainda ressalta: “O Moda é um evento super importante para nossa cidade e região, através dele as informações sobre tendências de moda do mundo podem chegar ao público de forma acessível.” Já quanto aos bastidores, os preparativos para mais uma edição e, dessa vez também a volta presencial, foram sem mistérios para a marca, pois “[…] depois de tantos anos participando, a Rosa Limão ganhou uma experiência nos preparativos que torna tudo muito natural.”
Marcando presença no evento pela primeira vez, o jovem Guilherme Alves diz que assistir ao Moda Pelotas foi uma “experiência nova e diferente” e que a parte mais interessante foi poder perceber a diversidade presente no evento, tanto dentro da passarela nas roupas e acessórios, quanto nos modelos que estavam desfilando. Para ele, ver esse exemplo em um evento do porte do Moda é algo que faz com que “[…] pessoas tenham na representatividade a chance de serem elas mesmas com segurança e terem o sentimento de inclusão mais reforçado.”
No desfile, outra loja que merece destaque é a Petit Cherie, que além de trazer looks incríveis e repletos de tendências para o verão, trouxe um casting diverso de modelos abraçando todos os tipos de corpos. Dentre as modelos, foi possível identificar números que vão além do manequim 44, usando roupas que ressaltam a beleza e as curvas, e não as escondendo.
A responsável pela loja, Monique Barrios, afirma ter muito orgulho do trabalho desenvolvido ao longo dos oito anos de Petit Cherie porque “[…] a gente trabalha com a realidade mesmo e não com aquela beleza do Instagram que foi criada, né?”. A loja procura vestir a mulher real, do dia a dia, que por muito tempo não foi valorizada e exaltada pelo mercado. A missão da Petit é ajudar que essa mulher veja em si, a beleza e poder que existe nela.
Alguns looks da Petit Cherie na passarela do Moda. /Foto: Rafaela Stark
A loja trabalha com mais de 20 marcas, que vão de São Paulo a Goiás, mas que preza por nomes locais. Uma delas é a AK All Sizes, que atende do manequim 38 ao 60, em Pelotas. A parceria, que já dura dois anos, foi crucial para a escolha das modelos presentes no desfile, uma delas sendo a própria designer da marca. Monique também ressalta que ambos os empreendimentos possuem objetivos similares, por isso o sucesso da relação. No total, são sete marcas locais que fabricam, produzem e distribuem com exclusividade para a loja.
Para Monique, não há nada especial em convidar modelos de todos os tamanhos, porque para ela, isso é a realidade. No dia a dia da Petit, são vendidas roupas de tamanho P ao GG, entram mulheres do 38 ao 60 com o mesmo desejo: vestir-se bem, seja qual for o estilo dela.
Ao final do desfile ficou um gostinho de “quero mais”, que infelizmente não foi suprido por outros designers. Após esse retorno do Moda aos braços dos pelotenses, espera-se que outras lojas apresentem maior inclusão. A Petit Cherie é um bom norte de como realizar essa mudança.